Submitted by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2020-12-28T18:17:43Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_Simone_Antunez.pdf: 4075668 bytes, checksum: d179e8aaba1172e0bb7bcf80a7cbaf6c (MD5) Approved for entry into archive by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2020-12-28T18:51:33Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_Simone_Antunez.pdf: 4075668 bytes, checksum: d179e8aaba1172e0bb7bcf80a7cbaf6c (MD5) Made available in DSpace on 2020-12-28T18:51:33Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_Simone_Antunez.pdf: 4075668 bytes, checksum: d179e8aaba1172e0bb7bcf80a7cbaf6c (MD5) Previous issue date: 2019-01-15 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Sintomas de depressão são comuns entre mulheres no período pós-parto, podendo acarretar consequências negativas tanto para a mãe quanto para a criança. Sintomas de depressão materna podem prejudicara interação mãe-bebê, diminuindo as oportunidades de estímulo ao desenvolvimento infantil e, podendo inclusive, afetar negativamente o início e a continuação da amamentação. Os benefícios da amamentação sobre a saúde infantil e materna são bem conhecidos e abrangem desde a redução da mortalidade e morbidade por doenças infecciosas nos primeiros anos de vida, extendendo-se até a idade adulta, com melhor desempenho escolar e maior Quociente de Inteligência (QI). Para a saúde materna, o ato de amamentar está associado à diminuição no risco de desenvolvimento de doenças crônicas. No que tange a saúde mental das mulheres, a literatura disponível indica a existência de relação entre depressão materna e amamentação, porém não fica claro se os sintomas depressivos levariam a mãe a não iniciar a amamentação ou a parar de amamentar precocemente; ou se o ato de amamentar, através de mecanismos diversos, contribuiria para a prevenção da depressão materna. Além disso, há evidências de que, a longo prazo, os sintomas de depressão estão associados a tomadas de decisão, por parte da mãe, que resultam, entre outros comportamentos, em introdução precoce de alimentos, maior tempo de tela e menos atividade física entre crianças, fatores estes que estão relacionados a maior risco de sobrepeso e obesidade na infância e adolescência. Considerando a alta prevalência de depressão materna em todo o mundo, tanto na gestação como no pós-parto, é importante compreender seu possível papel na composição corporal dos filhos. Portanto, esta tese teve como objetivos: a) investigar a associação entre sintomas de depressão materna e amamentação; e b) avaliar o efeito da depressão materna sobre a composição corporal dos filhos em indivíduos pertencentes à Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004. Para este fim, três artigos foram desenvolvidos para compor a tese. O primeiro artigo avaliou a relação entre depressão materna e amamentação, investigando os efeitos dos sintomas de depressão na gestação sobre a amamentação exclusiva aos três meses, e o efeito da amamentação exclusiva aos três meses sobre a incidência de sintomas depressivos aos 12 meses pós-parto. Nas análises brutas, mulheres que tiveram depressão ou problemas de nervos durante a gestação apresentaram um risco 17% maior de não amamentar exclusivamente aos três meses pós-parto (RR: 0.83; IC95% 0.73; 0.94). Mulheres que estavam amamentando exclusivamente aos três meses tiveram um risco 19% menor de apresentar um escore ≥10 na Escala de Depressão Post-natal de Edimburgo aos 12 meses pós-parto (RR: 0.81; IC95% 0.72; 0.92), comparadas às que haviam cessado a amamentação exclusiva antes dos três meses. Após ajuste para possíveis fatores de confusão (características maternas e da criança), o efeito dos sintomas de depressão na gestação sobre a amamentação exclusiva aos três meses (RR: 0.95; IC95% 0.84; 1.08) e da amamentação exclusiva aos três meses sobre os sintomas de depressão pós-parto aos 12 meses (RR: 0.96; IC95% 0.85; 1.08) não se mantiveram. Análises complementares que avaliaram o efeito de cada possível fator de confusão de forma individual nos resultados das análises brutas foram realizadas. Nestas análises, foi identificada confusão positiva do nível de escolaridade materna sobre as duas associações. Não foi observada interação entre escolaridade e sintomas de depressão durante a gestação (p=0.741) ou amamentação exclusiva aos três meses (p=0.844). Para o segundo artigo foi realizada uma revisão sistemática da literatura que avaliou os efeitos da depressão materna sobre o crescimento dos filhos, em altura e peso, durante a infância. Foi realizada uma ampla busca nas bases de dados PubMed, LILACs, Web of Science, Science Direct and PsyInfo, utilizando palavras chave relacionadas a depressão materna, de acordo com as ferramentas de cada base. Vinte artigos foram incluídos na revisão. No primeiro ano de vida, filhos de mães que apresentavam sintomas de depressão apresentavam um risco aumentado de déficit de peso para a idade e de comprimento para a idade. Após o primeiro ano, a depressão materna permaneceu associada a atraso no desenvolvimento em comprimento/altura dos filhos. A associação do desfecho estudado com sobrepeso e obesidade nos filhos apresentou resultados inconsistentes. O terceiro artigo investigou o feito das trajetórias de depressão materna, dos três meses aos 11 anos após o parto, sobre a composição corporal da criança aos 11 anos, avaliando os seguintes índices: Índice de Massa Gorda (IMG) (kg/m2), Índice de Massa Livre de Gordura (IMLG) (kg/m2), Massa Gorda (MG) (kg e %), Massa Livre de Gordura (MLG) (kg e %) e escore z de Índice de Massa Corporal (IMC) (peso em kg/m2). Cinco trajetórias de depressão materna (―Baixa‖, ―Moderadamente baixa‖, ―Aumentando‖, ―Diminuindo‖ e ―Cronicamente alta‖) foram identificadas através da modelagem semi-paramétrica, baseada em grupos. Análises brutas demonstraram que IMC (escore z), MG (kg) e percentual de MG (%), IMG (kg/m2) e IMLG (kg/m2) eram 0.04±0.06 Kg/m2, 0.16±0.30 kg, 0.03±0.41 pontos percentuais e 0.08±0.13 kg/m2 e 0.07±0.07 kg/m2, respectivamente, mais altos em filhos de mães com trajetória de depressão ―Moderadamente baixa‖ quando comparados aqueles no grupo de ―Baixa‖ sintomatologia. Filhos cujas mães pertenciam à trajetória de sintomas ―Cronicamente alto‖ apresentavam as maiores diferenças para menor IMC (escore z) (-0.20±0.12), MG (-1.25±0.64 kg), MLG (0.40±0.46 kg), MG (%) (-2.02±0.85 pontos percentuais) e IMG (-0.52±0.27 kg/m2), quando comparados a filhos de mães no grupo de ―Baixa‖ sintomatologia. A MLG (%) era 2.02±0.30 pontos percentuais mais alta em filhos de mães no grupo ―Cronicamente alto‖, comparados aos de mães no grupo ―Baixo‖. Após ajuste para características maternas e dos filhos, as trajetórias de depressão materna não se mantiveram associadas aos indicadores de composição corporal dos filhos. Na presente tese, não foram observados efeitos da depressão materna perinatal, episódica ou continuada, sobre a amamentação exclusiva ou composição corporal dos filhos aos 11 anos. A escolaridade materna demonstrou ser um fator de confusão para a associação entre depressão na gestação e amamentação exclusiva, assim como entre amamentação exclusiva e depressão pós-parto. Symptoms of depression are common among women in the postpartum period and may have negative consequences for both the mother and child. Symptoms of maternal depression may impair the mother-child interaction, thus reducing child stimulation opportunities early in life, including breastfeeding initiation and continuation. The benefits of breastfeeding on offspring’s and maternal health are well known and range from the reduction of mortality and morbidity due to infectious diseases in the first years of life, extending to better school performance and higher Intelligence Quotient (IQ) in adulthood. For maternal health, the act of breastfeeding is associated with a reduction in the risk of developing chronic diseases. The current literature points out to the existence of a relationship between maternal depression and breastfeeding, though it is unclear whether depressive symptoms affect breastfeeding initiation and/or early weaning; or whether breastfeeding, through different mechanisms, would contribute to the prevention of development of maternal depression. Furthermore, in the long term, the symptoms of depression have been associated with mother's decision-making towards their children, which may result in early food introduction, longer screen time exposure, less physical activity, and other behaviors that are related to increased risk of overweight and obesity in childhood and adolescence. Considering the high prevalence of maternal depression worldwide, both in pregnancy and postpartum, it is important to