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É com grande alegria que apresentamos o segundo número de 2024 da Caminhos – Revista de Ciências da Religião, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Goiás, correspondente ao vol. 22, n. 2. Nosso compromisso incansável com a periodicidade e qualidade editorial é possível graças à colaboração de diversas forças. Desde os dedicados editores assistentes e editores discentes que contribuem com a revista até os pareceristas ad hoc, distribuídos por diferentes regiões do Brasil, e o competente corpo técnico da editora. É essa sinergia que nos permite cumprir rigorosamente os prazos estipulados e manter a excelência que caracteriza a Caminhos.

Vivemos tempos desafiadores e transformadores no Brasil, especialmente no âmbito da educação superior e da pesquisa científica. Enquanto atravessamos um cenário de mudanças políticas, sociais e econômicas, é fundamental refletir sobre o papel e o impacto da ciência, da religião e da educação em nossa sociedade. Neste contexto, a Caminhos - Revista de Ciências da Religião, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), completa mais de duas décadas de atividades comprometidas com a produção e a disseminação do conhecimento nesses campos interdisciplinares.

A relação entre ciência e tradições populares é dinâmica e, ao longo das últimas décadas, até ambígua. Por parte de alguns, concede-se às tradições um status quo de manifestação legítima do ser humano, ainda que radicada nalgum patamar inferior ao da ciência, em termos de impacto sobre o progresso da vida social. Até se toma os saberes populares como fonte de interpretação de múltiplas frentes analíticas, mas sempre submetidos à chancela das ditas metodologias científicas, sem que sejam os autênticos protagonistas do processo de construção. Um exemplo: faz-se doutorado sobre as crenças praticadas por povos ameríndios no interior da Floresta Amazônica, o conteúdo de seus saberes notabiliza quem os estuda, mas nunca – ou quase nunca – oferecendo-lhes lugar de fala com destaque em congressos ou outros meios de difusão científica. Esse, definitivamente, não é o nosso caso. Isto é, não é o caso do presente número de Caminhos – Revista de Ciências da Religião, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e, para além disso, à grande área de avaliação da CAPES Ciências da Religião e Teologia, que historicamente mantém o seu legado de atenção a povos e seus saberes e tradições, como forma de acrescentar ao conjunto temático da humanidade como um todo.

Ao publicar o seu último número de 2023, a Caminhos, revista vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, manifesta seu agradecimento público às pesquisadoras e aos pesquisadores que, ao longo desse ciclo, contribuíram como pareceristas ad hoc, conforme a demanda dos artigos recebidos. Trata-se de um trabalho sem o qual não se poderia dar continuidade ao processo editorial, com foco para a publicação de materiais consistentes e de alto nível acadêmico e científico.

O encontro entre arte e religião é bastante conhecido e se expressa de diferentes maneiras. A religião, como tema radicalmente humano, interpela o/a artista, que responde com criatividade, mobilizando seu espírito. O fazer artístico também é, por isso, exercício espiritual. Esse é o campo em que descobrimos Cora Coralina, artista goiana que soube ler a cultura e o mundo ao seu redor e traduzi-lo em poesia. Seus textos exalam espiritualidade, religiosa ou não, o que nos obriga a reconhecê-la como uma autêntica mística de nosso tempo.

Relatório de Pesquisa de Pós-Doutorado, na área de Teologia Sistemático-Pastoral, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a conclusão do estágio, sob supervisão da professora Dra. Maria Clara Lucchetti Bingemer, com apoio da Bolsa de Pós-Doutorado Júnior (PDJ) promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre 2021 e 2022.

