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Los usos de la tracción animal fueron ampliamente documentados por el fotógrafo Artur Pastor, particularmente en el contexto agrícola y del cultivo de cereales. A través de una selección de fotografías de Pastor, pretendemos demostrar el diálogo entre su obra y los procesos de cultivo de cereales que utilizaban animales de trabajo en el Alentejo. Las imágenes presentadas coinciden con los métodos utilizados en la agricultura durante la época de las grandes arroteias, que se inició a finales del siglo XIX y se prolongó hasta el tercer cuarto del siglo XX. Utilizando la bibliografía de referencia sobre los métodos de producción de cereales en el Alentejo, pretendemos comprender el contexto de las obras de Pastor, darles significado y cuestionarlas.

A partir de las series fotográficas Padre Patria (2014–2019) y Vírgenes de la Puerta (2014–2016), de Juan José Barboza-Gubo y Andrew Mroczek, este ensayo reflexiona acerca de la identidad de las mujeres trans en el Perú desde la sexualidad, el mestizaje y la colonialidad del poder. Padre Patria ofrece una narrativa visual de los crímenes de odio hacia la comunidad LGBTI en diferentes lugares del país. En Vírgenes de la Puerta se propone un nuevo modelo de feminidad a través de la apropiación de íconos religiosos como la Virgen María. A partir de enfoques decoloniales, feministas, de diversidad sexual y biopoder, este trabajo indaga sobre la reformulación del retrato fotográfico de las mujeres trans a través de la estética mariana y la violencia patriarcal. La dimensión política de este proyecto fotográfico busca visibilizar las experiencias de las mujeres trans en la actualidad.

O movimento olímpico da modernidade e o processo de industrialização emergem praticamente no mesmo momento, quando o esporte é vislumbrado como um instrumento benéfico para manter o corpo produtivo e controlado. Nessa direção, as máquinas e as aspirações de ruptura com as representações culturais identificadas com o antigo fazem-se necessárias à conformação de outro imaginário social. O hipismo é uma das práticas esportivas que pode exemplificar a construção de descontinuidades e continuidades de representações na dinâmica entre o antigo e o moderno. O objetivo da pesquisa é investigar que representações culturais da modalidade do salto do hipismo foram estabelecidas por meio de fotografias veiculadas em reportagens sobre a participação brasileira nos Jogos Olímpicos entre os anos de 1948 e 1996. O recorte temporal da pesquisa situa-se entre o ano de 1948, quando, pela primeira vez, atletas brasileiros da modalidade Salto do Hipismo representaram o país em Jogos Olímpicos, e estende-se até o ano de 1996, o qual baliza a conquista da primeira medalha olímpica brasileira na referida modalidade hípica. De tal modo, atrelamos dois artefatos de modernidade e sua relação com o movimento olímpico, ao aplicarmos, como metodologia, a análise de imagens veiculadas pelas reportagens sobre as delegações brasileiras no cenário olímpico. Além disto, foram submetidos, à análise documental, jornais, revistas e demais periódicos que continham a temática disponível na Hemeroteca Digital (BNDigital) da Fundação Biblioteca Nacional. Ademais, foram acessadas imagens disponíveis em centros de memória do esporte, sites da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), de federações estaduais e da Federação Equestre Internacional (FEI). Diante da problemática da imagem como operador da memória esportiva e artefato de modernidade, a interpretação dos indícios está amparada no campo da Nova História Cultural, a fim de compreender como sucedeu o registro e quais as suas funções na composição de um artefato ou lugar de memória. Do mesmo modo, buscamos interpenetrar os registros que se conservam e aqueles que não permanecem, ao empenharmo-nos em cruzar aqueles que estão disponíveis nos centros de memória e nos sites oficiais com os demais encontrados na imprensa do período.

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O artigo examina o uso de imagens no jornalismo, a sua contribuição na construção social da realidade e o estabelecimento de uma estética da verdade ao longo da evolução técnica dos meios de comunicação. A pesquisa pretende compreender os efeitos das plataformas digitais e das redes sociais na produção e distribuição de informações. Uma hipótese central é que o novo sistema de informação, despojado dos códigos tradicionais do jornalismo e de outros filtros institucionais, cria um espaço onde convergem fatos, realidade e fantasia. Isso facilita a disseminação de fake news e desinformação, enfraquecendo a capacidade da imagem de representar um mundo fora de si mesma. A pesquisa adota uma análise qualitativa do conteúdo das plataformas digitais, a partir da leitura crítica de imagens selecionadas e de uma revisão da literatura, tanto clássica quanto contemporânea.

