The co-association of benzodiazepines and opioids is associated with an increased risk of overdose, death, and poorer psychosocial prognosis. The aim of this study is to characterize the prevalence, pattern of use, and primary clinical outcomes in benzodiazepines users in a public opioid maintenance treatment unit.We conducted a cross-sectional study involving 236 patients treated with opioid substitutes (methadone and buprenorphine). We conducted a descriptive, bivariable, and multivariable analysis to determine clinical differences between benzodiazepines users and non-users.The prevalence of consumption of benzodiazepines was 25.4% (60). The benzodiazepines were obtained with a medical prescription (49.8%) or on the black market (42.6%). The most prescribed benzodiazepine was diazepam (29.1%), and the main reasons were to relieve insomnia (27.7%) or anxiety (26.9%) and to enhance the psychoactive effects of other drugs (19.7%). Regarding the clinical outcomes, we highlight: a very high prevalence of hepatitis C (51.7%); severe ongoing consumption of psychoactive drugs (73.7%); and a high rate of depression and anxiety (60%), significantly higher in the benzodiazepines-user group. In the multivariable analysis of benzodiazepine use, we found alcohol consumption (OR 0.482; IC 95% 0.247, 0.238) had a negative association and having hepatitis C (OR 2.544, IC 95% 1.273, 5.084) or anxiety symptoms (OR 5.591; IC 95% 2.345, 13.326) had positive associations.Our results suggest the BZD users had a complex drug addiction problem and underline the importance of adequately addressing BZD use, contemplating psychological and psychiatric approach in this particular population.Past or current use of benzodiazepines is associated with poor clinical and psychiatric outcomes. A multidisciplinary approach with a focus on infectious diseases and mental health is critical in order to enhance the treatment effectiveness and overall prognosis.Introdução: A co-associação entre benzodiazepinas e opióides associa-se a risco aumentado de overdose, morte e pior prognóstico psicossocial. Pretendemos determinar a prevalência, o padrão de consumo e as principais co-morbilidades do uso de benzodiazepinas, em utentes sob tratamento de manutenção opióide. Material e Métodos: Conduzimos um estudo transversal, envolvendo 236 doentes tratados com substitutos opióides (metadona e buprenorfina). Realizou-se uma análise descritiva, bivariável e multivariável das características clínicas entre os usuários de benzodiazepinas e os não-usuários de benzodiazepinas. Resultados: A prevalência do uso de benzodiazepinas foi de 25,4% (60). A obtenção de benzodiazepinas foi através de prescrição médica (49,8%) ou mercado negro (42,6%). A substância mais prescrita foi o diazepam (29,1%), e as principais razões para a toma foi insónia (27,7%), ansiedade (26,9%), e para potenciar os efeitos psicoativos de outras drogas (19,7%). No que respeita aos resultados clínicos sublinhamos: prevalência elevada de hepatite C (51,7%); elevado consumo continuado de substâncias psicoativas (73,7%); elevada taxa de depressão e ansiedade (60%), significativamente mais elevada nos utilizadores de benzodiazepinas. Na análise multivariável para o uso de benzodiazepinas, verificámos que o consumo de álcool (OR 0,482; IC 95% 0,247, 0,238) tem associação negativa; a hepatite C (OR 2,544; IC 95% 1,273, 5,084) e a ansiedade (OR 5,591; IC 95% 2,345, 13,326) tiveram associações positivas. Discussão: Os resultados obtidos sugerem que os utilizadores de BZD têm um problema complexo de dependência de drogas e sublinham a importância de abordar adequadamente o uso de BZD, contemplando uma abordagem psicológica e psiquiátrica nesta população em particular. Conclusão: O uso de benzodiazepinas, no passado ou atualmente, associa-se a piores indicadores físicos e psiquiátricos. A abordagem multidisciplinar com foco nas doenças infeciosas e na saúde mental é uma necessidade crítica para a efetividade do tratamento e prognóstico global.