Esta investigação aborda o tema do ativismo transnacional pelos direitos das mulheres migrantes, com foco nas mulheres provenientes da MENA residentes na União Europeia, através uma lente interseccional que foca as discriminações múltiplas de que estas mulheres são vítimas, mas também as formas múltiplas de ativismo pelos seus direitos, transversais a diversas ONGs à escala europeia, que abordam esta luta a partir de diferentes prismas. Visa analisar como diferentes ONGs interagem com as políticas europeias de gestão da migração e perceber de que forma organizações bastante formais permitem - ou não - a entrada dos sujeitos das suas ações de ativismo. Foca particularmente a presença das organizações online, em diferentes plataformas, e a sua articulação com ações de ativismo offline, visto que esta perspetiva clarifica a identidade, o posicionamento, as estratégias e os desafios que as organizações em questão se propõem, e funciona como um ponto de entrada , sendo que, como afirma Sidney Tarrow (2011), a internet representa a grande mudança na organização contemporânea dos movimentos sociais. A própria orientação transnacional das organizações em análise exige uma escolha crescente por ações de ativismo multimodais, em que ações online se articulam com ações offline, com a possibilidade de criarem uma esfera pública alternativa, na intersecção destes dois espaços. São estas questões que este trabalho visa explorar, mantendo o foco nas mulheres migrantes provenientes da MENA e na sua integração em formas de ativismo transnacional, logo explorando igualmente a presença do Islão na esfera pública europeia. This research addresses the theme of transnational activism for migrant women's rights, focusing on migrant women from the MENA region residing in the European Union. It uses an intersectional lens to look at the multiple discriminations these women face and the multiple forms of rights activist developed by three different transnational NGOs at the European Union level. It aims to analyze how these organizations interact with Europe's migration policies and to question if these very formal and professionalized NGOs allow enough room for the actual participation of the women whose rights they claim to defend. It v focuses particularly on their online presence, understood in articulation with offline activism, a perspective that allows for clarification on these NGOs´ identities, positionings, strategies and challenges, given that the Internet, as Sidney Tarrow (2011) puts it, constitutes the greatest modification on the organization of contemporanean social movements. Transnational organizations lean towards multimodal activism, articulating online with offline actions, with an alternative public sphere possibly emerging in the intersection of these two spaces. This work aims to explore these questions, focusing on migrant women from the MENA region and their participation in transnational activism in the EU, thus also exploring the place of Islam in the European public sphere.