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Trata-se de um comentário ao texto de santo Agostinho intitulado De fide rerum quae non videntur, na verdade, um sermão motivado pelos equívocos ou mesmo os enganos daqueles que não professavam a fé cristã. Provavelmente o texto foi escrito entre 420-425, tempo propício para fortalecer a fé nas coisas invisíveis, tendo em vista o horizonte que anunciava o declínio do Império Romano. Na composição do texto, em consonância com o estilo próprio de um sermão, são oito breves partes. Sem perder a coesão em torno do tema principal, Agostinho pode concluir que a fé tem olhos próprios capazes de ver – e de nos permitir crer – nas coisas invisíveis. Recebido: 30/12/2019 Aceito: 30/12/2019

Este artigo tem como objetivo propor uma reflexão em torno do princípio ético agostiniano: “Ama e faze o que quiseres”. Ele se propõe também analisar as correlações deste princípio com a ética em geral, que é o reino das ações humanas. Frequentemente repetida e frequentemente mal entendida, ou mal interpretada, a exortação de Agostinho, que se encontra no seu Comentário à Primeira Carta de João (VII,8), pode servir como ponto de partida para se aprofundarem o conhecimento e o debate sobre os valores éticos que estão em jogo no mundo contemporâneo.