understand its possible role in the children's body composition. Therefore, this thesis aimed: a) to investigate the association between symptoms of maternal depression and breastfeeding; and b) to evaluate the effect of maternal depression on the children's body composition in individuals from the Pelotas 2004 Birth Cohort. For this purpose, three articles were developed to compose the thesis. The first article evaluated the relationship between maternal depression and breastfeeding by investigating the effects of gestational depression symptoms on exclusive breastfeeding at three months, as well as the effect of exclusive breastfeeding at three months on depressive symptoms incidence 12 months postpartum. In the crude analyses, women with depression or nervous symptoms during pregnancy had a 17% higher risk of not exclusively breastfeeding at three months postpartum (RR 0.83, 95% CI 0.73; 0.94); and women who exclusively breastfed at three months had a 19% lower risk of presenting score≥10 at the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) at 12 months (RR 0.81, 95% CI 0.72; 0.92). After adjusting for possible confounders (maternal and child characteristics), the effect of depression during pregnancy over exclusive breastfeeding at three months (RR: 0.95, 95% CI 0.84, 1.08) and the effect of exclusive breastfeeding at three months over the incidence of depressive symptoms at 12 months (RR: 0.96, 95% CI 0.85, 1.08) disappeared. Complementary analyses evaluated the individual effect of each possible confounding factor on the results of the crude analyzes. In these analyses, maternal schooling was identified as positive confounding factor in both of the tested associations. There was no interaction between maternal schooling and depressive symptoms during pregnancy (p=0.741) or exclusive breastfeeding at three months (p=0.844). For the second article, a systematic review of the literature, evaluating the effects of maternal depression on child growth was carried out. A broad search in the PubMed, LILACs, Web of Science, Science Direct and PsyInfo databases, using key words related to maternal depression, according to the tools of each base, was performed. Twenty articles were included in the review. Exposure to maternal depressive symptoms increased the risk of weight-for-age deficit and stunting in infancy. After the first year of life, maternal depression remained associated only with offspring’s impaired linear growth. Effects on overweight and obesity were inconsistent. The third article investigated the effects of maternal depression trajectories, from 3 months to 11 years postpartum, on offspring’s body composition at age 11, using the following indices: Fat Mass Index (FMI, k/ m2), Fat Free Mass Index (FFMI, k/ m2) Fat Mass (FM) (kg and%), Fat Free Mass (FFM) (kg and%), and Body Mass Index (BMI) (kg/m2) in z-score. Five trajectories of maternal depression ("Low", "Moderately Low", "Increasing", "Decreasing", and "Chronic high") were identified with a group-based semi-parametric modeling. Unadjusted regression analyses showed that BMI, FM (kg), FM (%), FMI, and FFMI were 0.04±0.06 Kg/m2, 0.16±0.30 kg, 0.03±0.41 percentage points, 0.08±0.13 kg/m2, and 0.07±0.07 kg/m2, respectively, higher in children from mothers in the ―Moderate Low‖ depression trajectory, as compared with those from mothers in the ―Low‖ trajectory. Children from mothers in the ―Chronic High‖ trajectory presented the highest difference, for less, in BMI z-score (-0.20±0.12), FM (-1.25±0.64 kg), FFM (0.40±0.46 kg), FM (%) (-2.02±0.85 percentage points), and FMI (-0.52±0.27 kg/m2), as compared to children from mothers in ―Low‖ trajectory group. Unadjusted FFM (%) was 2.02±0.30 percentage points higher in children from mothers in ―Chronic High‖ group in comparison to children from mothers in ―Low‖ trajectory. After adjusting for maternal and child characteristics, maternal depression trajectories were not associated to any of the investigated offspring’s body composition indices. No effect of maternal, episodic nor chronic, perinatal depression were observed on exclusive breastfeeding or offspring’s body composition at age 11. Maternal schooling proved to be a confounding factor to the association between gestational mood symptoms and exclusive breastfeeding, as well as exclusive breastfeeding on maternal postpartum depression.