CNPq A alta produção de resíduos agroindustriais provenientes e a qualidade nutricional deste material, trouxe a necessidade por alternativas viáveis de reaproveitamento de cascas, talos, folhas e bagaços de frutas na alimentação humana. Somado a isto, o aumento do interesse pelo consumo de alimentos funcionais, como os probióticos, desperta o desenvolvimento de novos produtos que atendam as expectativas de saúde, preservando as características agradáveis ao paladar. Desta forma, o presente estudo propôs-se a utilização das cascas do abacaxi, como ingrediente rico em fibras, no desenvolvimento de sorvete adicionado de Lactobacillus rhamnosus ATCC 7469 (agente probiótico). As cascas utilizadas foram adquiridas de uma indústria de polpa de frutas, localizada na cidade de Recife/PE. As amostras foram processadas, secas em estufa a 70 °C, moídas até a obtenção da farinha de casca de abacaxi (FCA) e levadas para as análises de fibras, lipídios, umidade, atividade de água (Aw), cinzas e acidez titulável. Para os sorvetes, foram preparadas caldas base (mistura dos ingredientes e estabilizante), sendo estas pasteurizadas a 80 °C/ 30 s, resfriadas a 40 °C e adicionadas a um leite fermentado com L. rhamnosus ATCC 7469 (inóculo) com 1013 log UFC/mL. As misturas foram refrigeradas por 24 h (etapa de maturação) e batidas com o emulsificante até obtenção do sorvete. Foram elaboradas duas formulações, a controle (SC) e com FCA (SF), ambas foram armazenadas a -18 °C, e determinadas a composição centesimal e as taxas de overrun e melting rate. Foram avaliados o pH, a viabilidade celular por 90 dias em estocagem congelada e a caracterização microbiológica das formulações (pesquisa de possíveis contaminantes). Testes de aceitabilidade e intenção de compra foram aplicados para as formulações SC e SF. O rendimento para obtenção da FCA foi de 8,5 %. Com relação às características físico-químicas da FCA, foram obtidos como resultados: pH 3,86; concentração de fibras insolúveis e solúveis de 51,7 e 4,5 %, respectivamente; Aw 0,28; teor de cinzas de 2,36%; acidez 2,68 %; umidade 3,2 % e lipídios 1,2 %. As formulações SC e SF apresentaram, respectivamente, concentrações de cinzas (1,42 e 1,44 %), umidade (60,1 e 57,6 %), proteínas (5,44 e 5,55 %), lipídios (3,5 e 3,4 %), lactose (64,4 e 43,5 %), acidez titulável 59 e 58 °D), overrun (47 e 57 %) e melting rate (68,1 e 47,43 %). A sobrevivência a -18° C de L. rhamnosus durante 90 dias na formulação foi de 108 log UFC/mL para a amostra SC e de 109 log UFC/mL para a amostra SF. A análise sensorial demostrou notas de aceitação de 7,54 ± 0,29 que corresponde a “gostei muito” e “gostei moderadamente”, do total de 128 provadores. A média de notas da intenção de compra atribuída pelos provadores foi de 4,15 ± 0,83 (“possivelmente compraria”). O produto elaborado neste estudo é um sorvete adicionado de fibras e probióticos. E os resultados obtidos demonstraram que a adição da FCA ao sorvete favoreceu a viabilidade celular durante o estoque congelado, mantendo a aceitação sensorial, favorável a intenção de compra do produto. The high production of agro-industrial residues and the nutritional quality of this material, brought the need for viable alternatives for reusing peels, stalks, leaves and fruit pomace in human food. In addition, the increase in interest in the consumption of functional foods, such as probiotics, awakens the development of new products that meet healthy expectations, preserving the pleasant characteristics of the taste. Thus, the present study proposed the use of pineapple peels, as an ingredient rich in fiber, in the development of ice cream added with Lactobacillus rhamnosus ATCC 7469 (probiotic agent). The peels used were purchased from a fruit pulp industry, located in the city of Recife/PE. The samples were processed, dried in an oven at 70 ° C, ground to obtain the pineapple peel flour (FCA) and taken for analysis of fibers, lipids, moisture, water activity (Aw), ash and titratable acidity. For ice cream, base mix (mixture of ingredients and stabilizer) were prepared, which were pasteurized at 80 °C / 30 s, cooled to 40 °C and added to a fermented milk with L. rhamnosus ATCC 7469 (inoculum) with 1013 log CFU / mL. The mixtures were refrigerated for 24 h (maturation stage) and beat with the emulsifier until the ice cream was obtained. Two formulations were prepared, the control (SC) and with FCA (SF) both were stored at -18 ° C, and the chemical composition and overrun and melting rate were determined. The pH, cell viability for 90 days in frozen storage and the microbiological characterization of the formulations (research of possible contaminants) were evaluated. Acceptability and purchase intention tests were applied to the SC and SF formulations. The yield for obtaining the FCA was 8,5%. Regarding the physical and chemical characteristics of the FCA, the following results were obtained: pH 3,86; concentration of insoluble and soluble fibers of 51,7 and 4,5%, respectively; Aw 0,28; 2,36% ash content; 2,68% acidity; moisture 3,2% and lipids 1,2%. The SC and SF formulations presented, respectively, ash concentrations (1,42 and 1,44%), moisture (60,1 and 57,6%), proteins (5,44 and 5,55%), lipids (3,5 and 3,4%), lactose (64,4 and 43,5%), titratable acidity 59 and 58 ° D), overrun (47 and 57%) and melting rate (68,1 and 47,43%). The survival at -18 ° C of L. rhamnosus for 90 days in the formulation was 108 log UFC / mL for the SC sample and 109 log UFC / mL for the SF sample. The sensory analysis showed acceptance notes of 7,54 ± 0,29, which corresponds to “I liked it a lot” and “I liked it moderately”, of the total of 128 tasters. The average score of the purchase intention attributed by the tasters was 4,15 ± 0,83 (“possibly would buy”). The product made in this study is an ice cream with fiber and probiotics. And the results obtained demonstrated that the addition of FCA to the ice cream favored cell viability during the frozen estorage, maintaining the sensory acceptance, favorable to the purchase intention of the product.