Introdução: São Tomé e Príncipe é um País Africano de Língua Oficial Portuguesa, de rendimento baixo-médio, onde a extrema pobreza potencia grandes desigualdades em saúde. Pouco se sabe sobre o consumo de álcool e substâncias ilícitas, além dos indicadores de importação e distribuição pela população. Não existem estudos realizados sobre este tema em crianças e adolescentes e são desconhecidas quaisquer medidas preventivas. Além disso, as bases de dados manuais apresentam limitações significativas, perante a inexistência de causas associadas às taxas de mortalidade (0 - 5 anos e > 5), e incapacidade de estabelecer uma relação causa-efeito entre doenças e morte e esperança média de vida. Inexistência de dados relativo às causas de mortalidade nos relatórios do Centro Nacional de Endemias ou nos relatórios da organização não-governamental Instituto Marquês de Valle Flor, entidade facilitadora de cuidados de saúde em especialidades clínicas selecionadas em regime de voluntariado de médicos de hospitais Portugueses. Propusemos assim realizar o primeiro diagnóstico de situação familiar e condições de habitação, e sobretudo, sobre o consumo de álcool e de substâncias ilícitas nos jovens. Neste sentido, foi desenvolvido o Inquérito Nacional sobre o Consumo de Álcool e Drogas em Meio Escolar em São Tomé e Príncipe para melhor caraterização da situação na população escolar, e para testar estratégias de comunicação em saúde e intervenções preventivas adaptadas às realidades socioculturais das populações-alvo. Foram considerados o dialeto, as famílias monoparentais, (estrutura matriarcal) a poligamia (sobretudo nos homens) num país e com governos liderados por homens (estrutura patriarcal), onde o papel da mulher, como refere a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, continua esquecido. Posteriormente procederemos à recolha de amostras de álcoois tradicionais, nas duas principais ilhas, para análise (pelo Laboratório de Estudos Farmacêuticos e Laboratório Nacional de Engenharia Civil) e determinar os metais pesados no processo de produção e impacto na esperança média de vida. Material e Métodos: Revisão da literatura nas bases de dados eletrónicas da Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial da Saúde África, Organização das Nações Unidas, SCOPUS, MEDLINE, The Lancet e Lancet Global Health. Também considerámos e analisámos os dados disponíveis no Instituto Nacional de Estatística, Ministério das Finanças, Estatísticas da Educação, Ministério da Educação, Cultura e Formação, Estatística da Saúde, Ministério da Saúde e Assuntos Sociais do XV Governo de Iniciativa Presidencial 2013-14. Serão realizadas algumas entrevistas qualitativas aos líderes de todas as comunidades, à igreja e missões católicas com intervenção humanitária e apoio aos mais desfavorecidos. Posteriormente, aplicação de um questionário biográfico, demográfico e socioeconómico sobre o uso de substâncias lícitas e ilícitas a uma amostra de 2064 estudantes. Foram consideradas as caraterísticas demográficas, sociais e culturais. Após resultados e conclusões, iremos ensaiar algumas intervenções preventivas de comunicação em saúde como o edutainment nas escolas primárias de três distritos (EDUCA_TARTARUGA) e com os jornalistas de rádio (EDUCA_PRESS), as quais serão avaliadas pelos professores primários e pelos jornalistas de rádio.