Introdução: O diagnóstico de retenção urinária em pacientes críticos sofre influências multifatoriais, atribuídas à condição de saúde. O exame de ultrassonografia (US) de bexiga favorece a mensuração do volume urinário após a retirada do cateter vesical de demora, pois proporciona mais segurança na avaliação e pode ser realizado durante o exame físico do enfermeiro. Objetivo: Identificar as evidências científicas presentes na literatura e realizar a mensuração do volume urinário em pacientes críticos adultos e idosos internados em ambiente intra-hospitalar, por meio da ultrassonografia de bexiga. Materiais e método: Os dados foram coletados em duas etapas, sendo a primeira uma revisão integrativa (RI) da literatura, realizada nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), US National Library of Medicine National Institutes Database Search of Health (Medline/PubMed®), Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web of Science. A segunda etapa foi um estudo descritivo, observacional e transversal, desenvolvido no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC UFU), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, com pacientes com 18 anos ou mais, de ambos os sexos, sem uso de cateter vesical de demora (CVD) ou que tivessem retirado este dispositivo nas últimas 48 horas. Os dados coletados por meio de anamnese e exame físico foram organizados em um instrumento elaborado e validado por três juízes especialistas na área. As variáveis categóricas foram analisadas segundo estatística descritiva com distribuição de frequência absoluta e relativa, enquanto para as variáveis quantitativas foram utilizadas as medidas de centralidade (central, média e mediana) e de variabilidade (amplitude e desvio padrão). Adotou-se nível de significância estatística de 95%, ou seja, α = 0,05. Resultados: Os cinco artigos incluídos na RI evidenciaram duas categorias temáticas: Vantagens do uso da ultrassonografia no diagnóstico da retenção urinária, na qual foram destacadas a eficiência na mensuração do volume urinário e a redução do uso desnecessário de CVD; e Fatores de risco que levam à retenção urinária, como idade avançada, uso prolongado de CVD, restrição ao leito e uso de medicações sedativas. Quanto aos resultados clínicos, a maioria dos 37 pacientes incluídos na amostra era do sexo masculino e tinha média de idade de 54,9 (Dp=18,4) anos. Esses pacientes foram internados na UTI por causas neurológicas 18 (48,65%); encontravam se torporosos 16 (43,24%); receberam sedativos ao longo da internação na UTI, sobretudo propofol, fentanil e midazolam; e com frequência utilizavam opioides para controle da dor e psicotrópicos para manejo de quadros de agitação psicomotora. Houve manifestação de constipação intestinal e história de ITU. O tempo médio de utilização do CVD foi de 11,8 (Dp=7,99) dias. Os pacientes foram avaliados com tempo mínimo de quatro horas e máximo de 48 horas após a retirada do dispositivo. Realizou-se o cateterismo de alívio com intervalo médio de nove horas entre um procedimento e outro. Dos 11 pacientes que apresentaram micção espontânea, identificou-se Retenção Urinária (RU) em oito. O volume urinário mensurado pela ultrassonografia de bexiga foi de 332,3 ml, com valores mínimos de 10 ml e máximos de 950 ml. A RU apresentou frequência de 40,54% (15 sujeitos). Discussão: De acordo com a literatura, a utilização da US de bexiga contribui efetivamente para uma assistência de enfermagem segura e a tecnologia traz benefícios para a prática diária do enfermeiro, por proporcionar mais segurança no trabalho executado. Conclusão: Espera-se que esses achados contribuam para elaboração e implementação de protocolos de gerenciamento da RU em UTI. Embora sejam necessários novos estudos acerca da temática, tendo em vista o baixo nível de evidência dos artigos elencados na RI e a amostra reduzida de pacientes avaliados, considera se que o estudo atingiu relevância inovadora para o desenvolvimento da enfermagem ao apresentar a ultrassonografia de bexiga como ferramenta acessória para o diagnóstico de enfermagem em retenção urinária e, por conseguinte, para o processo do cuidar. Introduction: The diagnosis of urinary retention in critically ill patients suffers multifactorial influences attributed to the health condition of the patients, the use of bladder ultrasonography contributes favorably to the measurement of the urinary volume after removal of the indwelling bladder catheter, because the equipment ensures security in the evaluation and use of the physical examination of the nurse. Objective: To identify the scientific evidence in