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O ácido salicílico (AS) pode ser usado como atenuador de estresses causados por herbicidas em plantas e, assim, viabilizar a utilização de flumioxazin na cultura do trigo. Diante disso, objetivou-se avaliar o efeito do AS como atenuador de fitotoxicidade causada por flumioxazin na cultura do trigo. Realizou-se um experimento em campo, de maio a setembro de 2015, no delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos aplicados foram: controle (sem herbicida, sem AS e capinado); flumioxazin (40 g.ha-1); flumioxazin + AS em mistura de calda (40 g.ha-1 + 0,5 mM); flumioxazin + AS em mistura de calda + AS 7 dias após a aplicação (DAA) do herbicida (40 g.ha-1 + 0,5 mM + 0,5 mM); AS (0,5 mM). Foram realizadas avaliações de índice SPAD, fitotoxicidade, massa de mil grãos, peso hectolitro e produtividade. A mistura de AS com flumioxazin aumentou em 7% o índice SPAD aos 21 DAA, reduziu em 30% a fitotoxicidade aos 28 DAA e elevou em 3,43% a produtividade em relação à aplicação isolada de flumioxazin. A aplicação adicional de AS aos 7 DAA reduziu a fitotoxicidade em até 50%, aumentou em até 8,72% o índice SPAD e possibilitou ganhos de 1,49% na produtividade e de 5,46% no peso hectolitro, quando comparado ao herbicida aplicado isoladamente. A aplicação de AS atenuou o estresse causado por flumioxazin no trigo.

Uma das técnicas alternativas que minimizam o efeito de herbicidas de longo período residual consiste no cultivo de espécies vegetais que se associam a microbiota do solo, acelerando a degradação do agrotóxico no ambiente. Assim, objetivou-se neste trabalho avaliar o impacto do herbicida sulfentrazone sobre a atividade e a biomassa microbiana em solo com e sem cultivo de Canavalia ensiformis, como espécie remediadora. Amostras de solo foram coletadas em um experimento de campo onde os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 2x2 (aplicação ou não do sulfentrazone associados ou não ao cultivo de C. ensiformis), em blocos casualizados, com quatro repetições. As datas de coleta das amostras de solo foram 15 e 70 dias após o plantio da espécie remediadora. Em laboratório, avaliou-se o carbono do CO2 (C-CO2) liberado, o carbono da biomassa microbiana (CBM) e foi calculado o quociente metabólico (qCO2). Com o cultivo de C. ensiformis, nas amostras de solo tratadas ou não com herbicida ocorreram oscilações nos valores do C-CO2 liberado e do CBM. Todavia, o qCO2 foi menor nos tratamentos com aplicação do sulfentrazone e com o cultivo da planta remediadora, indicando que cultivar C. ensiformis em áreas contaminadas com sulfentrazone reduz o efeito prejudicial sobre a atividade biológica do solo, proporcionando aumentos dos valores do CBM e proporcionando um equilíbrio do sistema.

Considerando a importância dos microrganismos do solo, objetivou-se avaliar a biomassa e atividade microbiana em um Argissolo Vermelho-Amarelo, submetido aos sistemas de plantio direto e convencional e às sucessões de culturas milho-feijão e soja-trigo por dez anos. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. Nas parcelas foram dispostos os sistemas de plantio, e nas subparcelas, as sucessões de culturas. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades 0-5, 5-10 e 10-15 cm, e nelas determinadas o carbono da biomassa microbiana, respiração basal do solo e o carbono orgânico total, e calculados os índices quociente metabólico e quociente microbiano. Não houve diferença no carbono da biomassa microbiana entre os sistemas de plantio e as sucessões de culturas em nenhuma das profundidades amostradas. A taxa respiratória dos microrganismos diferiu entre sucessões de culturas na profundidade de 0-5 cm, com maior valor para a sucessão soja-trigo. O carbono orgânico nas profundidades de 5-10 e 10-15 cm foi 27,1 e 37,5% maiores no plantio convencional do que no plantio direto, respectivamente. O quociente microbiano, na profundidade de 10-15 cm, foi maior no plantio direto. Conclui-se que as sucessões de culturas influenciam a taxa respiratória dos microrganismos no solo, principalmente em menor profundidade. A sucessão soja-trigo proporciona maior atividade dos microrganismos no solo estudado. Não houve diferença na biomassa e atividade microbiana entre os sistemas analisados nas camadas superficiais do solo, após dez anos de cultivo consecutivos, possivelmente porque não houve, em ambos, restrições químicas e/ou físicas marcantes, como compactação.

O uso de herbicidas com longa atividade residual no solo reduz o número de aplicações e o custo de produção, mas pode causar efeitos negativos às culturas sensíveis implantadas em sucessão. Dois experimentos em campo foram realizados para avaliar o efeito residual de herbicidas sobre as culturas do milho e da soja. Utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro herbicidas: Atrazine, Flumioxazin, Metribuzin e mistura DHS (Diuron, Hexazinone e Sulfometuron-methyl), além do controle sem herbicida. A semeadura do milho e da soja ocorreu 120 dias após a aplicação dos herbicidas em pré-emergência das plantas daninhas. Realizou-se avaliações de índice SPAD(Soil Plant Analysis Development), matéria seca da parte aérea e produtividade para ambas as culturas. Para a cultura da soja determinou-se também o número de grãos e vagem por planta e o peso de mil grãos. O residual de herbicidas no solo causou efeitos fitotóxicos às culturas do milho e da soja, diminuindo a intensidade da cor verde das folhas, a matéria seca da parte aérea e a produtividade. Não foi observado efeito residual de Atrazine e Metribuzin sobre o milho. A atividade residual da Mistura DHS no solo causa maior toxicidade para o milho e a soja, com efeito negativo em todas variáveis analisadas.

A seleção de espécies bioindicadoras do ethoxysulfuron pode viabilizar o estudo do comportamento deste herbicida no solo pela técnica de bioensaio, constituindo assim o objetivo deste trabalho. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, em que quatro espécies vegetais (sorgo, pepino, beterraba e tomate) foram cultivadas em solo submetido à aplicação de seis doses de ethoxysulfuron (0; 18,75; 37,5; 75; 112,5 e 150 g ha-1). Avaliou-se a fitointoxicação, altura de plantas (ALT) e matéria seca da parte aérea (MSPA), da raiz (MSR) e total (MST). Foram observados diferentes níveis de tolerância das espécies ao herbicida: o aumento das doses de ethoxysulfuron reduziu as variáveis ALT, MSPA, MSR e MST e aumentou a fitointoxicação para pepino, beterraba e tomate. O sorgo apresentou baixa sensibilidade ao herbicida. As maiores doses avaliadas inibiram o crescimento em altura e o acúmulo de matéria seca do pepino. A beterraba se comportou como espécie extremamente sensível, com redução de 100% em ALT e matéria seca a partir da segunda menor dose (37,5 g ha-1). Entre as espécies avaliadas, o pepino apresenta maior potencial para uso como bioindicadora em estudos com ethoxysulfuron.