The international movement for health promotion began in the 1980s. The I International Conference on Health Promotion, November 1986, in Ottawa, Canada, signals the historical milestone for the paradigm shift. Discussions based on the Alma-Ata Declaration on Primary Health Care in the WHO document on Health for All, as well as on the debate at the World Health Assembly, originated the “The Ottawa Charter for Health Promotion”(1). According to the document: "Health promotion is the process of enabling people to increase control over, and to improve, their health."1 Promoting health is now an obligation in the various health systems, articulated to actions that aim to respond to the diversity of social needs not dissociated from human potentialities. In the new paradigm of intervention of the health sector the approach goes beyond national considerations, appealing to the participation of actors and partnerships and the articulation between research and clinical practice. In this pact, everyone will have a role to play in disseminating reference practices - citizens, health professionals, educators, workers in the various sectors, municipalities and the Government(2). Changes in the coming years will pose challenges for all sectors of society (from education, the environment, the economy, the quality of services and skills of professionals), where policies will play an important role for their demands on health promotion(3). The research that has been done in this context highlights that the specific regional needs identified during the policy-building process reinforce the wealth of developing, in an innovative, democratic and participatory way, actions that can give meaning to health promotion. It is the example of the study that announces the sustainability of public health promotion policies, highlighting the formation of collaborative networks, as well as political and legislative consistency that allows the continuity of interventions(4). Other studies, based on review processes in the political area, state their importance for their contribution in the production and diffusion of knowledge in the area, subsidising guidelines and mechanisms for research, training and permanent education on the subject. This is the case of the study that highlights the need to create new advocacy arrangements and good governance through the creation of spaces for intergovernmental and intersectoral articulation, a path that tends to increase and for regional participation in the process of policy formulation. Collective work meetings seem to account for interregional, intersectoral and intergenerational learning, by the existence of validation of peers and partners, as well as the contributions of this process to the strengthening of the strategic agenda of Collective Health(5). In this transition process, the initiatives of citizens and society in general will be fundamental in reducing chronic diseases, increasing quality and access to scientific evidence, without, however, losing the reinforcement of the State's role in guaranteeing living conditions to the population, "so as not to run the risk of asserting a policy that, in particular, blames and makes the individual responsible for his / her non-health"(6). This edition of RBPS presents results of studies of diversified interest in the field of health promotion, generators of reflections in readers interested on the themes. It integrates eleven articles in Portuguese, selected among those presented at the 6º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (www.ciaiq.org), which took place in Salamanca in July 2017. For their selection was considered the evaluation of the articles by the scientific committee of CIAIQ. They were also subject to enlargement and verification by the invited editors. The selection also considered the editorial objectives of RBPS. It is intended with this edition to contribute to the scientific, theoretical and methodological development in Health as science and profession. It once again expresses unequivocally that health promotion is a vast field of study, the plurality of which explains the diversity of problems, research issues and methodological options. The qualitative nature common to the articles in this issue is an increasingly present approach in research in the health area, since contacting the different perspectives and meanings of the phenomena of the health-disease process contributes effectively to the promotion of health, promoting a greater adhesion in health actions implemented individually and collectively, through adjusted responses to recipients and health service providers(7). The discussion of the following studies contributes to the strengthening of the scientific community, which is identified both by the elucidation of the practices and by the theoretical foundation, opening the range of approaches in the field of action. O