Educação popular e educação de jovens e adultos são temas que, para leigos e/ou desatentos, podem parecer idênticos. Grosso modo, a argumentação é a de que o público-alvo é o mesmo e a responsabilidade de quem se dedica a essas modalidades educativas seria, sobretudo, a de reduzir o drama das populações desfavorecidas que não puderam frequentar a escola no tempo certo. Essa quase imediata identificação entre a educação popular, a EJA e os processos sociais de exclusão não ocorre por acaso. No entanto, para educadores que se ocupam dessas modalidades, em que pese o fato de elas se assemelharem, inclusive em suas trajetórias históricas, não se trata do mesmo tipo de prática educativa e nem, necessariamente do mesmo público. O que as une é sua origem e o fato de serem, ambas, tema secundário em relação aos interesses políticoeducativos efetivamente abraçados pelos sucessivos governos do país. A identificação de problemas concretos, de origem epistemológica, política e social das propostas e práticas pedagógicas ainda não produziu novas políticas ou um reconhecimento ampliado das mudanças necessárias. Precisamos descobrir e inventar modos de agir mais próximos e compatíveis com os discursos que somos capazes de produzir, modos de fazer política e educação popular, de jovens e adultos ou qualquer outra modalidade que contribuam para a democracia, para a horizontalização das relações entre os diferentes grupos sociais, para a emancipação social