L'objectif de cette thèse est d'analyser de manière globale la relation entre les inégalités socio-économiques et les inégalités éducatives dans différents contextes de modernité. Cela commence par la Théorie de la Reproduction, construite par Bourdieu et Passeron, qui postule une relation forte entre les inégalités sociales et éducatives. Malgré sa valeur heuristique, cette théorie a été discutée de manière critique par des sociologues comme Boudon, Lahire, Van Haecht et d'autres. Dubet, en particulier, démontre, dans ses analyses empiriques avec les pays du monde développé, la complexité de cette relation. En plus du modèle classique, postulé par Bourdieu et Passeron, Dubet identifie deux autres types de relations entre les inégalités socio-économiques et scolaires, celle de la «fluidité», typique des pays nordiques et de l'Anglosphère, caractérisée par de petites inégalités sociales et éducatives et une faible reproduction sociale , et celle de la «désarticulation», typique de l'Europe du Sud, où la reproduction sociale est élevée, mais passe peu dans le système éducatif. Ainsi, la thèse interroge lequel de ces modèles - ou aucun d'entre eux - serait adéquat pour comprendre d'autres contextes de modernité, tels que les pays d'Amérique latine et d'Asie de l'Est. La modernité est comprise, à la suite des travaux de Charles Taylor, comme une grande transformation des valeurs, qui génère différentes configurations contextuelles, ce que Einsenstadt a appelé les modernités multiples. Comme méthode de production de données, des sources secondaires du PISA (OCDE), de la Banque Mondiale, de la World Value Survey, ainsi que d'autres sources internationales sont utilisées, analysant 57 pays au cours des années 1990, 2000 et 2010. Comme la méthode d'analyse, l'analyse des données géométriques et l'analyse multivariée sont utilisées. Les résultats indiquent la non-linéarité de la relation entre les dimensions mentionnées cidessus. La relation entre les inégalités socio-économiques et éducatives dans les pays latino-américains s'inscrit dans une logique de radicalisation du modèle traditionnel de la théorie de la reproduction (qui inclut des pays comme la France, l'Allemagne et les États-Unis), mais qui ne peut s'y réduire. De plus, ni le modèle bourdieusien original de «reproduction» ni les modèles proposés par Dubet ne s'appliquent aux pays d'Asie de l'Est ou des pays d'Europe de l'Est, anciennement communistes. Ainsi, cette thèse propose de nouveaux modèles de relations entre inégalités éducatives et socio-économiques, applicables à différentes régions culturelles de modernité multiple. O objetivo desta tese é analisar compreensivamente as relações entre desigualdades socioeconômicas e desigualdades educacionais em diferentes contextos de modernidade. Parte-se da Teoria da Reprodução, construída por Bourdieu e Passeron, que postula uma forte relação entre desigualdades sociais e escolares. Não obstante seu valor heurístico, essa teoria vem sendo discutida criticamente por sociólogos como Boudon, Lahire, Van Haecht e outros. Dubet, em especial, demonstra, em suas análises empíricas com países do mundo desenvolvido, a complexidade dessa relação. Além do modelo clássico, postulado por Bourdieu e Passeron, Dubet identifica dois outros tipos de relações entre desigualdades socioeconômicas e escolares, o da “fluidez”, típico dos Países Nórdicos e da Anglosfera, caracterizado por desigualdades sociais e escolares pequenas e pouca reprodução social, e o da “desarticulação”, típico do Sul da Europa, onde a reprodução social é elevada, mas pouco passa pelo sistema escolar. Assim, a tese questiona qual desses modelos – ou nenhum deles – seria adequado para entender outros contextos da modernidade, como o latino-americano e o dos países do leste-asiático. Entende-se a modernidade, na esteira da obra de Charles Taylor, como uma grande translação valorativa, que assume diferentes configurações contextuais, o que Einsenstadt chamou de modernidades múltiplas. Como método de produção de dados utilizam-se fontes secundárias do PISA (OCDE), do Banco Mundial, do World Value Survey, bem como de outras fontes internacionais, analisando-se 57 países ao longo das décadas de 1990, 2000 e 2010. Como método de análise, utilizam-se a análise geométrica de dados e análises multivariadas. Os resultados indicam a nãolinearidade da relação entre as dimensões acima mencionadas. A relação entre desigualdades socioeconômicas e educacionais em países da América Latina opera sob uma lógica de radicalização do modelo tradicional da teoria da reprodução (no qual se encaixam países como França, Alemanha e Estados Unidos), mas que não se reduz a ela. Da mesma forma, nem o modelo original bourdieusiano de “reprodução”, nem os modelos aventados por Dubet se aplicam aos países do Leste Asiático ou aos países do Leste Europeu, excomunistas. Assim, esta tese propõe novas tipologias de relações entre desigualdades educacionais e socioeconômicas, aplicáveis a diferentes áreas culturais da modernidade múltipla. The objective of this thesis is to comprehensively analyse the relationship between socioeconomic inequalities and educational inequalities in different contexts of modernity. It starts with the Theory of Reproduction, built by Bourdieu and Passeron, which postulates a strong relationship between social and educational inequalities. Despite its heuristic value, this theory has been critically discussed by sociologists like Boudon, Lahire, Van Haecht and others. Dubet, in particular, demonstrates, in his empirical analyzes with countries in the developed world, the complexity of this relationship. In addition to the classic model, postulated by Bourdieu and Passeron, Dubet identifies two other types of relationships between socioeconomic and educational inequalities, that of “fluidity”, typical of the Nordic Countries and the Anglosphere, characterized by small social and educational inequalities and little social reproduction, and that of “disarticulation”, typical of Southern Europe, where social reproduction is high, but is little related to the educational system. Thus, the thesis questions which of these models - or none of them - would be adequate to understand other contexts of modernity, such as Latin American and East Asian countries. Modernity, as proposed by Charles Taylor's work, is understood as a great values’ translation. Modernity assumes different contextual configurations, what Einsenstadt called multiple modernities. As a method of data production, secondary sources from PISA (OECD), the World Bank, the World Value Survey, as well from other international sources are used, analysing 57 countries throughout the 1990s, 2000s and 2010s. As analysis method, geometric data analysis and multivariate analysis are used. The results indicate the non-linearity of the relationship between the dimensions mentioned above. The relationship between socioeconomic and educational inequalities in Latin American countries operates under a logic of radicalization of the traditional model of the theory of reproduction (which includes countries such as France, Germany and the United States), but which cannot be reduced to it. Likewise, neither the original Bourdieusian model of “reproduction” nor the models suggested by Dubet apply to East Asian countries or to Eastern European countries, formerly communists. Thus, this thesis proposes new types of relationships between educational and socioeconomic inequalities, applicable to different cultural areas of multiple modernity.