movimento internacional em torno da promoção da saúde teve início na década de 80 do século XX. A I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em novembro de 1986, em Ottawa, Canadá, sinaliza o marco histórico para a mudança de paradigma. As discussões baseadas na Declaração de Alma-Ata para os Cuidados Primários em Saúde, no documento da OMS sobre Saúde Para Todos, assim como no debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde originaram a ‘Carta de Ottawa’(1). De acordo com o documento: “Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”(1). Promover a saúde é hoje uma obrigação nos diversos sistemas de saúde, articulada a ações que visam dar resposta à diversidade de necessidades sociais não dissociadas das potencialidades humanas. No novo paradigma de intervenção do setor da saúde a abordagem extravasa as considerações nacionais, apelando à participação de atores e de parcerias e à articulação entre a investigação e a prática clínica. Neste pacto, todos terão um papel a desempenhar na disseminação de práticas de referência – os cidadãos, os profissionais de saúde, os educadores, os trabalhadores dos vários setores, autarquias e o Governo(2). As mudanças que se avizinham nos próximos anos implicarão desafios para todos os setores da sociedade (desde a educação, ao meio ambiente, à economia, à qualidade dos serviços e às competências dos profissionais), em que as políticas assumirão um papel importante pela sua exigência na promoção de saúde(3). A investigação que tem sido feita, neste âmbito, destaca que as necessidades regionais específicas, identificadas durante o processo de construção da política, reforçam a riqueza de desenvolver, de forma inovadora, democrática e participativa, ações que possam dar sentido à promoção da saúde. É o exemplo do estudo que anuncia a sustentabilidade das políticas públicas de promoção de saúde, destacando a formação de redes colaborativas, além de consistência política e legislativa que permita a continuidade das intervenções(4). Já outros estudos, oriundos de processos de revisão na área política, enunciam a sua importância pelo seu contributo na produção e difusão do conhecimento na área, subsidiando diretrizes e mecanismos de pesquisa, formação e educação permanente sobre a temática. É o caso do estudo que destaca a necessidade da constituição de novos arranjos de advocacy e boa governança mediante a criação de espaços de articulação intergovernamental e intersectorial, caminho que tende para a ascensão e participação regional no processo de formulação de uma política. Encontros de trabalho coletivo parecem dar conta de uma aprendizagem inter-regional, intersectorial e intergeracional, pela existência de validação dos pares e parceiros, além das contribuições deste processo para o fortalecimento da agenda estratégica da Saúde Coletiva(5). Neste processo de transição as iniciativas dos cidadãos e da sociedade em geral serão fundamentais na redução das doenças crónicas, no incremento da qualidade e no acesso a evidências científicas, sem, no entanto, perder o reforço do papel do Estado na garantia das condições de vida à população, “para não se correr o risco de se afirmar uma política que, principalmente, culpabiliza e responsa¬biliza o indivíduo pela sua não saúde”(6). Esta edição da RBPS apresenta resultados de estudos de interesse diversificado no campo da promoção da saúde, geradores de reflexões nos leitores interessados pelos temas. Integra onze artigos em português, selecionados entre aqueles que foram apresentados no 6º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (www.ciaiq.org), que teve lugar em Salamanca em Julho de 2017. Para a sua seleção foi considerada a avaliação dos artigos pela comissão científica do CIAIQ. Foram ainda sujeitos a ampliação e a verificação pelos editores convidados. A seleção considerou ainda os objetivos editoriais da RBPS. Pretende-se com esta edição contribuir para o desenvolvimento científico, teórico e metodológico em Saúde como ciência e profissão. Mais uma vez exprime, inequivocamente, que a promoção de saúde é um campo vasto de estudo, cuja pluralidade explica a diversidade dos problemas, questões de investigação e opções metodológicas. Destaca-se a natureza qualitativa comum aos artigos que constam desta edição, uma abordagem cada vez mais presente na investigação na área da saúde, uma vez que contactar com as diferentes perspetivas e significações dos fenómenos do processo saúde-doença contribui efetivamente para a promoção da saúde, promovendo uma maior adesão em ações de saúde implementadas individual e coletivamente, através de respostas ajustadas a recetores e prestadores de serviços de saúde(7). A discussão dos estudos que se seguem contribui para fortalecer a comunidade científica, que se identifica tanto pela elucidação das práticas, como pelo fundamento teórico, abrindo o leque de abordagens no terreno da ação.