El artículo aborda el Archivo de la Memoria Trans (AMT) de Argentina como expresión política de resistencia –que busca contribuir a la alteración del sentido en el escenario público– en un orden simbólico eminentemente cisheteronormado. El planteo central gira en torno a la concepción del AMT en tanto práctica intelectual que busca intervenir en la creación de sentido con el objetivo de participar de la construcción de la memoria colectiva desde la perspectiva de las disidencias sexo-genéricas. Con este objetivo, se analiza su condición de archivo digital que altera el régimen de visibilidad y el reparto de lo sensible. Asimismo, se reflexiona sobre el marco productivo de las fotografías y aquellas prácticas que componen el AMT en tanto experiencias performáticas, concibiéndolas como expresión de la mutación del archivo tradicional enmarcadas en la domicialización de los archivos.

A fotografia em contexto colonial se mostra hoje como uma fonte importante e complexa para a historiografia dos impérios contemporâneos. Mesmo o breve imperialismo alemão utilizou-se largamente do aparato fotográfico para registrar as mais diversas cenas e gentes coloniais, assim como a partir de tal material fizeram-se inúmeros usos em diferentes suportes materiais. A partir do arquivo fotográfico da Sociedade Colonial Alemã, pretende-se aqui desenvolver uma análise sobre fotografias coloniais, buscando inseri-las no amplo contexto do desenvolvimento da política imperialista e do racialismo enquanto um discurso pretensamente científico. Para tanto, partiremos de um mesmo espaço geográfico em dois momentos distintos: em primeiro lugar, discutiremos acerca do papel da visualidade sobre o Outro como um elemento partícipe do empreendimento colonial; num segundo momento, pensaremos sobre a permanência da ideologia racialista no antigo território colonial alemão da África de Sudoeste, a partir de registros fotográficos e atividades dos colonos alemães vinculados ao Partido Nazista neste espaço africano.

Este artigo analisa as categorias de autorretrato e selfie para compreender as problemáticas espaço-temporais presentes no pensamento de Mauricio Lissovsky que envolvem a construção da imagem de si. Pela chave da performance, busca-se compreender a historicidade dos autorretratos até o fenômeno das selfies e apontar maneiras diferenciadas por meio das quais os corpos compõem relatos de si, com intencionalidades e sentidos próprios que configuram modos diversos de encarar o espaço e tempo nas experiências fotográficas. Apesar de apresentarem as matrizes do gênero, os autorretratos sélficos trazem especificidades em sua performance, o gesto como modo de instaurar o espaço-tempo fotográfico.

Com as imagens de Rineke Dijkstra e Nan Goldin, retomamos, estética e politicamente, a noção de máquina de esperar de Mauricio Lissovsky, observando as relações entre a espera das fotógrafas e das mulheres retratadas em suas maternidades. A ideia é abordar, por meio das obras Recém-mãe, de 1994, e Daqui à maternidade, do período de 1986 a 2000, o modo como, ao retratarem a experiência materna, elas impregnam a imagem com a sua qualidade e restabelecem o poder de indeterminação da máquina lissovskiana face a uma antimáquina de expectação feminina.

O que fazem, querem ou sonham as imagens? Desafiadoras indagações, pois não estamos diante de um campo de conhecimento fechado, mas numa arena a céu aberto, centrífuga e vertiginosa. É na leitura de sua história e de sua vertigem, do que foi, do que poderia ter sido e do que ainda será que a fotografia se revela. Em sua pesquisa, Mauricio Lissovsky coaduna duas metodologias, biográfica e iconológica. Contudo, constata-se que, da junção das partes, surge um método lissovskyano de análise de imagens fotográficas. Com embasamento teórico em sua extensa produção acadêmica, o que se propõe é o aprimoramento desse pensar metodológico sobre como entendê-las e como nos entender com as imagens.

Feito originalmente para homenagear Mauricio Lissovsky, o texto se dedica a dois temas intricados. Primeiro, trata do último livro do autor, A fotografia e seus duplos; e, em seguida, discute como a ontogênese por ele proposta se constitui como um estudo histórico das formas fotográficas na perspectiva de seu devir. Trata-se, aqui, de homenagear o autor e, simultaneamente, destacar sua relevância como pensador original, fundamental nos estudos acerca da fotografia, no Brasil e no mundo.

