Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Background: Brachycephalic breeds are well known to have anatomical skull changes that are responsible, directly or indirectly, for ocular alterations, known as ocular brachycephalic syndrome. The most common diseases include entropion, distichiasis, trichiasis, keratoconjunctivitis sicca, ectopic cilia and corneal ulceration. When not treated, they lead to permanent damage, causing a decrease of the dogs’ vision acuity and compromise their wellbeing. Purpose: This prospective study aims to describe a sample of brachycephalic dogs concerning their breed, age, gender, clinical signs, ocular alterations, medical and surgical treatment and their outcomes, to better characterize the disease complex ocular brachycephalic syndrome. Materials & Methods: The studied population consisted of 47 brachycephalic dogs. The clinical approach included an ophthalmological examination, including assessment of ocular reflexes and responses, Schirmer tear test, tonometry, biomicroscopy and fundoscopy. Originated data was organized in a database using Microsoft Office Excel 2007® and statistical analysis was performed using descriptive statistics with the software IBM SPSS Statistics 20®. Results: The population in study was composed of 49% females and 51% males, including 45% French Bulldogs, 34% Pugs, 7% English Bulldogs, 4% Boston Terriers, 4% Bullmastiffs, 2% Boxers, 2% Shar-Peis and 2% Shih-Tzus, with an age range between 4 months and 12 years old. The most frequent clinical signs were blepharospasm in 28% of the animals, conjunctivitis in 26%, ocular discharge in 19%, and epiphora in 15% of the cases. The most frequent ocular abnormalities were macroblepharon in 75%, entropion in 45%, corneal ulcers in 40%, corneal pigmentation in 28%, corneal opacity in 23% and distichiasis in 21% of the studied animals. There was a higher incidence of corneal pigmentation in Pugs (62%) and corneal opacity in French Bulldogs (82%). The surgical techniques more frequently used were medial canthoplasty in 28% and electroepilation in 11% of the cases, with a good recovery and without post-operative complications. Medical treatment was indicated in cases of superficial ulcers, management of keratoconjunctivitis sicca and during surgical recovery. Conclusions: This study allowed the perception of the incidence of ocular alterations related to the brachycephalic conformation. Some differences between breeds were noted, including a higher incidence of corneal pigmentation in Pugs and corneal opacity in French Bulldogs, which suggests that some brachycephalic breeds may be predisposed to certain ocular abnormalities. The percentage of secondary problems such as ulcers was high, which highlights the importance of a regular ophthalmological check-up, so that an early diagnosis of the primary disorders can be achieved, avoiding the development of secondary alterations and allowing for the institution of an adequate treatment. RESUMO - SÍNDROME OCULAR BRAQUICEFÁLICO - Introdução: As raças braquicefálicas são conhecidas por apresentarem modificações anatómicas que são responsáveis, diretamente ou indiretamente, por doenças oculares que formam a síndrome ocular braquicefálico. As alterações mais comuns incluem entrópion, distiquíase, triquíase, queratoconjuntivite seca e úlceras. Quando não são corrigidas, podem comprometer a acuidade visual destes cães, e também o seu bem-estar. Objetivo: Este estudo prospetivo tem como objetivo descrever uma amostra de cães braquicefálicos relativamente à sua raça, idade, género, sinais clínicos, alterações oculares, tratamento médico, cirúrgico e os seus resultados, para melhor caracterizar a síndrome ocular. Materiais e Métodos: A população em estudo consistiu em 47 cães braquicefálicos. A abordagem clínica consistiu na realização de um exame oftalmológico e a determinação dos reflexos e respostas oculares, teste de Schirmer, tonometria, biomicroscopia e fundoscopia. Os dados resultantes foram organizados numa base de dados recorrendo a Microsoft Office Excel 2007® e a análise estatística foi realizada com o software IBM SPSS Statistics 20®. Resultados: a população estudada foi composta por 49% fêmeas e 51% machos, incluindo 45 % Bulldogs Franceses, 34% Pugs, 7% Bulldogs Ingleses, 4% Boston Terriers, 4% Bullmastiffs, 2% Boxers, 2% Shar-Peis e 2% Shih Tzus, com idades compreendida entre os 4 meses e os 12 anos. Os sinais clínicos mais frequentes foram blefarospasmo em 28%, conjuntivite em 26%, corrimento ocular em 19% e epífora em 15% dos casos. Após um exame oftalmológico que incluiu a determinação dos reflexos e respostas oculares, e uma inspeção mais detalhada com um oftalmoscópio, alguns exames complementares foram realizados. As alterações oculares mais frequentes foram macrobléfaro em 75%, entrópion em 45%, úlceras da córnea em 40%, pigmentação da córnea em 28%, opacidade da córnea em 23% e distiquíase em 21% dos animais. A incidência de pigmentação corneal em Pugs (62%) e opacidade corneal em Bulldogues Franceses (82%) foi elevada. As técnicas cirúrgicas mais frequentes foram a cantoplastia medial em 28% e eletroepilação em 11% dos casos, com uma boa recuperação e sem complicações pós-cirúrgicas. O tratamento médico foi indicado em casos de úlceras superficiais, queratoconjuntivite seca e durante a recuperação pós-cirúrgica. Conclusões: O estudo permitiu a perceção da incidência de alterações oculares relacionadas com a conformação braquicefálica. Algumas diferenças entre raças foram notadas, e a maior incidência de pigmentação em Pugs e opacidade corneal em Bulldogues Franceses sugere que algumas raças poderão estar predispostas a certas alterações oculares. A percentagem de problemas secundários, como úlceras da córnea, foi elevada, evidenciando a importância da realização de um exame oftalmológico regularmente, para que se diagnostiquem precocemente as alterações primárias. Deste modo não se desenvolvem problemas secundários e torna-se possível a instituição de um tratamento adequado atempadamente. N/A