Este estudo tratou da colaboração como estratégia para aumento da competitividade empresarial. Levou em consideração dois eixos teóricos para fundamentar as análises. Um clássico, apoiado na Teoria da Competitividade Nacional de Porter (1989), que defende que as empresas são condicionadas ao meio onde competem e são forçadas a dar respostas estratégicas conforme exigidas, e o segundo eixo teórico baseado nas contribuições da sociologia para as organizações, com foco na análise do comportamento dos indivíduos (atores) que se utilizam dos relacionamentos para realizar suas tarefas. Conhecida como Análise de Redes Sociais (ARS), esta abordagem entende que as empresas, por meio de seus atores, trocam fluxos (informação, prestígio, afeição, conhecimento, influência, etc.) que, muitas vezes, podem dar vantagens competitivas a quem capitaliza a sua utilização. A verificação empírica, realizada com 63 empresas da área de Tecnologia da Informação da região de Santos, organizados em um Arranjo Produtivo Local em gestação, para atender demandas, principalmente de empresas ligadas à cadeia produtiva do petróleo e gás (P&G), mostrou haver evidências tanto das teorias de Porter, percebida na configuração das empresas, que apesar de estarem além da sobrevivência (mais de 70% tem, no mínimo, seis anos de idade) não demonstram crescimento compatível com suas longevidades; e na pressão atual que as condições de demanda e da rivalidade de novos entrantes, atraídos pela cadeia de P&G, exercem sobre as empresas locais, quanto na afirmação da ARS de que atores podem se utilizar estrategicamente do reconhecimento das redes sociais e, deliberadamente, se posicionarem a fim de atingir seus objetivos empresariais. Demonstrado nos resultados da pesquisa pela concentração de fluxos em atores específicos, que, por isso, tornam-se vitais para a rede e para as outras empresas conectadas. Concluiu-se não haver um choque direto entre as duas abordagens teóricas, mas uma complementaridade, onde a ARS aprofunda a visão de Porter e, se utilizadas em conjunto, podem servir como poderosa ferramenta de análise e apoio à movimentação estratégica empresarial.