Em 2010, Maurício Lissovsky ministrou um curso de Pós-Graduação denominado “O método da redenção”. A partir de anotações e leituras sugeridas nesse curso, questiona-se a possibilidade de pensar uma ética e uma política do “instante” – termo frequentemente utilizado nas aulas para se referir à apreensão messiânica de uma temporalidade singular: o agora saturado de tensões. Para se chegar ao problema, utilizou-se o método da individuação do elemento filosófico (Entwicklungsfähigkeit) sobre o conjunto discursivo que compôs o referido curso. Conclui-se com o questionamento acerca do valor da proposição de Lissovsky frente à exigência de uma ética e uma política para os tempos atuais.

El ensayo explora las genealogías que relacionan los actuales sistemas de visión por computadora y de generación de imágenes mediante inteligencia artificial con los usos de la fotografía en las investigaciones científicas del siglo diecinueve. Tomando como casos de estudio las imágenes obtenidas por Étienne-Jules Marey y Francis Galton, el audiovisual fomenta el análisis de las latencias o mutaciones culturales que manifiestan las imágenes operativas de ambas épocas.

O conjunto fotográfico em carte-de-visite intitulado Secca de 1877/78, realizado em colaboração entre José do Patrocínio e Joaquim Antônio Corrêa, mobiliza corpos de retirantes em Fortaleza para compor imaginários sobre os flagelos da fome e da miséria que assolavam a região em período de estiagem. Em conjunto com relatos jornalísticos, as imagens de corpos flagelados constituíram-se como testemunhos visuais da barbárie frente aos moradores da Guanabara que se recusavam a acreditar nas narrativas partilhadas por jornais e por parlamentares demandando políticas de assistência. Associadas a frases que propõem sentidos às imagens, retomamos estas proposições tomando-as como ‘montagens’ pelas quais nos propomos a discutir sobre as relações com o corpo no ato fotográfico a partir das inscrições emergentes naquele contexto e nas composições de arquivo em que as acessamos.

El presente artículo examina la evolución de la representación de la mujer negra en el universo fotográfico del Caribe, para lo cual establece dos momentos significativos: la fundación del signo “mujer negra” en la fotografía decimonónica y el cambio de paradigma en la obra de artistas contemporáneas de la región, con énfasis en la producción fotográfica de la jamaicana Renée Cox y las cubanas María Magdalena Campos Pons y Susana Pilar Delahante Matienzo. Se toma como referentes teóricos algunas ideas del feminismo decolonial en la voz de María Lugones, al tiempo que se enfatiza la interseccionalidad entre la raza y el género como una herramienta interpretativa en la valoración del devenir del signo “mujer negra” en el arte fotográfico de las Antillas.

This article presents the results of the master's research, aiming to understand how photography participates in the initial training of teachers at a state university, located in the interior of Bahia. From a qualitative perspective, the descriptive research used the device of Experience Groups (EGs), in which data and information were produced on how the students related to photography in its dimension of production and reception. The data produced in the field were analyzed based on the contributions of philosophical hermeneutics. In view of the massive and automated use of photography today, it is understood that the experience with photography in its dimension of production and reception can be a formative experience in the sense of placing the interpreter in relation with their life stories, offering other horizons of the world capable of updating prejudices towards the construction of inventive/invented existentialities. In view of this, how can photographic polysemy forge a pedagogy of experience-formation? [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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Resumo A fotografia é um gênero bastante recorrente na vida social, mas tem sido relativamente pouco estudada no contexto escolar. Essa proposta está fundamentada na Base Nacional Comum Curricular, que recomenda a inclusão de semioses múltiplas nas atividades de leitura, escrita e interpretação dos alunos, que precisam desenvolver sua capacidade de analisar criticamente o que leem em âmbito visual. Portanto buscamos criar propostas para a análise de fotografias em sala de aula. Com isso, encontramos respaldo metodológico nas categorias de modalização. A partir disso, mostramos como as fotografias integram um contexto discursivo e não podem ser lidas de forma dissociada desse contexto, ou seja, o conhecimento de mundo do leitor é relevante para o processo de produção de sentidos.

