Introduction: Retropharyngeal and lateropharyngeal infections frequently have an insidious presentation and are masked by previous treatments, being a diagnostic challenge. They are rare in the modern antibiotic age, but can cause potentially fatal complications.Material and methods: Retrospective study with analysis of data regarding epidemiology, etiology, clinical presentation, diagnosis, treatment and complications of children diagnosed with retro and lateropharyngeal infections in our pediatric hospital, from January 2001 to January 2012.Results: Twenty-three children were included, with ages between 3 months and 8 years, with an average age of 47 months (4 years). Thirteen (57%) had retropharyngeal infections, 2 (9%) had lateropharyngeal infections and 8 (35%) had both. The incidence was higher in 2010 (4 cases). Twelve (52%) were male and 11 (48%) were female. Odynophagia (57%), cervicalgia (26%) and refusal of oral intake (22%) were the most common symptoms. Fever (87%), torticollis and stiff neck (65%), neck mass (52%) and prostration (35%) were the most frequent physical findings. All (100%) patients had intravenous antibiotherapy. Medical treatment was instigated initially in 15 (65%) children. Medical treatment failure, with surgical drainage need, occurred in 5 (33%) of them. In one case, it was necessary to perform a second surgical drainage. Surgical treatment was initially proposed to 8 (35%) children, during the first 24 hours. This treatment had no failures (0%), and a second surgery was not required. However, in one child, a new abscess appeared in another location, that had to be drained. Two (9%) children had complications: mediastinitis, jugular vein thrombosis and Claude Bernard Horner syndrome.Conclusions: Presentation symptoms of retro and lateropharyngeal infections in pediatric population are varied, and their diagnosis require a high index of suspicion. Correct and timely treatment is essential for a favorable prognosis. The optimal management in patients without imminent airway obstruction is a subject of debate, particularly the choice between first line medical or surgical treatment. It is, therefore, essential more research in this topic, in order to optimize outcomes. Introdução: Apresentando-se muitas vezes de forma insidiosa e mascarando-se por tratamentos efectuados previamente, as infecções retro e laterofaríngeas são um desafio diagnóstico. São pouco frequentes na era antibiótica moderna, mas têm capacidade para causarem complicações potencialmente fatais.Material e métodos: Estudo retrospectivo dos casos e análise de dados relativos à epidemiologia, etiologia, apresentação clínica, diagnóstico, tratamento e complicações, de crianças diagnosticadas com infecções retro e laterofaríngeas, no nosso hospital pediátrico, desde Janeiro 2001 a Janeiro 2012.Resultados: Foram incluídas no estudo 23 crianças, com idades compreendidas entre os 3 meses e os 8 anos, com uma média de idades de 47 meses (4 anos). Treze (57%) apresentavam infecções retrofaríngeas, 2 (9%) infecções laterofaríngeas e 8 (35%) ambas. A incidência de casos foi maior no ano de 2010 (4 casos). Doze (52%) eram do sexo masculino e 11 (48%) do sexo feminino. A odinofagia (57%), a cervicalgia (26%) e a recusa alimentar (22%) foram as queixas mais comuns à apresentação. A febre (87%), o torcicolo e a rigidez cervical (65%), a tumefacção cervical (52%) e a prostração (35%) foram os achados físicos mais frequentes. Todos (100%) os doentes receberam antibioticoterapia endovenosa. O tratamento médico sem drenagem foi inicialmente proposto para 15 (65%) crianças. A falência no tratamento médico, requerendo cirurgia, ocorreu em 5 (33%) delas. Num dos casos, foi necessário efectuar uma nova drenagem cirúrgica. O tratamento cirúrgico foi inicialmente proposto para 8 (35%) crianças, tendo sido efectuado durante as primeiras 24 horas. Este tratamento não teve falência em nenhum (0%) dos casos, não tendo sido necessária a realização de uma segunda cirurgia. No entanto, numa das crianças, por aparecimento de um novo abcesso noutra localização, houve necessidade de se proceder à sua drenagem. Duas (9%) crianças tiveram complicações: mediastinite, trombose da veia jugular e síndrome de Claude Bernard Horner.Conclusões: Os sintomas na apresentação das infecções retro e laterofaríngeas na população pediátrica são variados, requerendo o seu diagnóstico um elevado índice de suspeição. O tratamento correcto e atempado é fundamental para um prognóstico favorável. O tratamento ideal nos doentes sem obstrução iminente da via aérea é controverso e objecto de debate, particularmente a escolha entre tratamento médico ou cirúrgico como primeira linha. Torna-se portanto, essencial, maior investigação nesta área, de forma a optimizar resultados.