INTRODUÇÃO: A infecção pelo Vírus da Hepatite B (HBV) é um problema mundial de saúde pública, e o custo do tratamento para hepatite B é elevado. Os acidentes de trabalho com material biológico entre Trabalhadores da Área da Saúde (TAS) apresentam risco de transmissão desse vírus. A principal prevenção contra o HBV é a vacinação seguida da realização do teste anti-HBs após um a dois meses da última dose da vacina, entretanto o exame não é uma rotina pós-vacinação primária no Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil. OBJETIVOS: Comparar o custo direto médico, sob a perspectiva do SUS, da avaliação do status sorológico após as três doses da vacina contra hepatite B ou após vacinação primária para hepatite B com o manejo pós-exposição ocupacional, relacionado ao vírus da hepatite B entre trabalhadores da área da saúde, vítimas de acidente com material biológico. Os objetivos específicos: descrever características sociodemográficas e laborais, identificar o perfil dos acidentes, identificar o histórico vacinal e status sorológico para hepatite B e quantificar o custo direto do manejo pós-exposição e das medidas de prevenção para hepatite B. METODOLOGIA: estudo transversal, descritivo e de avaliação econômica parcial do tipo análise de custo, com enfoque no custo direto médico entre TAS, vítimas de acidentes com material biológico no município de Goiânia, acidentes registrados no banco de dados do SINAN-NET, no período de 2006 a 2016. RESULTADOS: foram registrados 7.265 acidentes com material biológico, sendo, predominantemente, entre TAS do sexo feminino (80,5%), da equipe de enfermagem (55,2%), com ensino médio (43,0%), acidentes que envolveram sangue (74,4%) e acidentes percutâneos (72,4%). A média de idade entre os TAS foi de 34 anos, sendo a faixa etária de 21 a 30 anos a mais predominante. Entre os TAS expostos, 85,1% possuíam as três doses da vacina e desses, 44,6% realizaram o teste anti-HBs no momento do acidente. A prevalência de HBsAg entre pacientes-fonte conhecidos foi de 1,8% (IC 95% 1,0 – 3,2). Os custos analisados, neste estudo, foram o teste anti-HBs, teste HBsAg, IGHAHB e consulta médica em saúde do trabalhador. Considerando esse histórico, o custo direto do manejo pós- exposição ocupacional para hepatite B entre vítimas foi avaliado em quatro diferentes cenários, nominados A, B, C e D, e o custo direto variou de R$ 3.615,52 (Int$ 6.573,67) a R$ 835.751,52 (Int$ 1.519.548,22). Os cenários de pós-exposição ao HBV que apresentaram maior impacto de custo direto médico para o SUS foram os cenários em que os TAS possuíam anti-HBs < 10 UI/ml e foram expostos a paciente-fonte HBsAg positivo e a paciente-fonte desconhecido. O custo direto da realização do teste anti-HBs após vacinação primária entre 7.265 TAS foi de R$ 207.415,75 (Int$ 377.119,54). CONCLUSÃO: O custo direto per capita do manejo pós-exposição foi mais elevado do que o custo direto da realização do teste anti-HBs pós-vacinação primária entre TAS, vítimas de acidente com material biológico, dinheiro que poderia ser investido em políticas para saúde do trabalhador. INTRODUCTION: Hepatitis B virus (HBV) infection is a worldwide public health problem and the cost of treatment for hepatitis B is high. Work related accidents with biological material among health care workers present a risk of transmission of this virus. The primary preventive measure against HBV is vaccination, followed by an anti-HBs test one to two months after the final dose of the vaccine, however this test is not part of the pre-exposure routine in Brazilian public health. OBJECTIVES: To compare the direct medical cost, from the public health perspective, of the evaluation of pre-exposure serological status vs the post-exposure management of hepatitis B virus-related occupational exposure among exposed health care workers. The specific objectives were to describe sociodemographic and job characteristics, to classify the profile of accidents, to identify the vaccination history and serological status for hepatitis B, and to quantify the direct cost of post-exposure management and preventive measures for hepatitis B. METHODOLOGY: A cross-sectional, descriptive study with a partial economic evaluation of the cost analysis type, focusing on direct medical costs among health care workers exposed to biological material in the municipality of Goiania, accidents registered in the SINAN-NET database in the period 2006-2016. RESULTS: This study included 7,265 recorded accidents with biological material, being predominantly female health care workers (80.5%), nursing staff (55.2%) with secondary education (43.0%), with accidents involving blood (74.4%), those being percutaneous (72.4%). The mean age was 34 years, with the age group 21-30 years being the most predominant. Among those exposed, 85.1% received all three doses of the vaccine, and of those, 44.6% performed the anti-HBs test at the time of the accident. The prevalence of HBsAg among known source patients was 1.8% (95% CI 1.0- 3.2). The costs analyzed in this study were the anti-HBs test, HBsAg test, IGHAHB and a worker health office visit. Considering this history, the direct cost of occupational post- exposure management for hepatitis B among victims was evaluated in four different scenarios, and the direct cost ranged from R$ 3,615.52 (Int$ 6.573,67) to R$ 835,751.52 (Int$1.519.548,22). The post-exposure scenarios for HBV that presented the greatest direct medical cost impact for public health were the scenarios in which the porkers had anti-HBs