A Guerra Civil de Espanha é considerada o primeiro conflito moderno a ser fotografado, dia após dia, por fotógrafos espanhóis e estrangeiros. Esses instantâneos tirados entre 1936 e 1939 são hoje suportes de memória para recuperar a história do conflito espanhol. No entanto, no seu contexto, tornaram-se mais uma ferramenta para ganhar a guerra no domínio da propaganda. O objetivo deste artigo é refletir sobre o papel desempenhado por um jornal português, O Comércio de Porto, na cobertura da guerra. O jornal fez uma extraordinária cobertura fotográfica dos acontecimentos em Espanha. E fê-lo como porta-voz oficial de Franco em Portugal. Começaremos por traçar o perfil das 1099 fotografias publicadas entre julho de 1936 e abril de 1939 e depois analisaremos a forma como essas imagens foram utilizadas para manter o moral dos Aliados, criticar o inimigo e convencer os estrangeiros da necessidade de colaborar com a causa política comum.

Las actualizaciones recientes de los sistemas operativos de los teléfonos celulares trajeron como novedad la posibilidad de generar fotos en movimiento con sus cámaras digitales. Estas fotos consisten en un video muy breve que termina en una imagen estática, que es la que corresponde al instante de la toma. La foto en movimiento puede entenderse como un nuevo tipo de imagen que combina de, modo muy preciso, dos materias de la expresión preexistentes (el video digital y la fotografía digital) y que sigue ampliando el universo de lo que socialmente se llama “fotografía” para abarcar, por primera vez, imágenes en movimiento. Empleando la noción semiótica de dispositivo, este trabajo analiza la génesis de estas nuevas fotografías, así como también ciertas prácticas novedosas que vienen habilitadas con posterioridad a la toma. Entre ellas, el artículo se detiene en la posibilidad, brindada por el dispositivo, de generar nuevas fotografías estáticas de los instantes previos a la captura original, lo que da lugar a la práctica novedosa de tomar una foto de un momento pasado. Esta particularidad del dispositivo, que tiene la capacidad de desvincular, por primera vez, el instante fotografiado del de la toma, tiene implicancias enunciativas relevantes y puede reconfigurar, en un futuro cercano y con la expansión de los saberes de este arché, la comprensión social de lo que se entienda por “fotografía”.

O presente artigo se vale da fotografia de Augusto Militão, capturada em 1862, mostrando a Várzea do Carmo e os seus usos à época. Nossa pesquisa explora as questões ambientais decorrentes das migrações, das reformas feitas pela prefeitura no início do século passado na região da Várzea do Carmo, bem como os avanços da industrialização às margens do Rio Tamanduateí e suas implicações. Pretendemos com o artigo problematizar as questões das perdas causadas por essas presenças e intervenções, enriquecendo o debate que envolve as questões ambientais relacionadas à reurbanização e industrialização daquelas localidades.

Este artigo investiga as relações técnicas, estéticas e históricas entre o design, a fotografia e as artes visuais, propondo a compreensão dessas disciplinas não como campos autônomos do conhecimento, e sim expressões intrinsecamente conectadas, cujas influências mútuas contribuem para a compreensão de elementos da cultura visual. Ao adotar uma perspectiva fundamentada no pensamento de Michel Foucault, o texto destaca, também, como a dinâmica entre os saberes, os poderes e os processos de subjetivação permeiam a criação imagética e fomentam movimentos de resistência — que, para o autor, são forças propulsoras para a inovação e para a originalidade. A interseção entre esses campos, permeada pela interdisciplinaridade, revela um panorama com-plexo e dinâmico, em que os limites entre as práticas criativas se diluem e, com isso, abrem espaço para novas abordagens e interpretações que alimentam o tecido cultural contemporâneo.

Este artigo compara duas experiências educacionais separadas por quinze anos. Na primeira parte do texto, relata-se o desenvolvimento de uma oficina de artes digitais realizada no projeto Caminhando Juntos (CAJUN), no bairro Bela Vista, em Vitória, ES, entre 2008 e 2009. Essa oficina teve como um dos objetivos centrais o fortalecimento de vínculos socioafetivos de crianças e adolescentes, com vistas ao desenvolvimento da autoestima, da identidade e do senso de pertença. Na segunda parte, comentam-se as práticas de ateliê de fotografia para o curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Espírito Santo, no ano de 2023. Através desse processo de rememoração, do uso de conceitos operatórios desenvolvidos durante os processos de ensino-aprendizagem e do comparativo entre essas duas experiências, compreende-se a importância da memória educacional para a formulação de metodologias de trabalho eficientes e sensíveis.

