Search

Objetivo: Avaliar o HEMOVIDA web na gestão dos processos do ciclo do sangue, na Agência Transfusional do Hospital Federal da Lagoa. Material e métodos: Realizado pesquisa descritiva de fatos/dados coletados da realidade, e qualitativa, visando investigação na construção do processo. O estudo adotou procedimentos de observação, entrevistas e análise de documentos. Resultados: As atividades de 2022 avaliadas através de registros no HEMOVIDA web foram: entrada de hemocomponentes para estoque (3.993) com reclassificação ABO/Rh; classificações ABO/Rh de rotina (2.656); exames pré-transfusionais (2.852); hemocomponentes transfundidos (2.852), descartados (562) e submetidos a procedimentos especiais (617), recebimento e estoque de insumos para exames e procedimentos. A coleta de dados com os colaboradores foi realizada por entrevista enviado por e-mail para os 13 colaboradores lotados na Agência Transfusional em maio de 2023: 4 médicas hematologistas-hemoterapeutas concursadas pelo Ministério da Saúde, 1 secretária administrativa diarista contratada, 1 biomédica e 7 técnicos em hemoterapia, plantonistas (6 técnicos com contrato temporário da União). Apenas 1 técnico não respondeu às perguntas no prazo estipulado de 20 dias. Discussão: Dos 13 colaboradores atuais, 7(58%) participaram da implantação do HEMOVIDA web, sendo 5 médicas, 1 secretária e 1 técnica; os que não participaram não eram contratados na época. No ano de 2022 foram observados e analisados processos de registro de: recebimento de hemocomponentes, exames pré-transfusionais, transfusão intra-hospitalar e guarda de documentos internos com obrigatoriedade de arquivamento por 20 anos. Foram comparados dados do HEMOVIDA web com os manuais, visto os erros e realizados os acertos. A implantação do HEMOVIDA, na versão web na Agência Transfusional, iniciada em outubro de 2019, foi avaliada por 50% dos entrevistados atuais (6) como confusa, difícil e lenta. Houve dificuldade de aquisição de material de informática, desde impressoras até etiquetas e rótulos específicos para as impressoras: não é possível impressão de nova rotulagem de bolsa de hemocomponente submetido a procedimento especial, pois a impressora adquirida, apesar de ter especificações desejadas, não realiza o interfaceamento com o sistema. A implementação avaliada nos anos iniciais de 2020 e 2021 foi prejudicada pela pandemia de COVID-19: orientação dos gestores do sistema foi usar o Manual Básico de Operação por um ano, resolvendo dúvidas via Skype ou telefone. Após esse tempo, um dos responsáveis pela implantação do sistema visitou o hospital para discussão das dúvidas. Não há registros de erros cometidos na época e nem de acertos efetuados, pela ausência de critérios a serem avaliados de um sistema desconhecido pela equipe. Apenas uma colaboradora tinha conhecimento do HEMOVIDA, ultrapassado, utilizado nos hospitais como contingência. Contudo, ela foi o primeiro ‘suporte técnico presencial'na implementação do HEMOVIDA web aos colegas. Conclusão: A estabilidade do site repercurte positivamente na qualidade dos registros e na confiabilidade dos usuários, imprescindível para a segurança do paciente. Porém, há necessidade de melhoria operacional humana, a partir de capacitação adequada de colaboradores e gestores da Agência Transfusional.

