Kanashiro, Ana Lucia Andrade Noronha, Li, Li Min, 1964, Min, Li, 1964, Fonseca, Ronaldo Guimarães, Leite, João Pereira, Campos, Gastão Wagner de Sousa, Cardoso, Tânia Aparecida Marchiori de Oliveira, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, and UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Orientador: Li Li Min Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas Resumo: A prevalência de epilepsia ao redor do mundo é estimada em 10/1.000 pessoas; no entanto, o acesso ao tratamento é muito variável. Muitas pessoas não são tratadas, principalmente nos países com desenvolvimento não equilibrado entre as diversas áreas. No Brasil, os estudos epidemiológicos realizados até o momento não haviam abordado o assunto da lacuna de tratamento farmacológico, sendo que este nunca houvera sido medido e suas causas não haviam ainda sido estudadas. Este trabalho teve como objetivo: 1) definir a prevalência da epilepsia em duas áreas urbanas do sudeste do Brasil; 2) definir a lacuna de tratamento farmacológico em pessoas com epilepsia ativa identificadas nessas regiões e 3) extrapolar os dados epidemiológicos encontrados para o Brasil. Foi realizada uma estimativa da lacuna de tratamento da epilepsia, de forma indireta, que nos motivou a investigar melhor a epidemiologia da condição. Posteriormente, nós realizamos um levantamento epidemiológico, utilizando um questionário de rastreamento (sensibilidade 95,8%, especificidade 97,8%) e um questionário validado para classificação sócio-econômica, para determinar a prevalência e a lacuna de tratamento da epilepsia e a influência do fator sócio-econômico sobre elas, em duas áreas urbanas do sudeste do Brasil. De acordo com as estimativas da primeira fase do estudo, a lacuna de tratamento farmacológico da epilepsia em Campinas foi de 56% e em São José do Rio Preto, 59%. Na segunda fase do estudo, em uma população de 96.300 pessoas, encontramos a prevalência acumulada da epilepsia de 9,2/1.000 pessoas [CI 95% 8,4-10,0] e a prevalência de epilepsia ativa, de 5,4/1.000 pessoas [CI 95% 4,8-6,0]. A lacuna de tratamento farmacológico encontrada foi 37,6%. Pudemos identificar influência das diferenças entre os extratos sociais na prevalência da epilepsia, pois nos extratos mais privilegiados (A e B) houve menor prevalência do que nos menos favorecidos (C e D+E): 1,6 e 3,1/1.000 pessoas e 6,3 e 7,5/1.000 pessoas, respectivamente, como prevalência da epilepsia ativa. Não houve interferência dos extratos sociais sobre a lacuna de tratamento. A prevalência de epilepsia em nossa área de estudo é semelhante à de outros países e a lacuna de tratamento farmacológico é alta. A epilepsia é mais prevalente entre os menos ricos. O compromisso do sistema de saúde brasileiro com a melhora da qualidade de manejo de saúde das pessoas com epilepsia e a educação continuada sobre a condição são urgentemente necessários Abstract: The worldwide prevalence of epilepsy is estimated at 10/1,000; however, access to treatment is variable. Many people go untreated, particularly in resource-poor countries. In Brazil, the epidemiologic studies never have approached the pharmacological treatment gap of epilepsy. The objectives of this study are: 1) to determine the epilepsy prevalence in two urban areas in South-East of Brazil; 2) to determine the epilepsy pharmacological treatment gap in people with active epilepsy identified in those regions; and 3) extrapolate the epidemiological data to Brazil. The epilepsy treatment gap had been indirect estimated, and the results prompted us to further investigate this situation. Subsequently, we carried out an epidemiologic survey, using a validated screening questionnaire (sensitivity 95.8%, specificity 97.8%) and a validated instrument for socio-economic classification, to determine the epilepsy prevalence and treatment gap and the influence of socioeconomic factor in two urban areas in South-East of Brazil. According to estimative at the first step of the study, the epilepsy pharmacological treatment gap in Campinas was 56% and in São José do Rio Preto was 59%. At the second step of the study, a epidemiological survey in 96.300 people, we found the cumulative prevalence of 9.2/1,000 people [CI 95% 8.4-10.0] and the active epilepsy prevalence of 5.4/1,000 people [CI 95% 4.8-6.0]. The pharmacological treatment gap in the catchment area was 37.6%. We could identify the differences among social classes in epilepsy prevalence, as the wealthier ones (A and B) had smaller prevalence active prevalence than in poorer ones (C and D+E): 1.6 and 3.1/1,000 people for class A and B and 6.3 and 7.5/1,000 people for class C and D+E. There was not social class interference over treatment gap. Epilepsy prevalence in our studied area is similar to other countries, and the pharmacological treatment gap is high. Epilepsy is more prevalent among the less wealth people. Commitment of the Brazilian health system towards improvement of the quality of health management for people with epilepsy and the continue education about the condition are urgently needed. Doutorado Neurologia Doutor em Ciências Médicas