O presente artigo é um esforço no debate sobre a educação geográfica para surdos e a problemática da tradução de conceitos científicos das línguas ouvintes para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). A partir da leitura de teóricos que abordam a questão, tais como Heidegger (1997, 2003) e Berman (1999) construiu-se uma trajetória que nos direciona à compreensão das questões da língua e da tradução. Para tanto, partiu-se da categoria geográfica paisagem para demonstrar a relação dessa palavra com as culturas que a criaram. A partir disso, compreendeu-se que, a tradução sempre se mostra com falhas, tal como enunciado pelo ditado italiano tradutore, traditore. Se toda tradução é traidora, como se dá a construção de conceitos geográfi cos na educação de surdos? Essa barreira não se pode superar, porém, evoca-se nesse artigo a urgência da construção de conceitos geográfi cos pelos surdos em LIBRAS e possíveis caminhos a serem percorridos neste processo.