Objetivo: Avaliar perfil, comorbidades, evolução, transfusão alogênica e desfecho de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio em hospital da rede privada, localizado no bairro de Cascadura/RJ. Material e métodos: Realizado estudo observacional descritivo, com levantamento de dados em prontuário de 42 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio entre janeiro de 2020 e junho de 2023, com utilização de recuperação intraoperatória de sangue homólogo pela XTRA/SORIN. O critério para transfusão de concentrado de hemácias foi de hemoglobina abaixo de 8‒9 g/dL quando houve instabilidade hemodinâmica. O número de unidades de plasma, plaquetas e crioprecipitados usados não foram analisados, por não ser o objetivo do estudo. Um hemograma foi obtido antes da cirurgia, na chegada do paciente a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no 5º dia após e no dia da alta hospitalar. O Volume Globular (VG) e Hb foram tabelados, assim como o volume de sangue aspirado, o volume de sangue infundido, o número de CH transfundidos. O levantamento dos dados foi realizado através do Sistema Realblood e do prontuário eletrônico da unidade hospitalar (WPD). A análise dos resultados foi realizada pela estatística descritiva, e os dados foram trabalhados em planilhas do software Microsoft Excel. Resultados: Quanto à prevalência, 36 (85,71%) eram do sexo masculino com idade média de 59,08 anos e peso médio de 72,14 kg, e 6(14,29%) do sexo feminino com idade média de 64,33 anos e peso médio de 67,65 kg. As comorbidades mais encontradas foram: hipertensão arterial (97,62%), doença arterial coronariana (80,95%) sendo 76,47% com infarto prévio, dislipidemia (66,67%), diabetes mellitus (64,29%) e tabagismo (45,83%); 26 pacientes (66,67%) utilizavam antiagregante plaquetário à época da cirurgia. O tempo médio de internação foi de 26,78 dias com média de 15,40 dias de hospitalização após a cirurgia. Quanto à média dos índices hematimétricos: 1) Antes da cirurgia: hemoglobina=12,2 g/dL; 2) No pós-operatório imediato: hemoglobina=11,4 g/dL; 3) No quinto dia de pós-operatório: hemoglobina=10,73 g/dL; 4) Na alta: hemoglobina=10,59 g/dL. A média de sangue recuperado foi em média 1,12 unidade de concentrado de hemácias por procedimento. Durante a cirurgia somente 4,76% teve sangramento importante. Quanto à transfusão alogênica: 9 pacientes (21,43%) foram transfundidos com concentrado de hemácia durante a cirurgia e 5 (11,90%) necessitaram de transfusão no pós-operatório. Três pacientes (7,14%) tiveram que ser reabordados por sangramento e 1 (2,38%) evoluiu para o óbito. No pós-operatório as intercorrências mais observadas foram: fibrilação atrial (19,04%), pneumonia (14,28%), arritmias (9,52%) e sepse (9,52%). Discussão: Em média, um terço do sangue recuperado foi infundido beneficiando os pacientes deste estudo. O objetivo maior da recuperação intraoperatória se sangue é diminuir a utilização de concentrado de hemácias nos pacientes, diminuindo as reações inflamatórias e a morbimortalidade, não havendo contraindicação nem complicações observadas pelo uso do método. Conclusão: A recuperação intraoperatória de sangue pode ser usado nos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, não havendo contraindicação nem morbilidade decorrente do seu uso.

Objetivo: Poliangeíte microscópica é uma forma de vasculite sistêmica de pequenos vasos que se caracteriza pela ausência ou escassez de depósitos imunes vasculares associada com anticorpos anticitoplasma de neutrófilos ANCA em aproximadamente 90% dos casos, podendo ter apresentação clínica indistinguível da granulomatose de Wegener e da síndrome de Churg-Strauss. O objetivo é relatar o caso de paciente com poliangeíte microscópica com hemorragia alveolar difusa em uso de plasmaférese. Material e métodos: Realizado estudo descritivo, retrospectivo do prontuário de internação de paciente com poliangeíte microscópica com doença restrita ao trato respiratório sem envolvimento sistêmico, por agudização de doença. Resultado: Paciente, sexo feminino, 48 anos, branca, tabagista (120 maços/ano), diagnóstico de poliangeíte microscópica confirmado em 2002 através de biópsia pulmonar com doença restrita ao trato respiratório, interna devido à hemoptise, febre e dispnéia secundária à atividade de doença e possível pneumonia. Tomografia de seios da face com espessamento mucoso e nível liquido em seios maxilares e células etmoidais; tomografia de tórax com opacidade em vidro fosco difusa; pesquisa para COVID-19, influenza A e B negativas. Submetida à pulsoterapia + anticorpo monoclonal + plasmaferese a partir do 11º dia de internação com o equipamento Spectra Optia® Apheresis System, num total 16 sessões. No 17º dia de internação realizado broncoscopia que mostrou progressão de atividade de doença. A paciente foi transfundida 8 com concentrados de hemácias para manter níveis de hemoglobina acima de 7 g/dL. Apresentou toxicidade leve (sensação de frio) ao anticoagulante (citrato de sódio) utilizado na plasmaferese. Discussão: Paciente com histórico de internações anteriores por agudização de doença, interna com hemoptise, febre e dispnéia. Evoluiu com piora importante da hemoptise, associado à dispnéia e hemorragia alveolar, sendo iniciado pulsoterapia com metilprednisolona + Rituximab, sem resposta satisfatória. Devido à refratariedade, iniciado plasmaferese no 12ºdia de internação, 4 dias após 1ªinfusão de rituximab + pulsoterapia, com proposta inicial de troca de 1,5 volemia com reposição de plasma fresco diariamente, e diminuição para 1,0 volemia assim que o sangramento regredir, conforme preconizado no Guidelines on the Use of Therapeutic Apheresis in Clinical Practice – 2019, sendo suspensa no dia seguinte à infusão de rituximab. A partir da 4ª sessão de plasmaferese observou-se redução da necessidade transfusional com concomitante redução do sangramento. Na 11ª plasmaferese o volume de troca foi reduziu para 1,0 volemia pois houve redução importante do sangramento alveolar, sendo realizado 3 sessões com este volume de troca, já em dias alternados. A plasmaferese foi suspensa após última dose de rituximab com paciente sem exteriorização de sangramento alveolar. Recebeu alta hospitalar 8 dias após a suspensão da plasmaférese com prescrição de rituximab ambulatorial. Conclusão: Não há evidências suficientes que suportem a plasmaferese para tratamento de pacientes com Poliangeite Microscópica com hemorragia alveolar. Porém, no caso descrito a introdução da plasmaferese apresentou benefício clinicamente útil.

