Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Esta disertación explora de qué forma las hibridaciones entre ser humano y ambientes naturales no urbanos contribuyen a configurar las estrategias de atención, de construcción de conocimiento y de interacción con el mundo del sujeto y cómo, recursivamente, las actitudes perceptivo-cognitivas y las maneras de acercarse a lo real, de imputar sentido a los fenómenos y de interactuar con el ambiente practicadas por el sujeto condicionan y contribuyen a definir las hibridaciones entre humanos y no humanos. Lo que guía esa exploración es el concepto de híbrido que, inspirándome en Bruno Latour (2008), concibo como una asociación entre elementos sin características inherentes, compenetrados, que se redefinen, recrean e reconfiguran recíprocamente. Utilizo como operadores cognitivos una narrativa literaria y una cinematográfica: el libro autobiográfico Dersu Uzala del escritor y explorador ruso Vladimir Klavdievich Arseniev (1872-1930), publicado por primera vez en 1923, y la película homónima del director japonés Akira Kurosawa (1910-1998), lanzada en 1975. Estas obras reconstruyen tres expediciones realizadas por Arseniev a principios del siglo XX en la región siberiana del Ussuri que tuvieron como guía al cazador nómada de etnia gold Dersu Uzala, con quien el escritor construyó una profunda amistad. La elección de hacer dialogar en el mismo plan a dos modos complementares de conocimiento, arte y ciencia, se fundamenta en la concepción de Edgar Morin (2003b) de la literatura y el cine como escuelas de vida y de complejidad humana y en la visión de Claude Lévi- Strauss (2007) del arte como modelo reducido que favorece una mirada más abarcadora sobre los fenómenos. Inicialmente, pongo en relación mi investigación con los trabajos de Silmara Lídia Marton (2008) y Samir Cristino de Souza (2009), que analizaron las estrategias de construcción de conocimiento y de interacción con el mundo de un habitante de la Laguna de Piató (Municipio de Assú, Estado de Rio Grande do Norte, Brasil), Francisco Lucas da Silva, y muestro algunas analogías entre estas y las de Dersu Uzala, ambas productos de determinadas hibridaciones con el ambiente. A continuación, exploro las implicaciones cognitivas de la amistad de Arseniev con el cazador gold, metáfora/encarnación del diálogo posible entre saberes de matrices diferentes. En un tercer momento, dialogando con pensadores que se interrogaron sobre el trinomio hombre-naturaleza-representaciones y con las narrativas de Arseniev (1997) y Kurosawa (1975), reflexiono sobre las ideas de híbrido, de humano y no humano, de vivo y no vivo, de proximidad y distancia del sujeto con respecto a otros sistemas de lectura del mundo, de relación directa y mediada con lo real, de ambientes naturales urbanos y no urbanos. A seguir, incursiono en el libro de Arseniev y en el largometraje de Kurosawa intentando identificar qué factores más contribuyeron para configurar las estrategias de conocimiento y de interacción con el ambiente manifestadas por el explorador y por el cazador gold y, recursivamente, de qué forma esas estrategias contribuyeron a definir sus hibridaciones con el ambiente siberiano. Por último, a partir de las reflexiones tejidas a lo largo del trabajo, me interrogo sobre lo que ellas pueden decirnos sobre nuestra forma de interactuar con la naturaleza no humana y sobre el diálogo entre distintas formas de percibir, conocer y relacionarse con el mundo Esta dissertação explora de que forma as hibridações entre ser humano e ambientes naturais não-urbanos contribuem a configurar as estratégias de atenção, de construção de conhecimento e de interação com o mundo do sujeito e como, recursivamente, as atitudes perceptivo-cognitivas e as maneiras de se aproximar ao real, de imputar sentido aos fenômenos e de interagir com o ambiente praticadas pelo sujeito condicionam e contribuem a definir as hibridações entre humanos e não-humanos. Norteia essa exploração o conceito de híbrido que, inspirando-me em Bruno Latour (2008), concebo como uma associação entre elementos sem características inerentes, mutuamente imbricados e que o tempo todo se redefinem, recriam e reconfiguram reciprocamente. Utilizo como operadores cognitivos para realizar essa exploração uma narrativa literária e uma cinematográfica: o livro autobiográfico Dersu Uzala do escritor e explorador russo Vladimir Klavdievich Arseniev (1872-1930), publicado pela primeira vez em 1923, e o filme homônimo do diretor japonês Akira Kurosawa (1910-1998), lançado em 1975. Estas obras reconstroem três expedições realizadas por Arseniev no começo do século XX na região siberiana do Uçuri tendo como guia o caçador nômade de etnia gold Dersu Uzala, com quem o escritor travou uma profunda amizade. A escolha de fazer dialogar no mesmo plano dois registros complementares de conhecimento, arte e ciência, fundamenta-se na concepção de Edgar Morin (2003b) da literatura e o cinema como escolas de vida e de complexidade humana e na visão de Claude Lévi-Strauss (2007) da arte como modelo reduzido que favorece um olhar mais abrangente sobre os fenômenos. Inicialmente, relaciono minha pesquisa com os trabalhos de Silmara Lídia Marton (2008) e Samir Cristino de Souza (2009), que analisaram as estratégias de construção de conhecimento e interação com o mundo de um habitante da Lagoa do Piató (Município de Assu, Rio Grande do Norte), Francisco Lucas da Silva, e mostro algumas analogias entre estas e as de Dersu Uzala, ambas produtos de determinadas hibridações com o ambiente. Em seguida, exploro as implicações cognitivas da amizade de Arseniev com o caçador gold, metáfora/encarnação do diálogo possível entre saberes de matriz diferente. Em um terceiro momento, dialogando com pensadores que se interrogaram sobre o trinômio homem-natureza-representações e com as narrativas de Arseniev (1997) e Kurosawa (1975), reflito sobre as idéias de híbrido, de humano e nãohumano, de vivo e não-vivo, de proximidade e afastamento de outros sistemas leitores do mundo, de relação direta e mediada com o real, de ambientes naturais urbanos e não-urbanos. Em seguida, incursiono no livro de Arseniev e no longa-metragem de Kurosawa tentando identificar quais fatores mais contribuíram a configurar as estratégias de conhecimento e de interação com o ambiente manifestadas pelo explorador e o caçador gold e, recursivamente, de que forma tais estratégias contribuíram a definir suas hibridações com o ambiente siberiano. Por último, a partir das reflexões tecidas ao longo do trabalho, me interrogo sobre o que elas podem nos dizer acerca da nossa forma de interagir com a natureza não-humana e sobre o diálogo entre diversas formas de perceber, conhecer e relacionar-se com o mundo