Search

RESUMO A obra de Giorgio Agamben é marcada por constantes referências aos trabalhos de Michel Foucault, de modo que esse figura como um importante marco teórico para aquele. Entretanto, um esforço de aproximação dos dois autores se mostra deveras problemático à medida que se percebe que o filósofo italiano opera certas categorias metodológicas e conceituais fundamentais ao pensamento foucaultiano de maneira radicalmente distinta do filósofo francês. Tal incompatibilidade se apresenta com maior clareza quando nos propomos a explorar o tema do ‘destituinte’ na obra agambeniana, a partir do qual ontologia, política e ética se entrecruzam desvelando as diferenças entre os dois filósofos. Assim, para expor os limites dessa aproximação, primeiramente serão exploradas as distinções metodológicas entre os dois autores na abordagem do problema do ‘poder’, bem como a maneira como o conceito se formula na obra de cada um deles. Na sequência, serão apresentadas as linhas gerais da ‘ontologia modal’ e da ‘ética da inoperosidade’ agambenianas com o fim de explicitar ao final, à guisa de conclusão, a divergência entre as saídas éticas propostas por Foucault e Agamben em seus trabalhos tardios.

fter outlining the notion of fiction in Borges from the joy that the latter reads in Don Quixote, we seek to show how Foucault's work does not present a joyful reading of Cervantes' novel. He sees in it the tragic testimony of a madness that isolates itself, the laughter of reason in the face of madness that confuses words and things. In contrast, the Lacanian reading of the baroque shows the lack in the midst of representation, and thus the option of reading, in Don Quixote, a certain critique of reason in reason. We end by showing that chance through the plays of the signifier in the transformation of Mambrino’s helmet into the baciyelmo.

Resumo Baseado na premissa de que a lida com arquivos consiste em uma alternativa fecunda e viável para a pesquisa educacional, este artigo debruça-se sobreA desordem das famílias, obra de Michel Foucault e Arlette Farge em torno de um conjunto de cartas/ordens régias (lettres de cachet) do século XVIII francês. Primeiramente, são focalizadas as trajetórias de ambos os pensadores e os pontos comuns que culminaram naquela iniciativa. Em seguida, o tratamento empírico do estudo é pormenorizado, com ênfase nos aspectos procedimentais e argumentativos da análise ali realizada. Por fim, advoga-se em favor da pesquisa como um encontro transfigurador entre o/a pesquisador/a e as forças insuspeitas do arquivo mobilizado por ele/a.

Anarchy is the most radical form of critique of power. This article compares Michel Foucault's and Giorgio Agamben's conceptions of anarchy, with the aim of tracing the different political ontologies that underpin them. I will argue that Foucauldian political ontology is similar to institutionalism, while Agamben's is avowedly destituent. Finally, I will show the aporias inherent in Agamben's proposal. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

By relying on Michel Foucault’s theory of social discourse and power/ knowledge where culture, customs and other elements of society are seen as the source of shared knowledge imposed on the individuals, this paper explores the theme of violence in William Faulkner’s novel Light in August (1932) to prove Joe Christmas’ violence as the result of his exposure to the social discourse of the time he lives in, namely the South during the Jim Crow era. The paper proves violence in the novel as mostly connected to the character of Joe Christmas and explores why Joe Christmas, even though the main enactor of violence, is not regarded as a villain but as an anti-hero. The period in which Christmas lives is the Jim Crow South where blackness was regarded as inferior, negative and evil which affects Joe’s self-perception and his actions. Joe, the captive of society, exhibits violence because the only thing he has been thought is to respond with violence. The paper will analyze several parts of the novel connected to Joe Christmas and violence to prove how violence in Faulkner’s novel does not exist per se but serves to prove how damaging the effect of society and social discourse can be.

A partire dalla tesi che nel neoliberalismo è all’opera una pratica di governo degli altri che si effettua tramite la sollecitazione di un modo particolare di governo di sé, nel presente contributo si tenterà di considerare lo specifico regime di verità che si profila in relazione a questa forma di esercizio del potere. Per comprendere questa particolare declinazione della veridizione come tecnica di sé atta ad assicurare il governo degli altri l’articolo si svilupperà in tre parti. In un primo momento si tenterà di definire la nozione di regime di verità affinché sia possibile comprenderne la portata in relazione alla governamentalità neoliberale. Si avrà così modo, in un secondo momento, di analizzare il regime di verità neoliberale andando a definire il suo funzionamento e i suoi bersagli. Sarà possibile, infine, studiare gli effetti che tali pratiche veridizionali ingenerano nei processi di soggettivazione nella misura in cui producono un individuo imprenditore di sé, le cui scelte e comportamenti devono essere animati dalla logica del capitale umano.

ABSTRACT Thomas Kuhn’s “paradigms” and Michel Foucault’s “epistemes” are often seen as similar concepts, in that both would establish necessary conditions of knowledge. However, how close are they to each other? The aim of this article is to compare these two concepts in detail. Firstly, I discuss the similarities and differences between paradigms and epistemes regarding a number of aspects, as well as their respective functions within Kuhn’s and Foucault’s approaches. The analysis is organized around a series of topics, such as “definition” and “scope,” with the intention of facilitating the comparison. Next, I examine some comments that Foucault and Kuhn made on each other’s work, paying particular attention to matters related to the nature and role of paradigms and epistemes.

