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O objetivo deste estudo é comparar o valor agregado alimentar gerado por Sistemas Agroindustriais Familiares (SAFs) ecológicos e não ecológicas. Baseando-se no método de avaliação econômico-financeira do valor agregado foram levantados dados de 24 SAFs, sendo 12 ecológicos e 12 não ecológicos, nos anos de 2020 e 2021, na região Sudoeste do Paraná. Os resultados evidenciam maiores valores agregados brutos e líquidos dos SAFs ecológicos em relação aos seus co-irmãos não ecológicos, devido estes últimos possuírem maiores custos com uso de insumos, tecnologias, máquinas e equipamentos modernizados. Já a renda agroindustrial mostrou-se levemente maior nos SAFs não ecológicos do que nos ecológicos, pois os segundos, dividem maiores graus de sua riqueza gerada com outros atores e a economia regional, gerando movimentação nos mercados locais e no chamado efeito multiplicador da economia regional. Abstract: This study compares the food value added by ecological and non-ecological Family Agroindustrial Systems (SAFs). Based on the economic-financial value-added assessment method, data from 24 SAFs were collected, comprising 12 ecological and 12 non-ecological ones, for 2020 and 2021 in the Southwest region of Paraná. The results highlight higher gross and net value added by ecological SAFs compared to their non-ecological counterparts. The latter incurs higher costs for inputs, technology, and modernized machinery and equipment. On the other hand, agroindustrial income was slightly higher in non-ecological SAFs than in ecological ones, as the latter distribute their generated wealth to a greater extent among other stakeholders and the regional economy, thereby stimulating activity in local markets and the so-called regional economic multiplier effect.

O objetivo do trabalho é analisar os desafios e perspectivas para a construção social de cadeias curtas agroalimentares no Brasil, no sentido de compreender os papéis que caberiam as políticas públicas e ao Estado neste tema, mas também refletir as ações dos atores sociais, especialmente dos agricultores familiares e dos consumidores engajados no planejamento rural e regional destes circuitos curtos de produção-consumo. Do lado do Estado, a principal ação é incorporar em sua agenda a discussão das cadeias curtas, atualmente quase inexistente e, dentro disso, apoiar as iniciativas em várias frentes (por exemplo, legislação alimentar, regulação dos mercados e criação de novas políticas públicas, integração/qualificação de políticas já existentes). Do lado dos atores sociais, especialmente os agricultores e consumidores, caberiam alguns papéis estruturantes nestes mercados juntamente como o Estado, por exemplo, conquistar novos consumidores, aumentar a produção e circulação de alimentos mais sustentáveis e saudáveis, construir boas práticas de governança, gerar valores sociais e éticos co-compartilhados nas experiências, inovar em formas de produção e organização social, dentre outros aspectos.

O objetivo do trabalho foi analisar o Programa ABC em termos de concessão de crédito rural “verde”, visando à sustentabilidade do sistema produtivo e a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agricultura. Mais especificamente, analisa-se em que tecnologias e regiões estão sendo investidos os recursos e se estes desembolsos estão adequados com as áreas prioritárias e as demandas ambientais regionais (Macrorregiões e Estados). Em termos metodológicos, o trabalho usa dados quantitativos do MCTIC, IMAFLORA, Programa ABC, Banco Central do Brasil (BCB) (mais especificamente do SICOR e do PROAGRO) e da FGV. Os resultados e conclusões evidenciam que o Programa ABC elegeu as tecnologias adequadas e recomendadas para a redução das emissões de GEE, sendo que a recuperação de áreas de pastagens degradadas é aquela em que são aplicados mais da metade dos recursos. Além disso, os dados de uso dos recursos quando espacializados por regiões e estados brasileiros mostram que estão bem alocados territorialmente em termos de combater os GEE nos locais em que suas taxas são mais elevadas, entretanto, a sua principal rubrica de uso dos recursos que é a recuperação de pastagens degradadas está parcialmente adequada em relação às regiões e estados em que esta tecnologia seria mais necessária à mitigação dos GEE.