Vencedor do Prémio Literário Fernando Namora Estoril Sol 2024 Do autor do celebrado Deus Pátria Família, um romance arrojado sobre o período mais revolucionário da história portuguesa. Um disparo perfura a noite na serra de Sintra, durante um jantar da família Storm, e a matriarca sabe que perdeu um dos três filhos. O epicentro do colapso tem origem muitos anos antes, entre o fim da ditadura e os primeiros tempos da revolução. Maria Luísa, a filha mais velha, opositora clandestina do regime, é perseguida pela PIDE. Frederico, o filho mais novo, está obcecado em perder a virgindade antes de ser mobilizado para a guerra colonial. E Pureza, a filha do meio, vê os seus sonhos de uma perfeita família tradicional despedaçados pelo processo revolucionário em curso. Revolução acompanha a família Storm, do desmoronar do império ao despertar da democracia, ao longo dos rocambolescos e excessivos meses do PREC, quando a esperança e o medo dividem os portugueses, separando filhos e pais, colocando irmãos em lados opostos da barricada. Um romance, a tempos trágico, a tempos cómico, sobre a liberdade e as relações familiares, sobre as escolhas que nos definem e as omissões que nos revelam. Hugo Gonçalves — vencedor do Prémio Literário Fernando Namora e nomeado para os prémios Oceanos e P.E.N. Clube — cruza os destinos de uma família com a cronologia desenfreada de um país à beira da guerra civil, pintando um fresco magistral de uma época irrepetível. «Com um estilo direto, fluido e comunicativo e com uma linguagem que se alia à expressão do tempo e dos seus atores sociais, Revolução é um livro que se impõe literariamente, graças ao modo como liga'pontas soltas'da história portuguesa recente, mantendo sempre, no entanto, o desenho narrativo de personagens contraditórias, heroicas ou trágicas, fortes ou fracas, e cujos perfis interpelam e comentam os leitores atuais do romance e as suas respetivas posições ideológicas.» Júri do Prémio Literário Fernando Namora / Estoril Sol 2024 «Já tínhamos lido quase tudo sobre clandestinidade e euforias e sobressaltos do PREC. Estudos, trabalho de arquivo, grandes frescos da efervescência dos dias. Já tínhamos visto quase tudo, lido quase tudo. Encontra este livro o rasgão, a fenda, a passagem secreta? Encontra. […] Aqui não há heróis, mesmo se todos aqueles que se cruzam connosco nestas páginas em algum momento afrontam os deuses e a morte. Esse é o milagre deste livro, ora triste como uma banda sonora feita de chuva ácida, ora sublime como quando nos dá uma lição sobre política a partir do espanto de uma menina a quem o avô deu a ver o Ladrões de Bicicletas.» Fernando Alves «É possível classificar Revolução como um romance histórico, na esteira de autores como Hillary Mantel, Pat Barker e mesmo Tolstói. […] O autor evita a parcialidade e o maniqueísmo. É um observador atento e perspicaz da alma humana, das suas ambições, desvarios, desilusões e anseios, e esforça-se por manter uma certa depuração ideológica que permite ao leitor uma visão mais ampla e distanciada dos acontecimentos.» Helena Vasconcelos, Público «Revolução evidencia uma unidade coerente, trespassada por uma pulsão dionisíaca, mantendo um contínuo de picos dramáticos conjugados com nós de suspense que perfazem o conteúdo da estrutura do romance. [...] É um prazer ler romances assim.» Miguel Real, Jornal de Letras «Uma odisseia familiar, cheia de contradições e diferentes experiências da liberdade, num retrato literário inédito.» Luís Ricardo Duarte, Jornal de Letras