Resumo Os estudos de cultura visual têm inovado as metodologias para abordar as imagens da África à época dos impérios coloniais. A iconografia colonial em diferentes suportes materiais vem sendo fonte visual e objeto de muitas investigações, publicações e exposições, notadamente em países como Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal. Na história visual do colonialismo, as imagens da África têm sido também objetos de novos estudos, mas ainda são raros aqueles que abordam as imagens da imprensa ilustrada como mercadorias de uma economia visual e como produtos para o olhar inspetor do público leitor. A partir da revista alemã Kolonie und Heimat in Wort und Bild [ Colônia e pátria em palavra e imagem ], órgão da Frauenbund der Deutschen Kolonialgesellschaft [Liga Feminina da Sociedade Colonial Alemã], busca-se demonstrar como as imagens da África integraram uma economia visual à época dos impérios coloniais. A partir da análise do circuito social das imagens, os resultados do estudo proposto indicam o surgimento de uma nova economia visual à época da reprodutibilidade técnica da imagem, a mercantilização de fotografias de paisagens e gentes africanas e uma forma de vigilância ótica através da imprensa ilustrada colonial.

Este artigo apresenta um relato de experiência a partir de fotografias dos festejos do Caruru do ODEERE/UESB com vistas às demandas do grupo de pesquisa em Linguagens Visuais e Cultura, na época vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Desenho, Cultura e Interatividade (PPGDCI) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). O propósito é a documentação visual e dialogar com as imagens do caruru do ODEERE na busca de significados culturais, que se ancoram nos legados dos povos afro-brasileiros. Esses festejos acontecem na última semana de setembro, celebração sincrética de Cosme e Damião, Erês, Wunjes e Ibejis. O evento de influência religiosa, mantém o cunho de festas populares para atender as atividades acadêmicas de pesquisas e extensão. Oportunidade quando a comunidade tradicional, professores, alunos e a população em geral comparecem ao banquete, contribuindo com seu brilho e diversidade. A metodologia utilizada foi a Antropologia Visual, relatos construídos pela observação participante e registros fotográficos. Os resultados permitem identificar elementos simbólicos que protagonizam sincretismo religioso, com vistas às manifestações culturais do legado africano; bem como o significado cultural da imagem e fotografias que acompanham a evolução dos festejos.

En este artículo se trabaja filosóficamente el autorretrato –selfi– producido por los smartphones y su publicación en las redes sociales. Para esto se reflexiona sobre cuestiones de carácter técnico a la luz de lo propuesto por autores como Vilém Flusser, Gilbert Simondon y Gerard Wajcman. Luego, siguiendo la perspectiva psicoanalítica de Jacques Lacan, se aborda la necesidad de la imagen en un sentido estructural del individuo, asunto proyectado hacia la proliferación del autorretrato en Internet. Finalmente, a partir del pensamiento filosófico de Patricio Marchant, se analiza la compulsión fotográfica contemporánea por medio de conceptos tales como donación y envío.

Em uma formulação muito própria, Walter Benjamin viu na fotografia a presença de futuros passados. A fotografia, nesse sentido, aninha um futuro que só encontraremos depois, quando pudermos lê-lo com os olhos atualizados de outro presente. Partimos de fotografias e escritos dos primeiros inventores e entusiastas da fotografia para investigar pistas de futuro por eles deixadas. Nesse trajeto, nos deparamos com muitas janelas e as identificamos como local privilegiado dos experimentos e como metáfora para uma fotografia que estava por vir. Recuperando algumas janelas do século XIX, encontramos discursos a respeito do futuro e da reconfiguração das maneiras de sentir e viver o tempo.

