Embora a região Belém seja uma das áreas mais exploradas da Amazônia com coletas desde o século XVIII, grande parte das informações se encontra dispersa em coleções internacionais, o que dificulta a reunião de dados e interpretações biogeográficas. Visando ampliar o conhecimento da fauna de lepidópteros da região, o presente estudo levantou uma lista de 225 espécies de Hesperiidae encontradas na RPPN Klagesi durante aproximadamente 24 anos de amostragens esporádicas, embora mais freqüentemente na última década. São adicionadas 113 espécies previamente não relacionadas para a região, a qual passa a ser a área de maior riqueza conhecida de Hesperiidae dentre todas as regiões de endemismo da Amazônia brasileira até então inventariadas. No entanto, o conhecimento da diversidade de Hesperiidae em outras áreas de endemismo é tão restrito, que a riqueza de espécies deve ser utilizada apenas como indicador de esforço amostral ao invés de inferências biogeográficas. Três das regiões de endemismo ainda não apresentam nenhum inventário de fauna (Xingú, Napo e Imeri), enquanto as demais são reconhecidas por um ou poucos inventários. Portanto, para que a lepidopterofauna amazônica seja realmente conhecida e utilizada em estudos de biogeografia e conservação, são necessários esforços direcionados nestas regiões ainda totalmente desconhecidas ou mesmo a reunião de informações sobre coletas já realizadas, cujo material se encontra disperso em coleções pelo mundo.The region of Belém is one of the best known area of the Amazon Forest, given its scientific explorations since the 18th century. However much of the informations about the biological diversity of the region is scattered at several museums around the world, thus making it harder to access and to propose biogeographical hypothesis.. Aiming to contribute to the knowledge of lepidopterological diversity of the region, the present study lists 225 species of Hesperiidae present at Private Natural Reserve Klagesi registered during approximately 24 years of sporadically collecting, although more frequently on the past decade. One hundred and thirteen species not yet registered in endemism's region of Belém are added, which makes it the richest of all Amazonian endemism areas in Brazil. However, the Amazonian skippers are so poorly known that this richness index can only be used for effort comparisons instead of biogeographical or ecological inferences. Three of the endemism regions still lack information about their diversity (Xingú, Napo and Imeri), while others are known basically from one or a few inventories. Therefore, focused sampling at those unknown areas or gathering information at international museums are indispensable strategies to obtain a better knowledge of Amazonian butterfly diversity so they can be used for biogeographical studies and conservation management.