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This work discuss gender experiences and sexuality in a Candomblé Angola house, which is located in Campo Grande, capital of Mato Grosso do Sul, Brazil. The Candomblé is a religion derived from traditions of African people, who were enslaved in Brazil, and arrived here through the slave trade. The divine Candomblé pantheon has a variety of masculinities and femininities representations and in some opportunities; the masculine/feminine binarism is suspended or broken. Considering, the Brazilian reality of exclusion and violence suffered by lesbians, gays, bisexuals, transsexuals, transvestites, intersex, asexuals and other people who have any variability of gender or sexual orientation (LGBTQIA+); and reports of reception of these same population in Candomblé terreiros, we are seeking understanding these relationships from ethnographic immersion in Abassa Maza N'Dandalunda. Starting from decolonial epistemologies and macumba, in a Cultural Studies field. Thus, we may understand the terreiro internal relationships; the identities, which are, not conform to gender binarity and with compulsory heterosexuality; the representations of the divine pantheon based on genres and singularities of gender arrangements within the researched house. Neste trabalho se discutem as experiências de gênero e sexualidade em um terreiro de Candomblé Angola situado na cidade de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. O candomblé é uma religião derivada das tradições dos povos escravizados no Brasil, originários de África, trazidos para cá por meio do tráfico negreiro. O panteão divinal do candomblé tem uma variedade de representações das masculinidades e das feminilidades, sendo que, em algumas oportunidades, o binarismo masculino/feminino é suspenso ou rompido. Considerando a realidade brasileira de exclusão e violência experienciada por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, intersexos, assexuais e demais pessoas com variabilidade de gênero ou de orientação sexual (LGBTQIA+) e relatos de acolhimento dessa mesma população nos terreiros de candomblé, buscamos compreender estas relações a partir da imersão etnográfica no Abassa Maza N’Dandalunda, partindo das epistemologias decoloniais e da macumba, no campo dos Estudos Culturais. Assim, compreendemos as relações internas ao terreiro, as identidades não conformes com a binaridade de gênero e com a heterossexualidade compulsória, as representações do panteão divino a partir dos gêneros e as singularidades dos arranjos de gênero no interior da casa pesquisada.

Through her artistic production and by media occupation, Linn da Quebrada makes explicit the markers of difference that operate in her subjectivation and in her social experience, which is crossed by the lives of many other travestis and by the peripheral music scene. In her works, the artist relates these markers to each other and, based on them, Linn causes tension to the Brazilian hegemonic culture. As a subject, Linn is distant from the midpoint and at the edge of some rules normalized by the group centralized on the contemporary western hegemony. This group is characterized by being white, bourgeois and hetero-cis-normative. Linn introduces herself as a queer transvestite subject – a bixa travesti –, a black, peripheral artivist and a gender terrorist. A multi atroz, actress of atrocity, as she entitled herself. Based on her discursive practice, this essay questions what tensions are caused in relation to the mechanisms of power that operate the normalization of the subalternized individual in Brazilian hegemonic culture. The objective is to analyze discursive practices of Linn da Quebrada considering the intersection of race, social class, sex and gender that crosses her discourse and her first art production space, the Brazilian funk. This essay examines themes that take place in the artistic work of Linn, such as invisibility, precariousness and violence, together with the markers of difference of this dissident body, in dialogue with queer and decolonial consideration. To this end, an exploratory research was conducted in databases and in media production about Linn da Quebrada. Furthermore, a field notebook and data quantification are added to the use of YouTube platform to create a virtual ethnography of this artivist. These strategies were carried out in order to understand, among other things, what are the main tensions that Linn puts into question by not recognizing herself within the borders of the hegemonic norm. Linn da Quebrada explicita, em sua produção artística e na ocupação das mídias, os marcadores da diferença que operam na sua subjetivação, em sua experiência social atravessada pelas vidas de muitas outras travestys e pela cena musical