[POR] O presente trabalho parte do pressuposto que, no âmbito da Corte Constitucional brasileira, algumas características intrínsecas e extrínsecas de design normativo-institucional do órgão estão a apresentar certas disfuncionalidades que, do modo como repercutem no seio social, funcionam como elementos tensores no cenário político pátrio. Por primeiro, apresenta-se o pano de fundo que está a justificar a lógica acima descrita, asseverando que o poder judicial e mais especificamente a Justiça Constitucional apresenta constante expansão nas últimas décadas. Com efeito, a partir desta premissa, constata-se que as Cortes Constitucionais nos países em que estão instaladas mantém com os demais polos de poder relação por vezes complexa e, neste contexto, verifica-se que temos tido certo uso subvertido do ferramental do constitucionalismo, consubstanciando-se no que a doutrina intitulou como populismo constitucional e constitucionalismo abusivo (ou contraconstitucionalismo). Desta forma, para superar tal estado de coisas, o trabalho perpassa pela análise do procedimental dialógico que deve haver entre os atores de poder, reavaliando a noção de que a última palavra acerca do sentido da Constituição deveria caber apenas às Cortes Supremas. A partir daí, mergulhando no contexto brasileiro, analisa-se o fenômeno do deslocamento das contendas políticas para serem decididas pelo STF, funcionando este como arena ordinária, em posição de terceira câmara. Neste sentido, o trabalho demonstra que tal característica está profundamente ligada ao modelo decisório que está implementado em nossa Suprema Corte e seus percalços. Finalmente, considerando este ambiente anômalo, o trabalho acaba por sugerir algumas mudanças de lógica constitucional e infraconstitucional (que passam por mudanças ritualísticas que, por exemplo, mitiguem e relativizem o poder individual dos componentes da Corte, bem como aperfeiçoem a sistemática de composição do Supremo) que, se implementadas, podem ter o condão de distensionar o ambiente democrático-constitucional brasileiro, propiciando não apenas o reforço na legitimidade que a Corte deve ter para bem desempenhar seu fundamental mister, mas também para lastrear o equilíbrio ótimo e harmônico que deve haver entre os Poderes., [ES] El presente trabajo parte del supuesto de que, dentro de la Corte Constitucional brasileña, algunas características intrínsecas y extrínsecas del diseño normativo-institucional de la agencia están presentando ciertas disfuncionalidades que, al tener repercusiones en el contexto social, funcionan como elementos de tensión en el escenario político nacional. En primer lugar, presenta los antecedentes que justifican la lógica descrita anteriormente, afirmando que el poder judicial y más específicamente la Justicia Constitucional se ha expandido constantemente en las últimas décadas. En efecto, a partir de esta premisa, se desprende que los Tribunales Constitucionales de los países en los que están instalados mantienen una relación a veces compleja con, y en este contexto, parece que hemos tenido un cierto uso subvertido de la herramienta del constitucionalismo. , fundamentando lo que la doctrina llamó populismo constitucional y constitucionalismo abusivo (o contraconstitucionalismo). Así, para superar tal estado de cosas, el trabajo pasa por el análisis del procedimental dialógico que debe existir entre los actores del poder, reevaluando la noción de que la última palabra sobre el sentido de la Constitución debe corresponder únicamente a las Cortes Supremas. A partir de ahí, sumergiéndose en el contexto brasileño, se analiza el fenómeno del desplazamiento de las disputas políticas a ser resueltas por la Corte Suprema, funcionando como una arena ordinaria, en el cargo de tercera cámara. En este sentido, el trabajo demuestra que esta característica está profundamente ligada al modelo de toma de decisiones que se implementa en nuestra Corte Suprema y sus percances. Finalmente, considerando este ambiente anómalo, el trabajo termina sugiriendo algunos cambios en la lógica constitucional e infraconstitucional (que pasan por cambios ritualistas que, por ejemplo, mitigan y relativizan el poder individual de los componentes de la Corte, además de perfeccionar el sistema de composición de la Corte Suprema de Justicia). ) que, de implementarse, puede tener la capacidad de dilatar el entorno democrático-constitucional brasileño, proporcionando no solo el refuerzo de la legitimidad que debe tener la Corte para realizar bien su tarea fundamental, sino también para apoyar el equilibrio óptimo y armónico que debe existir. entre los Poderes.