Este estudo in vitro avaliou o efeito do uso de própolis associada a suspensão de Biosilicato na resistência de união (RU) à dentina de restaurações em compósito. Foram selecionados 320 dentes molares humanos hígidos e preparadas cavidades oclusais (5 mm de comprimento, 4 mm de largura e 4 mm de profundidade) utilizando brocas carbide. Metade das amostras foram submetidas a protocolos Des-Re para formação de cárie artificial. Posteriormente, todos os dentes foram separados em oito grupos (n = 20) de acordo com o tratamento recebido antes do adesivo (Single Bond Universal - 3M ESPE): Grupo Controle - Sistema Adesivo; Grupo CHX - Cloredixina a 0,12% (CHX); Grupo Bio - Suspensão de Biosilicato a 10% (Bio); Grupo P16 - Extrato de própolis com baixo teor de polifenóis (P16); Grupo P45 - Extrato de própolis com alto teor de polifenóis (P45); Grupo CHX Bio - CHX + Bio; Grupo P16 Bio - P16 + Bio; P45 Bio - P45 + Bio. Após restauração (Filtek Z350, 3M ESPE), as amostras foram seccionadas em formato de palitos, divididos e armazenados em água destilada a 37 ºC por 24 horas, 6 meses e 1 ano. Após o período de armazenamento, foram submetidos ao teste de microtração (0,5 mm/min). Os dados foram analisados (ANOVA de dois fatores, teste de Bonferroni, p < .05), os padrões de fratura observados com microscópio óptico (VH-M100, Keyence) e MEV (EVO MA10, ZEISS); e a interface adesiva, através da MET (JEM-1010, JEOL). A associação de tratamentos resultou em maior RU (p < .05) nos dentes cariados em relação às amostras Controle, testados após 24 horas, sem diferença entre si (p > .05). Entre os hígidos testados após 6 meses, o grupo P16 mostrou maior RU que os grupos Bio e Controle (p < .05). Dentre os dentes cariados, o grupo P45 mostrou maior RU do que o grupo CHX Bio (p < .05) quando testados após 1 ano. O envelhecimento das amostras só foi significativo (p < .05) para os substratos cariados, de forma que houve menor RU após 6 meses para o grupo P45 Bio e após 1 ano para o grupo CHX Bio. As imagens em MEV demonstraram que substratos hígidos apresentam padrão clássico de condicionamento obtido com sistemas self-etch. Nos cariados, nota-se maior remoção da smear layer e formação dos tags de resina em maior quantidade. Encontraram-se túbulos mais expostos e fibrilas colágenas desorganizadas. Foi possível identificar partículas de Biosilicato nos grupos tratados com esse biomaterial. Nos substratos cariados, foi possível identificar partículas de própolis sobre a dentina tratada. Na MET foi observada boa interação do adesivo com as fibrilas colágenas e a formação da camada híbrida. No substrato cariado percebe-se um tecido conjuntivo mais frouxo e desorganizado. Foi também possível identificar partículas de Biosilicato e do extrato de própolis. O tratamento com própolis com baixo teor de polifenóis, resultou em melhor resistência de união em substrato hígido após 6 meses de envelhecimento. A associação de tratamentos com Biosilicato promove melhor resistência de união após 24 horas em substratos cariados. Não houve diferença na resistência de união em virtude do envelhecimento no substrato hígido. O padrão de fratura mais prevalente foi o não adesivo, que aumentou à medida que houve maior tempo de envelhecimento. This in vitro study evaluated the effect of the use of propolis associated with Biosilicate suspension on the bond strength (BS) of composite restorations to dentin. 320 sound human molars were selected and occlusal cavities (5 mm length, 4 mm width and 4 mm depth) were prepared with carbide burs. Half of them were submitted to Des-Re protocols for development of artificial caries. Then, all teeth were separated into eight groups (n = 20) according to the treatment received before the adhesive system (Single Bond Universal - 3M ESPE): Control Group - Adhesive System; CHX Group - 0,12% Chlorhexidine (CHX); Bio Group - 10% Biosilicate suspension (Bio); P16 Group - Propolis extract with low levels of polyphenols (P16); P45 Group - Propolis extract with high levels of polyphenols (P45); CHX Bio Group - CHX + Bio; P16 Bio Group - P16 + Bio; P45 Bio Group - P45 + Bio. After restorations (Filtek Z350, 3M ESPE), samples were sectioned into sticks, separated and stored in distilled water at 37 ºC for 24 hours, 6 months and 1 year. After that, the sticks were submitted to microtensile test (0,5 mm/min). Data was analyzed (2-way ANOVA, Bonferroni\'s Test, p < .05), fracture patterns were observed with optical microscope (VH-M100, Keyence) and SEM (EVO MA10, ZEISS); and the adhesive interface, under TEM (JEM-1010, JEOL). In caries-affected dentin (CAD), the association of treatments resulted in higher BS (p < .05) compared to Control group, tested after 24 hours, with no difference among them (p > .05). Among the sound dentin (SD) tested after 6 months, P16 group showed higher BS than Bio and Control groups (p < .05). On CAD tested after 1 year, P45 group presented higher BS than CHX Bio Group (p < .05). Aging was significant (p < .05) for CAD; thus, there was lower BS after 6 months for P45 Bio group and after 1 year for CHX Bio group. SEM displayed that SD present the classical etching pattern obtained with self-etch systems. Among CAD, there was greater removal of smear layer and higher amount of resin tags. It was also found dentinal tubules more exposed and disorganized collagen fibrils. It was identified Biosilicate particles in groups treated with this biomaterial. On CAD, it was possible to identify propolis particles on the treated dentin. TEM showed good interaction between adhesive and collagen fibrils, and the formation of the hybrid layer. In CAD, a looser and more disorganized connective tissue was noticed. It was also identified Biosilicate and propolis particles. The treatment with propolis with low levels of polyphenols resulted in the best bond strength on sound dentin after 6 months of aging. The association of treatments with Biosilicate promoted the best bond strength after 24 hours on caries-affected dentin. On sound substrates, there was no difference in bond strength due to aging. The most prevalent fracture pattern was the non-adhesive fracture, which increased with longer aging periods.