This paper deals with Brazilian empirical research published in journals between 2000 and mid-2015 that used, as a source of data, the Management Reports (MRs) released by publicly-traded companies together with their financial statements. MRs differ from each other, both in form as well as in substance, and due to this as well as to their other characteristics, they prove attractive for academic studies interested in official company discourse, more so because they involve documents that are public and retrievable over time, covering a substantial range of typically larger companies from different economic sectors. Driven by these characteristics, the goal of this study was to understand the way the academic world understands and uses the MR. The paper favored an interpretivist viewpoint, but used the triangulation allowed by the use of qualitative (content analysis) and quantitative (statistical, sociometric, and bibliometric analyses) methods. It was concluded that, for the core group of experts who dealt with the document, the MR is biased, incomplete, questionable, unclear, laborious, uncertain, but also useful - in the absence of another -, comprehensive, available, and retrievable over time. And it lends itself to the interest of company directors by increasing their value and at the same time legitimizing their companies, incorporating into discourse the use of contemporary management practices, consistent with the expectations of stakeholders. Finally, it suggests the possibility, unexplored in the articles analyzed, of employing the MR to study the dynamics of the institutionalization of administrative practices among companies in the country. RESUMO Este trabalho lida com as investigações empíricas brasileiras publicadas em periódicos entre 2000 e meados de 2015 e que utilizaram - como fonte de dados - o Relatório da Administração (RA) divulgado pelas empresas de capital aberto junto com as demonstrações financeiras. Os RA são diversos entre si, tanto na substância quanto na forma, constituindo-se, por essa e por suas outras características, em atrativo para pesquisas acadêmicas interessadas no discurso oficial das empresas, ainda mais sendo aqueles documentos públicos e recuperáveis ao longo do tempo, cobrindo uma gama considerável de empresas, tipicamente, de maior porte, de diversos setores econômicos. Compelido por tais atributos, o objetivo deste estudo foi apreender a forma com que a academia científica entende e utiliza o RA. O trabalho privilegiou a ótica interpretativista, mas recorreu à triangulação permitida pelo uso de métodos qualitativos (análise de conteúdo) e quantitativos (análises estatísticas, sociométricas e bibliométricas). Concluiu-se que, para o grupo central de especialistas que lidaram com o documento, o RA é enviesado, incompleto, contestável, dúbio, trabalhoso, incerto, mas também útil - na falta de outro -, abrangente, disponível e recuperável ao longo do tempo; e se presta ao interesse dos diretores de empresas em, simultaneamente, valorizar-se e legitimar as suas companhias, incorporando em discurso o emprego de práticas contemporâneas de gestão, coerentes com as expectativas daqueles destinatários dos RA. Ao final, sugere-se a possibilidade, não explorada nos artigos analisados, de empregar o RA para acompanhar a dinâmica da institucionalização de práticas administrativas entre as empresas do país.