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Introdução: O transplante renal (TxR) é a terapia substitutiva renal (TRS) de escolha, visando melhoria de qualidade de vida e redução de morbimortalidade em pacientes com doença renal crônica. A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação possível após o procedimento de transplante renal, podendo levar a disfunção aguda ou perda do enxerto. Segundo a literatura, as taxas de infecção de sítio cirúrgico em transplantes renais são variáveis. Coortes brasileiras mostram taxas de ISC em TxR em torno de 5%. Objetivo: Avaliar as taxas de incidência de infecção de sítio cirúrgico em transplantes renais realizados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu ao longo de 8 anos, entre 2013 e 2020. Identificar tendências e mudanças de tendência na série histórica. Método: Uma coorte retrospectiva avaliou a incidência de infecção de sítio cirúrgico em transplantes renais realizados no Hospital das Clínicas de Botucatu entre janeiro de 2013 e janeiro de 2020, seguindo os critérios diagnósticos da ANVISA, através de revisão de prontuário eletrônico. Foi construída uma série temporal mês a mês a partir das taxas de incidência encontradas. As séries temporais foram analisadas utilizando o software R versão 4.3.2 (R Core Team, 2023) e as mudanças de tendência o software Joinpoint Regression Program, versão 5.1.0.0 (National Cancer Institute, 2024). Resultados: Oitocentas e vinte quatro (824) cirurgias foram avaliadas no período, com 46 infecções detectadas. Observou-se uma taxa média de incidência de infecções de sítio cirúrgico de 5,26% ao mês (0,00-10,00 Q). Uma análise de tendências foi realizada através do teste de Mann-Kendall, sendo possível notar tendência positiva moderada da taxa de incidência de infecções ao longo dos meses (tau = 0,174; p < 0,05). As análises de regressão de Joinpoint não detectaram mudanças de tendência no período estudado. Conclusão: As taxas de infecção de sítio cirúrgico em transplantes renais variaram positivamente no período estudado, denotando tendência de aumento ao longo dos meses. Assim, possíveis fatores de risco para ocorrência de infecção e os procedimentos realizados no serviço devem ser estudados e revistos.