the literature and to measure the urinary volume in critical adult and elderly patients with urinary retention, admitted in an in-hospital environment, through the use of bladder ultrasonography. Material and method: It was developed in two stages, the first being a literature integrative review (IR), in which primary studies were included, which answered to the question “what are the scientific evidences in the literature about the use of ultrasonography in the measurement of urinary volume in critical adult and elderly patients with urinary retention admitted to an in hospital environment?”, with no time frame and in Portuguese, English and Spanish, in sources: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), US National Library of Medicine National Institutes Database Search of Health (Medline/PubMed®), Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web of Science. The second stage was a descriptive, observational and cross-sectional study, performed at the Hospital de Clínicas of the Federal University of Uberlândia (HC-UFU), in the adult Intensive Care Unit (ICU), with patients aged 18 or over, of both genders, without use of a indwelling bladder catheter (IBC) and those in which the IBC had been removed in the last 48 hours. The collection occurred through anamnesis and physical examination, whose data were reported in an instrument built and validated by three expert judges in the field. Data were entered into an a Excel® spreadsheet, using double entry and analyzed using the Statistics Package for the Social Sciences (SPSS) version 23.0 for Windows. Categorical variables were analyzed according to descriptive statistics with absolute and relative frequency distribution, while for the quantitative variables measures of centrality (central, mean and median) and variability (amplitude and standard deviation) were used. A level of statistical significance of 95% was considered, that is, α = 0,05. The project was approved by the Research Ethics Committee of the proposing and co-participating institutions. Results: Five articles were included in the IR, making it was possible to establish two thematic categories: Advantages of using ultrasonography in the diagnosis of urinary retention, in which highlighted the efficiency in measuring urinary volume and the reduction of unnecessary use of IBC; and Risk factors that lead to urinary retention such as older age, prolonged use of IBC, bed restriction and use of sedative medications. As for the sociodemographic and clinical results, 37 patients were included, most of them male, with an average age of 54.9 (SD=18.4) years. They were admitted to ICU due to neurological causes 18 (48.65%), were numb 16(43.24%), received sedatives throughout their stay in ICU, with propofol, fentanyl and midazolam being the most used, and opioids were often used for pain control and psychotropic drugs for the management of psychomotor agitation. There was a manifestation of intestinal constipation and a history of urinary tract infection (UTI). The average time of use of the IBC was of 11.8 (SD=7.99) days. Patients were evaluated with a minimum of four hours and a maximum of 48 hours after removal of the device, the relief catheterization was performed with an average interval of nine hours between one procedure and another. Of the 11 patients who had spontaneous urination, Urinary Retention (UR) was found in eight subjects. The urinary volume measured by bladder ultrasonography was 332.3 ml, with minimum values of 10 ml and reaching up to 950 ml. The UR presented a frequency of 40.54% (15 subjects). Discusion: according to the literature the use of bladder ultrasonography effectively contributes to safe nursing care, technology brings benefits to the daily nurse practice, cooperating with professionals in order to offer confidence in the work performed. Conclusion: despite the low level of evidence of the articles listed in the IR and the small sample of patients evaluated, it is hoped that these findings contribute to the deveolpment and implementation of UR managment protocols in the ICU; making further studies on the subject necessary, in order to propose measures that facilitate the insertion of EBP in the practice of intensive care nurses, contributing to patient safety. Introducción: El diagnóstico de retención urinaria en pacientes críticos sufre influencias multifactoriales atribuidas al estado de salud de los pacientes, el uso de la ecografía vesical contribuye favorablemente a la medición del volumen urinario posterior a la retirada de la cateter urinário permanente, ya que el equipo brinda