Resumo: O objetivo é traçar o perfil dos doadores de hemocomponentes por aférese do Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia – Grupo GSH – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil com relação à idade, sexo e frequência de doação. Introdução: A manutenção dos estoques de sangue e componentes é um maiores desafios da hemoterapia atual. A conscientização da população sobre a importância da doação é um pilares para ações efetivas por parte da captação de doadores, com a finalidade de atender às demandas diárias e de caráter emergencial. A doação de hemocomponentes por aférese tem sido amplamente divulgada e tem como maior objetivo reduzir a exposição dos pacientes politransfiundidos à múltiplos doadores, assim como reduzir a probabilidade de aloimunização. O cuidado com a seleção com a seleção e o acompanhamento do procedimento são fundamentais para que o risco de complicações inerentes ao procedimento seja minimizado a fim de garantir a segurança e fidelização destes doadores, apesar da frequência de eventos adversos neste tipo de doação ser baixa (entre 5% e 17%). Métodos: Trata-se de estudo observacional analítico realizado pelo Grupo GSH – Rio de Janeiro/RJ, de doadores que foram aptos à doação de hemocomponentes por aférese, segundo Portaria de Consolidação n°5 MS/GM, no período de 01 de julho de 2020 à 31 de julho de 2021. As coletas foram realizadas em equipamento para realização de coleta por aférese modelos TRIMA ACELL, fabricação TERUMO e MCS+, fabricação Haemonetics. Foram coletados os dados de 576 doadores em 1501 doações de concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma fresco cadastradas no Sistema Realblood e tabulados no programa Excel, sendo então analisados. Deste montante foram excluídos 169 cadastros vistos que em 70 coletas houve perda de acesso e em 89, os doadores foram excluídos pela triagem clínica ou triagem laboratorial. Resultados: Dos 576 doadores de aférese, 526 (91,32%) eram do sexo masculino e apenas 40 do sexo feminino (6,94%). Analisando os doadores do sexo masculino, 302 eram de repetição (57,41%) enquanto 236 (42,58%) doavam pela primeira vez. Ao analisarmos o tipo de hemocomponente doado, 387 doaram concentrado de plaquetas (73,57%) sendo 154 (39,79%) doadores de primeira vez com idade média de 35,55 anos e 234 doadores eram de repetição (60,21%) com idade média de 32,11 anos. Ainda quanto aos doadores do sexo masculino, 129 doaram concentrado de hemácias e 56 (43,21%) eram de repetição com idade média de 39,11 anos enquanto que 73 doadores (56,59%) doavam pela primeira vez. Ainda olhando para os doadores do sexo masculino, 10 doadores realizaram doação de plasma AB pela primeira vez, sob demanda. Analisando os doadores do sexo feminino, 11 (27,5%) eram de repetição sendo 10 doadores de concentrado de plaquetas e 01 de concentrado de hemácias. Quanto aos 29 doadores de primeira vez (72,5%), 27 (93,10%) doaram concentrado de plaquetas, enquanto 02 (6,9%) doaram concentrado de hemácias. Conclusão: O perfil dos doadores por aférese no Grupo GSH – Rio de Janeiro/RJ consiste em sua maioria de homens com idade entre 25 e 40 anos. A análise do perfil não mostrou ser diferente da literatura. Porém, é importante continuar a sensibilização quanto à doação de sangue assim como a fidelização do doador do doador de aférese.