Ao publicar o seu último número de 2022, a Caminhos, revista vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, manifesta seu agradecimento público às pesquisadoras e aos pesquisadores que, ao longo desse ciclo, contribuíram como pareceristas ad hoc, conforme a demanda dos artigos recebidos. Trata-se de um trabalho sem o qual não se poderia dar continuidade ao processo editorial, com foco para a publicação de materiais consistentes e de alto nível acadêmico e científico. Seus nomes, em ordem alfabética, seguem abaixo:

Este artigo objetiva discutir influências religiosas na/para concepção de deficiência sob a ótica da demonização e sobrenaturalidade como via de problematização de práticas menos discriminatórias e excludentes. O estudo teórico base para sua elaboração apoia-se nos conceitos sagrado e profano e sua mobilidade na (re)visão histórica da concepção de deficiência, com centralidade na religião como fio condutor da discussão. Reiteradamente, concepções de deficiência são importantes para distinção das condições clínicas e sociais na constituição humana e a possibilidade de oportunizar experiências menos aviltantes. De caráter interdisciplinar, o estudo dirige-se a profissionais de diversas áreas e campos de atuação, por representar uma condição de vida de amplo alcance no meio social.

Entrevista conduzida junto à professora Angela Ales Bello, sobre fenomenologia da religião.

Giorgio Bonaccorso é monge beneditino da Abadia de Santa Justina, em Pádova (Itália), onde também leciona no Instituto de Liturgia Pastoral vinculado ao mosteiro e ao Pontifício Ateneu Santo Anselmo, em Roma. Suas pesquisas acerca do rito, em diálogo com várias das ciências humanas – História, Biologia, Neurobiologia, Psicologia, Antropologia Cultural, Sociologia, Linguística, Filosofia, Teologia, Fenomenologia, Arte –, têm se destacado e levantado reflexões importantes para a Teologia e as Ciências da Religião. Em 2015, Bonaccorso publicou o livro “Rito”, no qual condensou seu pensamento acerca do tema. Dada a relevância de seu trabalho para pensar o papel da ritualidade na compreensão do fenômeno religioso hoje, pedimos ao professor que nos concedesse uma entrevista, e que também se colocasse em diálogo com a realidade brasileira. A seguir, apresentamos a tradução completa da entrevista, que nesta edição também está disponibilizada no original italiano.

A fim de integrar este número celebrativo pelos vinte anos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Goiás, este artigo tenta aquilatar os diferentes momentos de nosso próprio percurso na área. Para isso, toma como mote uma questão que interliga os últimos resultados de nossa pesquisa, abrindo-se para os novos rumos de análise que se apresentam e, com eles, as também novas perspectivas para se pensar uma importante categoria do fenômeno religioso entre nós e em nosso tempo: o catolicismo brasileiro. Três grandes ênfases dominarão o texto, feito ao modo de ensaio: as conquistas de nossa pesquisa acerca do catolicismo no Brasil, as lacunas interpostas tangencialmente ao nosso interesse mais específico, sobretudo a partir do advento dos chamados “crentes sem religião”, e, enfim, as novas possibilidades acenadas pelo Sínodo da Amazônia, com alcance determinante para uma conjuntura mais ampla do catolicismo no Brasil e no mundo. Como contribuição, espera-se discutir os resultados mais recentes da nossa pesquisa desenvolvida no âmbito do PPGCR da PUC Goiás, bem como os rumos traçados para os próximos anos.

POR UMA ESPIRITUALIDADE PROFUNDA: UMA ENTREVISTA COM MARIÀ CORBÍ

BASURKO, Xabier. O canto cristão na tradição primitiva. Tradução de Celso Márcio Teixeira. São Paulo: Paulus, 2005. (Coleção liturgia e música / coordenador Joaquim Fonseca). ISBN 85-349-2395-7.

Resumo: através desta incursão procuramos apontar algumas chaves de leitura para repensarmos o fenômeno do ateísmo, por ora vislumbrado a partir de uma de suas principais bases teóricas no século XIX, qual seja, a filosofia de Ludwig Feuerbach. Marcando sua distância em relação às demais críticas à religião, cujo núcleo de interesses geralmente se desenvolvia ao redor da inexistência de Deus, Feuerbach defende o reconhecimento de uma orfandade originária, única possibilidade capaz de reconduzir-nos rumo à essencialidade do humano. A religião é, nesse sentido, a principal forma de expressão desta essência, sendo que seu objeto não é Deus, mas o próprio homem. Toda projeção é, portanto, introjeção, a busca por uma interioridade perdida. Palavras-chave: Religião. Deus; Ateísmo. Ludwig Feuerbach.