Objetivo: este trabalho, utilizando verapamil, um bloqueador dos canais lentos de cálcio, constituiu ensaio clínico randomizado, duplo-cego e placebo controlado, e objetivou procurar variação do fluxo uteroplacentário e fetoplacentário durante uso oral crônico do fármaco em gestantes com hipertensão crônica leve para moderada. Métodos: 123 pacientes divididas em dois grupos: grupo estudo (n = 61), submetidas a 240 mg/dia de verapamil, e grupo controle (n = 62), submetidas ao placebo. As pacientes randomizadas em grupos de quatro utilizaram a medicação ou placebo durante trinta dias. Um exame do fluxo das artérias uterinas e da artéria umbilical pela dopplervelocimetria foi registrado. Pelo cálculo da média e desvio padrão, foram comparados os valores dos índices de resistência (IR) e pulsatilidade (IP) e da relação sístole/diástole (A/B) das artérias em estudo após administração dos comprimidos. Resultados: o grupo verapamil apresentou os seguintes valores médios para as artérias uterinas: IR = 0,82 (0,28), IP de 1,06 (0,12) e A/B de 2,42 (0,51). O grupo placebo mostrou: IR de 0,75 (0,35), IP de 1,00 (0,18) e A/B de 2,30 (0,38). Quando analisada a artéria umbilical, os valores foram para o grupo verapamil: IR = 0,73 (0,12), IP = 1,04 (0,13) e A/B = 2,94 (0,32). No grupo placebo, IR = 0,70 (0,14), IP = 1,03 (0,07) e A/B = 3,02 (0,78). A análise estatística das diferenças das médias por meio da razão F mostrou não haver diferença entre os dois grupos avaliados. Conclusão: este trabalho referenda o uso do verapamil entre gestantes com hipertensão crônica (leve para moderada), pois não oferece prejuízos no fluxo uteroplacentário e fetoplacentário.Purpose: this study, using verapamil, a slow calcium channel blocker, was a randomized, clinical, double blind and placebo controlled trial, whose objective was to observe if there was a uteroplacental and fetoplacental flow variation during its chronic oral use. Methods: 123 patients were accompanied: study group (n = 61), submitted to verapamil 240 mg/day and control group (n = 62), submitted to placebo. These patients were randomized into groups of four women and treatment or placebo was given for thirty days. A flow examination of the uterine arteries and umbilical artery through doppler-velocimetry was recorded. The values of resistance (RI) and pulsatility index (PI) and of the systole/diastole ratio (S/D) of the arteries were compared after the drug administration calculating means and standard deviations. Results: the verapamil group showed RI = 0.82 (0.28), PI = 1.06 (0.12) and S/D = 2.42 (0.51) in the uterine arteries. The placebo group showed RI = 0.75 (0.35), PI = 1.00 (0.18) and S/D = 2.30 (0.38). When we analyzed the umbilical artery, the verapamil group showed RI = 0.73 (0.12), PI = 1.04 (0.13) and S/D = 2.94 (0.32). The placebo group showed RI = 0.70 (0.14), PI = 1.03 (0.07) and S/D = 3.02 (0.78). The statistical analysis of the differences of the means by the F ratio showed that there was no difference between these two groups. Conclusion: this study indicates the use of verapamil for chronic hypertensive pregnants since it does not provoke damage to the uterine and fetal blood flow.