The purpose of this article is to verify how textbooks, in its linguistic form, reproduce and constitute the times reserved to school writing. To do that, I investigate the relation between Portuguese language textbooks, teaching writing and school culture. As the theoretical framework, I assume a discursive approach in the language studies, in which language conserves society and history, as Pêcheux (2010) and Voloshinov (2019) defend. Through the notion of school time, I propose a linguistic-discursive analysis of a preface and an ensemble of writing exercises, both present in textbooks published between 1930 and 1984, destined to middle school. The obtained results show that the materialization of school time reserved for writing by the textbooks varied according to the relation between books, teachers and students, mediated by the teachers’ working conditions. Between 1930 and 1960, considering the better working conditions for teachers, the school writing temporalities were established according to the relation between teachers and students. In this period, it was expected the textbook would only designate the moment when the exercises had to be done and, in its form, they did not show any temporal indications, because these indications used to be set by the teacher. From the 1970s onwards, with the ongoing teachers’ proletarianization, Portuguese language textbooks and teachers became competitors in instituting the school writing temporalities. Directed by the relation between books and students, the exercises started to include temporal markers, as “before” and “after”, both to establish and to order the temporalities of school writing. El objetivo de este artículo es verificar cómo los manuales de enseñanza de portugués, en su forma lingüística, restablecen y constituyen los tiempos reservados a la escritura escolar. Para ello, investigo la relación entre manuales de portugués, enseñanza de escritura y cultura escolar. Como marco teórico, en los estudios del lenguaje, adopto un enfoque discursivo, en el que la lengua conserva la sociedad y la historia, conforme defienden Pêcheux (2010) y Volóchinov (2019). Guiándome por la noción de tiempo escolar, hago un análisis lingüístico-discursivo de un prefacio y de un conjunto de ejercicios de escritura presentes en manuales publicados entre 1930 y 1984, destinados al primer ciclo de la escuela secundaria. Los resultados obtenidos muestran que la materialización, por el manual de enseñanza, del tiempo escolar relativo a la escritura varió en función de las relaciones entre manuales, profesores y alumnos, mediadas por las condiciones de trabajo docente. Entre 1930 y 1960, consideradas las mejores condiciones de trabajo de los profesores, el establecimiento de las temporalidades de la escritura escolar ocurría a través de la relación entre profesor y alumnos. Al manual solo le correspondía el papel de sugerir el momento de realización de los ejercicios, que, en su forma, no presentaban indicaciones temporales, pues ellas eran establecidas por el profesor. A partir de los años 1970, con el proceso de proletarización docente, manuales de portugués y profesores se volvieron competidores en el establecimiento de las temporalidades de la escritura escolar. Dirigidos por la relación entre alumnos y manuales, los ejercicios pasaron a incluir marcadores temporales, como "antes y "después", para instaurar y ordenar temporalidades de la escritura escolar. O objetivo deste artigo é verificar como os livros didáticos, em sua forma linguística, repõem e constituem os tempos reservados à escrita escolar. Para tanto, investigo a relação entre livros de português, ensino de escrita e cultura escolar. Como arcabouço teórico, nos estudos da linguagem, adoto uma abordagem discursiva, na qual a língua conserva a sociedade e a história, conforme defendem Pêcheux (2010) e Volóchinov (2019). Orientando-me pela noção de tempo escolar, faço uma análise linguístico-discursiva de um prefácio e de um conjunto de exercícios de escrita presentes em livros publicados entre 1930 e 1984, destinados ao primeiro ciclo do secundário (atual ensino fundamental anos finais). Os resultados obtidos mostram que a materialização, pelo livro didático, do tempo escolar relativo à escrita variou em função das relações entre livros, professores e alunos, mediadas pelas condições de trabalho docente. Entre 1930 e 1960, consideradas as melhores condições de trabalho dos professores, o estabelecimento das temporalidades da escrita escolar ocorria através da relação entre professor e alunos. Ao livro cabia apenas o papel de sugerir o momento de realização dos exercícios, que, em sua forma, não apresentavam indicações temporais, pois elas eram estabelecidas pelo professor. A partir dos anos 1970, com o processo de proletarização docente, livros de português e professores se tornaram concorrentes no estabelecimento das temporalidades da escrita escolar. Direcionados pela relação entre alunos e livros, os exercícios passaram a incluir marcadores temporais, como “antes e “depois”, para instaurar e ordenar temporalidades da escrita escolar.