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The article questions the impact of information on Facebook in shaping opinion on political issues among higher education Portuguese students. It first evaluates the use of Facebook as a tool for expressing opinions and for obtaining information. It then seeks to characterize the discursive environment on the most common political issues in this social network. From a questionnaire applied to 160 higher education students in Portugal, the study finds that just over a third of students publish on Facebook, which is in turn consulted daily by almost all students, for whom it is the most widely used online platform for information. The existence in this space of an environment marked by negativity and dissatisfaction with the functioning of democracy is identified. The data collected suggest that there is a peer information phenomenon (consistent with the two-step flow of communication model), in which a majority is exposed to a hegemonic environment fed by a minority (generating a spiral of silence phenomenon), creating the conditions for the existence of a pseudo environment of negativity and dissatisfaction, which may favor a public perception hostile to the functioning of democracy., O artigo questiona o impacto da informação pelo Facebook na formação de opinião sobre assuntos políticos, entre jovens portugueses que frequentam o Ensino Superior. Começa por avaliar a utilização do Facebook como instrumento para a expressão de opiniões e para a obtenção de informação. Procura, de seguida, caracterizar o ambiente discursivo sobre assuntos políticos mais comuns nessa rede social. A partir de um questionário aplicado a 160 estudantes do Ensino Superior em Portugal, o estudo constata que pouco mais de um terço dos estudantes publica na rede Facebook, a qual é, por sua vez, diariamente consultada pela quase totalidade dos alunos, para quem esta é a plataforma online mais utilizada para obter informação. Identifica-se a existência, nesse espaço, de um ambiente marcado pela negatividade e pela insatisfação em relação ao funcionamento da democracia. Os dados recolhidos permitem sugerir a existência de um fenómeno de informação pelos pares (consistente com o modelo “two-step flow of communication”), em que uma maioria é exposta a um ambiente hegemónico alimentado por uma minoria (gerando um fenómeno de espiral do silêncio), criando as condições para a existência de um pseudo-ambiente de negatividade e de insatisfação, que poderá favorecer uma perceção pública hostil ao funcionamento da democracia.

With this issue of Mediapolis we intend to mark the 50 years since the seminal study of Chapel Hill, which gave rise to one of the most consistent areas of studies of Communication Sciences, carried out on the media: the theory of agenda setting or scheduling. This story began when Maxwel McCombs and Donald Shaw, then two young researchers, decided to examine how, in connection with the 1968 U.S. presidential elections, which opposed Hubert Humphrey and Richard Nixon, the media could somehow influence public opinion. To this end, they conducted a study based on 100 undecided voters residing in Chapel Hill, North Carolina, eventually finding a very strong correlation coefficient between the media agenda and the voter agenda. The agenda setting, at an early stage, began by stating that people end up knowing certain issues by the effect of the selection made by the media, which in this way transforms themes, people and events into a privileged subject of public debate, marking a parallelism between the media agenda and the public opinion agenda., Com o presente número da revista Mediapolis pretendemos marcar os 50 anos decorridos sobre o seminal estudo de Chapel Hill, que deu origem a uma das áreas mais consistentes de estudos das Ciências da Comunicação, realizados sobre os media: a teoria do agenda setting ou do agendamento. O início desta história teve origem quando Maxwel McCombs e Donald Shaw, então dois jovens investigadores, decidiram analisar como, a propósito das eleições presidenciais norte- americanas de 1968, que opuseram Hubert Humphrey e Richard Nixon, os media poderiam, de algum modo, influenciar a opinião pública. Para o efeito, realizaram um estudo tendo por base 100 eleitores indecisos, residentes em Chapel Hill, na Carolina do Norte, acabando por encontrar um coeficiente muito forte de correlação entre a agenda mediática e a agenda dos eleitores. A agenda setting, numa fase inicial, começou por afirmar que pessoas acabam por conhecer determinados assuntos pelo efeito da seleção realizada pelos media que, deste modo, transforma temas, pessoas e acontecimentos em matéria privilegiada do debate público, marcando um paralelismo entre a agenda dos media e a agenda da opinião pública.