periférica. Em suas obras, a artista relaciona tais marcadores entre si e, a partir deles, tensiona com a cultura hegemônica brasileira. Essa sujeita está longe do centro e no limite de algumas das regras normalizadas pelo grupo que se encontra no centro dessa hegemonia ocidental contemporânea (caracterizada por ser branca, burguesa, heterocisnormativa). Linn se apresenta como bixa travesty, preta, periférica, artivista e terrorista de gênero, uma multi atroz, como se intitulou. A partir de sua prática discursiva, questionamos quais são os tensionamentos provocados em relação aos mecanismos de poder que operam a normalização do sujeito subalternizado na cultura hegemônica brasileira. Objetivamos analisar as práticas discursivas de Linn da Quebrada, considerando a encruzilhada de raça, classe, sexo/gênero que atravessam seu discurso e o locus primeiro de sua produção artística, o funk Temas presentes na produção artísticas de Linn, como invisibilidade, precariedade e violência, juntamente com os marcadores da diferença desse corpo dissidente, são analisados em diálogo com as reflexões queer/cuir e decoloniais. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória em bases de dados e na produção midiática sobre Linn da Quebrada, bem como uma etnografia virtual dessa artivista utilizando a plataforma Youtube, produzindo caderno de campo e quantificando dados para, entre outras coisas, perceber quais são os principais tensionamentos que ela coloca ao não se reconhecer dentro dos limites dessa norma hegemônica.

This dissertation arose from the desire to analyze dissident characters from the hegemonic culture, focusing on the transits and femininities present in fictional and documentary Brazilian film productions, questioning how film production, as a language that produces discourses, enunciates marginalized bodies and adds to the struggle by representation in these productions. Thus, the choice was made for the cinematographic work BACURAU (2019) with a motivating aspect, observing how the arrangement of narrative and formal elements of cinema, produced dissident bodies throughout its history. We propose, as a mode of operation, the methodology in a filmic analysis of the characters Lunga, Domingas and Tereza, which allows multiple perspectives to question the approach of transits and femininities in Brazilian cinema. The takes take place through the technical composition of the film (photography, camera plan and depth, editing, sound) and the analysis of the research subjects (dialogue with Cultural Studies, feminism, gender, sexuality and identity). Therefore, the subjects are contextualized in a social space-time (the period in which the cinematographic work was released) to assimilate the representations on screen and the importance they play in diffusing gender, sexuality and identity in the cinematographic scope. Therefore, the research highlights the marginality of a certain portion of the Brazilian population, especially blacks, Northeasterners, women and the LGBTQIA+ population, in addition to the epistemological violence faced through the resistance of the characters proposed in the work. Nesta dissertação, cuja elaboração partiu do interesse em analisar personagens dissidentes da cultura heterocisnormativa hegemônica, com enfoque nos trânsitos de gênero e nas feminilidades, presentes em produções fílmicas brasileiras, buscamos questionar como a produção cinematográfica, uma linguagem produtora de discursos, enuncia os corpos marginalizados e agrega à luta pela representatividade dos sujeitos historicamente subalternizados. Escolhemos a obra cinematográfica Bacurau (2019), escrita e dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com vistas a investigar o arranjo de elementos narrativos e formais do cinema escolhidos para produzir os corpos dissidentes presentes no filme, colocados em oposição à necropolítica heterocisnormativa patriarcal e capitalista. Propomos uma análise das personagens Lunga, Domingas e Tereza, figuras que possibilitam múltiplos olhares para interpelar os trânsitos e as feminilidades presentes em Bacurau e em diálogo com o cinema brasileiro. Buscamos compreender a composição técnica do filme (fotografia, plano e profundidade da câmera, montagem, som etc.) e a análise das personagens, dialogando com os Estudos Culturais, os feminismos, os Estudos de gênero, da sexualidade e das identidades. As personagens são contextualizadas em um espaço-tempo social narrativo, para assimilar as representações em tela e a importância que desempenham ao difundir gêneros, sexualidade e identidade nos âmbitos cinematográfico e social. Ressaltamos as questões relativas à população negra, às pessoas oriundas do Norte e do Nordeste, às mulheres e à população LGBTQIA+, especialmente no tocante às formas de resistência.