CONTEXTO: Em nossa sociedade, sujeitos de orientação homossexual (SOHom) têm sido expostos de maneira incisiva a atitudes de discriminação e preconceito. OBJETIVO: Investigar as dimensões saúde mental, qualidade de vida e identidade psicossocial em homossexuais na maturidade e na velhice. MÉTODO: Os sujeitos foram captados pela estratégia "bola de neve". Foram utilizados procedimentos quantitativos e qualitativos com os instrumentos: MINI Plus, WHOQOL-bref, e entrevistas semiestruturadas por meio do inventário de identidade psicossocial. Foram entrevistados 40 SOHom (grupo de estudo), comparando-os a 40 sujeitos de orientação heterossexual (SOHet) (grupo contraste), pareados individualmente por gênero, idade, escolaridade e classe social. RESULTADOS: Verificou-se maior frequência de transtornos mentais no grupo de estudo com 15 (37,5%) casos, em comparação ao grupo contraste, com oito (20%). O risco de suicídio estava presente em três (7,5%) participantes do grupo de estudo. Dos sujeitos no grupo de estudo com algum transtorno mental, 11 (73,3%) não revelavam a orientação homossexual em áreas significativas de sua vida (p = 0,00001). Os sujeitos homossexuais apresentaram melhor qualidade de vida no domínio social em comparação aos heterossexuais. CONCLUSÃO: Os sujeitos homossexuais desta pesquisa revelaram, na maturidade e na velhice, maior frequência de transtornos mentais, porém melhor qualidade de vida. É possível que a homofobia internalizada possa estar associada a dificuldades psicossociais. Sendo assim, pode-se sugerir que a não revelação da homossexualidade e o esforço no curso da vida em ocultá-la talvez representem fatores associados à maior ocorrência de transtornos mentais.BACKGROUND: In our society subjects with homosexual orientation have been strongly exposed to attitudes of discrimination and prejudice. OBJECTIVE: To investigate the mental health, life quality and psychosocial identity dimensions in subjects with homosexual orientation in the maturity and old age. METHOD: The subjects were identified by using the snowball strategy quantitative and qualitative methods were utilized with the following tools: MINI Plus, WHOQOL-bref, and semi structured interviews through psychosocial identity inventory. Forty subjects with homosexual orientation (study group) were interviewed, comparing them to 40 subjects with heterosexual orientation (contrast group), in pairs of individuals by gender, age, education and social class. RESULTS: A larger frequency of mental disruption was verified in the study group, 15 (37,5%) cases, in comparison to the contrast group, eight (20%) cases. The risk of suicide was present in three (7,5%) individuals of the study group. Of the individuals who presented some mental disruption in the study group, 11 (73,3%) did not reveal the homosexual orientation in significant social areas of their lives (p = 0,00001). The subjects with homosexual orientation presented better life quality in the social domain in comparison to the subjects with heterosexual orientation. DISCUSSION: The homosexual subjects of this research in the maturity and old age showed more frequency of mental disruption, although a better life quality. It is possible that internalized homophobia may be associated with psychosocial difficulties. Thus, the study may suggest that the act of not revealing the homosexuality and the effort across the life course to hide it has strong association with the presence of mental disruption.