OBJETIVO: Descrever a frequência de rastreadores de potenciais resultados adversos em internações no Sistema Único de Saúde. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, incluindo as internações de adultos na clínica médica (n = 3.565.811) e clínica cirúrgica (n = 2.614.048) no Brasil em 2007. O Sistema de Informações Hospitalares foi utilizado como fonte de informação. A mensuração dos resultados adversos baseou-se no rastreamento de 11 condições clínicas, definidas em estudos internacionais anteriores, registradas no campo diagnóstico secundário. Foram realizadas análises bivariada e multivariada, no intuito de associar resultado adverso, óbito (variável dependente) e outras variáveis como idade, utilização de unidade de terapia intensiva e realização de cirurgia. RESULTADOS: A frequência obtida foi 3,6 potenciais resultados adversos por 1.000 internações para ambas as clínicas, superior na clínica médica (5,3 por 1.000) em relação à clínica cirúrgica (1,3 por 1.000). Houve diferenças no perfil das internações: na clínica médica predominaram idosos, maior tempo médio de permanência, maior taxa de mortalidade e menor custo total de internação. O rastreador de resultado adverso mais frequente foi pneumonia hospitalar. Choque/parada cardíaca apresentou maior risco de óbito (OR = 5,76) em relação aos demais resultados adversos. Os maiores gastos com internações estiveram relacionados à sepse hospitalar. Os rastreadores de potencial resultado adverso apresentaram altas chances de óbito, mesmo com a introdução de variáveis como uso de terapia intensiva e realização de cirurgia. CONCLUSÕES: A alta frequência de resultados adversos em internações indica a necessidade de desenvolver estratégias de monitoramento e melhorias dirigidas para a segurança do paciente.OBJETIVO: Describir la frecuencia de sondeos de potenciales resultados adversos en internaciones en el Sistema Único de Salud. MÉTODOS: Estudio retrospectivo, incluyendo las internaciones de adultos en la clínica médica (n=3.565.811) y clínica quirúrgica (n=2.614.048) en Brasil en 2007. El Sistema de Informaciones Hospitalarias fue utilizado como fuente de información. La medición de los resultados adversos se basó en el sondeo de 11 condiciones clínicas, definidas en estudios internacionales anteriores, registradas en el campo diagnóstico secundario. Se realizaron análisis bivariado y multivariado, con el propósito de asociar resultado adverso, óbito (variable dependiente) y otras variables como edad, utilización de unidad de terapia intensiva y realización de cirugía. RESULTADOS: La frecuencia obtenida fue 3,6 potenciales resultados adversos por 1.000 internaciones para ambas clínicas, superior en la clínica médica (5,3 por 1.000) con relación a la clínica quirúrgica (1,3 por 1.000). Hubo diferencias en el perfil de las internaciones: en la clínica médica predominaron ancianos, mayor tiempo promedio de permanencia, mayor tasa de mortalidad y menor costo total de internación. El sondeo de resultado adverso más frecuente fue neumonía hospitalaria. Choque/parada cardíaca presentó mayor riesgo de óbito (OR= 5,76) con relación a los demás resultados adversos. Los mayores gastos con internaciones estuvieron relacionados con la asepsia hospitalaria. Los sondeos de potencial resultado adverso presentaron altas probabilidades de óbito aún con la introducción de variables como uso de terapia intensiva y realización de cirugía. CONCLUSIONES: La alta frecuencia de resultados adversos en internaciones muestran la necesidad de desarrollar estrategias de monitoreo y mejoras dirigidas a la seguridad del paciente.OBJECTIVE: To assess the frequency of screening for potential adverse outcomes in hospitalizations of the Brazilian Unified Health System. METHODS: A retrospective study, including all hospital admissions of adults in medical clinics (n = 3,565,811) and surgical clinics (n = 2,614,048) in Brazil in 2007. The Hospital Information System was used as a source of information. The measurement of adverse events was based on screening for eleven clinical conditions, as defined by previous international studies, recorded in the secondary diagnosis field. We performed bivariate and multivariate analysis to investigate associations between adverse events, death (dependent variable) and other variables such as age, use of the intensive care unit and performance of surgery. RESULTS: The frequency obtained for both clinic types was 3.6 potential adverse events per 1,000 admissions, with a greater frequency in medical clinics (5.3 per 1,000) than in surgery clinics (1.3 per 1,000). There were differences in the profile of hospital admissions between the two clinics: medical clinics were characterized by a predominance of older adults, longer average length of stay, higher mortality rate and lower total cost of hospitalization. The most common potential adverse outcome was hospital-acquired pneumonia. Cardiac arrest had a higher risk of death (OR= 5.76) compared to other potential adverse outcomes. Increased cost for hospitalizations was associated with sepsis. The conditions used as the screening criteria were associated with greater odds of death even after the introduction of variables such as use of intensive care and surgery. CONCLUSIONS: The high frequency of adverse outcomes in hospital admissions indicates a need to develop monitoring strategies and to improve quality of care for improved patient safety.