É aparentemente um contrassenso ponderar a construção de imagens para pessoas com deficiência visual, sobretudo quando tais sujeitos são os autores da produção imagética. De encontro a esta ideia, apresentamos alguns resultados do Projeto de extensão universitária A Fotografia e o Sentir. As ações envolveram o ensino e a prática fotográfica junto aos alunos do IEACN - Instituto de Educação e Assistência aos Cegos do Nordeste, localizado na cidade de Campina Grande - PB. O estudo propõe um debate sobre recursos didáticos e métodos com foco na acessibilidade e inclusão, o uso da multissensorialidade para a construção imagética ao explorar estímulos auditivos e táteis, assim como a importância de propiciar ao aluno com deficiência visual o papel de fonte emissora e criativa. Tomamos por objetivo incentivar sujeitos autônomos e construtores do próprio conhecimento. Para tanto, apresentamos o relato de experiência sobre o desenvolvimento da autonomia e percepção fotográfica dos alunos com deficiência visual, que ao produzirem imagens, estimularam a consciência corporal e exploraram suas percepções, indicando o processo como possível abordagem metodológica para a técnica fotográfica inclusiva. O percurso teórico envolveu Barbosa (1999, 2007), Vygotsky (1997), Schafer (2003), Merleau-Ponty (1994), Alves (2009) entre outros.

Este artigo trata de arquivos que salvaguardam diferentes tipos de materialidades de artistas e suas relações com os processos criativos, vistos a partir dos pressupostos da crítica genética. Inicialmente, são apresentados os arquivos como documentos de processo. Em outro momento, há os estudos de caso dos acervos de Mário de Andrade (IEB-USP) e Otto Stupakoff (IMS), no intento de compreender o que os conjuntos revelam para os estudos do processo de criação. Por fim, são abordados determinados aspectos dos arquivos para enfatizar os conflitos que envolvem sua própria existência e organização.

Este é um ensaio visual que tem como tema a IV Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, uma ação contramonumental que se faz presente anualmente na vida pública do município desde 25 janeiro de 2020, quando se completou o primeiro ano do rompimento do complexo de barragens da Vale S.A na mina Córrego do Feijão, que matou 272 pessoas. Ele foi realizado em 2023, sendo composto por 8 imagens que demonstram como o rito se constrói como contraponto ao design proposto pela mineradora, responsável pela devastação da paisagem, para reconstrução da memória. A romaria evidencia a capacidade das populações locais atingidas de responderem, a seu próprio modo, às práticas da empresa criminosa e do Estado na construção de uma “memória oficial”, chamando atenção para o caráter destrutivo dessas megaempresas e buscando a reparação pelos danos e violações de direitos sofridos pelas vítimas das tragédias.

RESUMO Ensaio fotográfico sobre o universo amazônico. Imagens que capturam detalhes ou fragmentos da região amazônica, sua atmosfera, cultura e ancestralidade.

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The photography in colonial context shows itself today as an important and complex source for the historiography of contemporary empires. Even the brief German imperialism has used the photographic apparatus to register the most diverse scenes and colonial peoples, as well as from such material many uses were made in different material supports. From the photographic archive of the German Colonial Society, we aim here to develop an analysis about the colonial photographs, seeking to place them in the broad context of the development of the imperialistic politics and the racial 'sciences'. For that purpose, we will analyse one geographical space at two distinct moments: firstly, we will discuss the role of visuality of the Other as an important element in the colonial enterprise; in a second moment, we will think about the permanence of the racial ideology in the former German colonial territory of South-West Africa, based on photographic records and activities of German settlers linked to the Nazi Party in this African space. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

The media ecosystem has been significantly transformed due to the COVID-19 pandemic between 2020 and 2022. Within these transformations, an important economic segment stands out: tourism. This transformation has been triggered by the limited mobility experienced throughout the planet. Consequently, society has begun to live new "tourist" experiences in virtual environments, which motivated us to carry out this project. Its methodological proposal involved the Agile Scrum procedure, commonly adopted by engineering companies, participant observation, and bibliographic research. The result was the completion of an applied research project that involves theoretical and practical procedures and gives new meaning to travel photography in the new media ecology. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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Este breve ensaio explora a conexão entre fotografia e perceção urbana, usando a exposição múltipla para gerar uma visão alterada da paisagem, criando paisagens imaginárias. Segundo Calvino, cidades podem suceder-se sem se conhecerem, refletindo sobre a complexidade da cidade. Por seu lado, Jay e Gombrich destacam que a visão vai além dos olhos, influenciada pela memória e conhecimento, e Spirn descreve a paisagem como complexa e multifacetada. As imagens transparentes da “cidade transparente” questionam as barreiras percebidas, onde Proust e Bachelard destacam a capacidade da fotografia de revelar novas perspetivas, ampliando a interpretação da cidade.