O interesse pelo estudo do impacto do uso dos dedos na aprendizagem aritmética vem crescendo, entretanto algumas limitações e contradições são observadas na literatura. A presente dissertação investigou a associação entre as representações baseadas nos dedos (RBD) e o desempenho aritmético em crianças e seus mecanismos subjacentes. Primeiramente, uma revisão sistemática buscou investigar a associação entre as RBD e desempenho aritmético em crianças. Os resultados mostraram que os dedos tem um importante papel no processo de aprendizagem de procedimentos aritméticos. A frequência com que os dedos são recrutados segue uma curva quadrática em relação ao nível de aprendizagem de um procedimento aritmético. Posteriormente, um estudo empírico analisou a relação das RBD e o desempenho em uma tarefa de adição simples em crianças no início do primeiro ano. Analisou-se, também, os mecanismos cognitivos subjacentes dessa relação. Os resultados mostraram que as crianças que ainda não tinham aprendido a adição tinham um pior desempenho em tarefas relacionadas às RBD. Além disso, tanto as RBD, quanto a inteligência e memória de trabalho visuoespacial predizem o desempenho aritmético de forma independente. Por fim, uma complexa relação foi observada entre a frequência do uso dos dedos e desempenho aritmético. Os grupos de participantes divididos de acordo com a acurácia e uso dos dedos em uma tarefa de adição tiveram uma taxa crescente de acurácia entre os grupos, já a frequência do uso dos dedos seguiu uma curva quadrática. De modo geral, os dados da dissertação corroboram a literatura ao apontar que os dedos são mais importantes no processo de aprendizagem, por funcionar como um suporte que alivia a sobrecarga cognitiva. Além disso, pela primeira vez um estudo mostrou que o impacto das RBD sobre o desempenho aritmético é independente do nível intelectual. The interest in studying the impact of fingers' use in arithmetic is growing, However, some limitations and contradictions are found in literature. This dissertation investigated the influence of finger-based representations (FBR) on arithmetic performance in children and its underlying mechanisms. First, a systematic review aimed to investigate the association between FBR and arithmetic performance in children. Results showed that fingers are most important for the learning process of arithmetic procedures. The frequency which the fingers are recruited follows a quadratic curve regarding the learning an arithmetic procedure level. Subsequently, an empirical study investigated the relationship between FBR and performance in a simple addition task in children early in the first year. It was also analyzed the underlying cognitive mechanisms of this relationship. Results showed that deficits in FBR are observed in children who had not yet learned addition operations. Furthermore, FBR, intelligence and visuospatial working memory were predictive of arithmetic performance independently. Finally, it was observed a complex relationship between the frequency of fingers' use and arithmetic performance. Participants' groups divided according to the accuracy and use of fingers in an addition task had a growing rate accuracy between the groups, since the frequency of fingers' use followed a quadratic curve. In general, data from this dissertation support the literature by pointing that fingers are most important in the learning process, to work as a support which alleviates the cognitive overhead. Besides, for the first time it was found that the impact of FBR on the arithmetic performance is independent of the intellectual level.