seguridad en evaluación y uso del examen físico de la enfermera. Objetivo: Identificar la evidencia científica presente en la literatura y la ocurrencia de residuo vesical en pacientes adultos críticos con retención urinaria, hospitalizados en un ambiente intrahospitalario, mediante el uso de ultrasonido. Materiales y método: Se desarrolló en dos etapas, siendo la primera una revisión integradora (RI) de la literatura, en la que se incluyeron estudios primarios, que respondieron a la pregunta “¿Qué evidencia científica está presente en la literatura sobre el uso de la ecografía en ¿La medición de volumen en pacientes críticos adultos y ancianos con retención urinaria ingresados en un ámbito hospitalario? ”, sin marco temporal y en portugués, inglés y español, en las fuentes: Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS). , Biblioteca Nacional de Medicina de los EE. UU. Búsqueda de base de datos de los Institutos Nacionales de Salud (Medline / PubMed®), Scopus, Índice acumulativo de literatura de enfermería y salud afín (CINAHL) y Web of Science. La etapa fue un estudio descriptivo, observacional y transversal, realizado en el Hospital de Clínicas de la Universidad Federal de Uberlândia (HC-UFU), en la Unidad de Cuidados Intensivos (UCI) de adultos, con pacientes de 18 años o más, de ambos sexos, sin el uso de cateter urinário permanente (CUP) y aquellos en los que la CUP se había retirado en las últimas 48 horas. La recolección se realizó mediante anamnesis y examen físico, cuyos datos fueron informados en un instrumento construido y validados por tres jueces expertos en el área. Los datos se ingresaron en una hoja de cálculo Excel® mediante doble entrada y se analizaron con el paquete de estadísticas para las ciencias sociales (SPSS) versión 23.0 para Windows. Las variables categóricas se analizaron según estadística descriptiva con distribución de frecuencia absoluta y relativa, mientras que para las cuantitativas se utilizaron medidas de centralidad (central, media y mediana) y variabilidad (amplitud y desviación estándar). Se consideró un nivel de significancia estadística del 95%, es decir, α = 0,05. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de las instituciones proponentes y coparticipantes. Resultados: Se incluyeron cinco artículos en el RI, lo que permitió establecer dos categorías temáticas: Ventajas del uso de la ecografía en el diagnóstico de retención urinaria, en las que se destacó la eficiencia en la medición del volumen urinario y la reducción del uso innecesario de CUP; y Factores de riesgo que conducen a la retención urinaria como la vejez, el uso prolongado de enfermedades cardiovasculares, la restricción de camas y el uso de medicamentos sedantes. En cuanto a los resultados sociodemográficos y clínicos, se pudo observar que la mayoría de los pacientes eran varones, con una edad media de 54,9 (DE = 18,4) años. Fueron ingresados en UCI por causas neurológicas 18 (48,65%), adormecidos 16 (43,24%), recibieron sedantes durante toda su estancia en UCI, siendo el propofol, fentanilo y midazolam los más utilizados, y con frecuencia se utilizaron opioides. para controlar el dolor y se utilizaron psicotrópicos para controlar la agitación psicomotora. Hubo una manifestación de estreñimiento intestinal y antecedentes de ITU. El tiempo medio de uso de la CUP fue de 11,8 (DE = 7,99) días. Los pacientes fueron evaluados con un mínimo de cuatro horas y un máximo de 48 horas después de la extracción del dispositivo, realizándose un cateterismo de alivio con un promedio de nueve horas entre un procedimiento y otro. De los 11 pacientes que tuvieron micción espontánea, se encontró RU en ocho sujetos. El volumen urinario medido por ecografía de vejiga fue de 332,3 ml, con valores mínimos de 10 ml y llegando hasta 950 ml. Reino Unido presentó una frecuencia del 40,54% (15 sujetos). Discusión: de acuerdo con la literatura, el uso de la ecografía vesical contribuye efectivamente a un cuidado de enfermería seguro, la tecnología aporta beneficios a la práctica diaria de los enfermeros, colaborando con los profesionales para brindarles confianza en el trabajo realizado. Conclusión: a pesar del bajo nivel de evidencia de los artículos enumerados en el RI y la pequeña muestra de pacientes evaluados, se espera que estos hallazgos contribuyan a promover el desarrollo e implementación de protocolos de manejo de la RU en la UCI; haciendo necesarios nuevos estudios sobre el tema, con el fin de proponer medidas que faciliten la inserción de la PBE en la práctica de las enfermeras de cuidados intensivos, contribuyendo a la seguridad del paciente.