Despite the ever-growing literature that turns to history in international law, few legal scholars have interrogated the tradition of Expositions Universelles, let alone reflected on their importance for the formation of imperial legal projects in the late 19th and early 20th centuries. In this paper, I attempt to engage Science and Technology Studies with International Legal History, analyzing these World Fairs as prime spaces for the co-production of socio-technical imaginaries of global governance.

RESUMO O artigo estuda, em um primeiro momento, os processos de sujeição e subjetivação nos trabalhos de Michel Foucault e sua relação com a dupla dimensão, moral e material, da governamentalidade. Se em sua dimensão moral a produção de sujeições tem como contraponto os processos éticos de subjetivação, já em sua dimensão material predomina o governo biopolítico do meio vital no qual populações são reguladas e sujeitadas em detrimento das possibilidades de subjetivação. A ênfase do governo biopolítico é especialmente observável entre as populações deslocadas em busca de sobrevivência. Em um segundo momento evoca-se, para além de Foucault, uma modalidade de população problematizada como objeto de recorrente normalização nos últimos decênios, constituída pelos migrantes de sobrevivência. O estudo percorre os traços do governo biopolítico dessa população, especialmente as reconfigurações dos processos de sujeição que a regulam. Conclui-se que ela apresenta poucas possibilidades de empreender processos de subjetivação como resistência às formas de sujeição operadas pela governamentalidade biopolítica.

Questo intervento ha come scopo l’indagine del processo di genesi e consolidamento della categoria identitaria dell’impiegato per come emerge nel testo di Goffredo Parise intitolato Il padrone (1965). La costruzione dell’identità operaia, realizzata attraverso la ripetizione standardizzata di azioni, risulta essere una trasposizione della definizione di performance identitaria, formulata dalla teoria queer. Lo stile dell’opera, riconducibile alla favola grottesca e allegorica, permette un’identificazione esemplare della vicenda. Ripercorrere le tappe dell’“antropo-poiesi” operaia descritta da Parise, permette di evidenziare il carattere coercitivo di questo processo, che rimane spesso nascosto nelle rappresentazioni di altre categorie identitarie. Il padrone, perciò, può essere letto come un testo sulla performatività e sulle implicazioni ad essa collegate, che costituiscono l’oggetto di studio della teoria queer. Il testo passa in rassegna, inoltre, le strategie di resistenza al processo di soggettivazione messe in atto dai personaggi ed approda ad una soluzione nichilista, che esplora varie tipologie di morte.

This essay constitutes a politico-philosophical short inquiry into the presuppositions and implications of the reduction of Michel Foucault’s research project to its bio-political dimension and of the coalescence of libertarian and progressive ideas that are at the heart of his understanding of liberal governamentality. The essay aims to shed light on the controversial relationship between the classical notion of liberty and its management within the liberal science of government as portrayed by the French philosopher. The basic assumption underlying our account is that such relationship is the ground for the intelligibility of the Foucauldian idea of liberalism as actualized utopia. Our main purpose is showing that the concept of sovereignty is not obliterated but rather reinforved by the risks inherent in the very functioning of liberal governamentality.

Un leitmotiv de la obra de Foucault será desde sus inicios el análisis de la experiencia de la locura. Así, sus dos primeras obras, Enfermedad mental y personalidad y la Historia de la locura, están dedicadas a esta cuestión. Asumiendo la necesidad de llevar a cabo una inagotable observación de los principales referentes de la filosofía y sus cuestiones más propias, en este texto llevaremos a cabo una revisión temática de estas obras con el objetivo de alcanzar una aproximación a la comprensión foucaultiana del loco. Al entender que existe un estrecho vínculo con el mismo, este texto incluye la presentación del ulterior Nacimiento de la clínica.

Is there a specificity peculiar to the “Foucault archives” that makes them a sensitive object for philosophical and critical thought today? Can we use the “Foucault case” to reflect more broadly on the question of the philosophical archive / archives – what does the creation of archives for philosophers imply in terms of the reception and re-actualisation of their thought? In this article, we will start with a description of the multiple Foucault archives existing today and the history of their composition, as well as an initial discussion of their possible uses. We would then like to start from the concrete, material experience of the archives in order to ask a question that is more than methodological, ethico-political: would there be a “good use” (and therefore a “bad use”) of the archives of and by philosophers? More specifically, is there a “Foucaultian exception” which would require the Foucaultian, and probably philosophical, archives to be used in a broad sense, in a “different” way? We will plead for the construction of an ethic which is rather an “aesthetic” of the philosophical archives: the ability to bring out through the work on archives not something like “the good and true identity” of their author, but points of diffraction, unexpected faces, new writings.

L’hétérotopie est un concept forgé pour la première fois par Michel Foucault et représente une localisation physique de l’utopie, liée à deux autres concepts : l’hétérologie et l’hétérochronie. L’hétérologie, c’est un discours sur l’« autre », tandis que l’hétérochronie est une sorte d’utopie temporelle. La littérature offre des exemples innombrables d’hétérotopies qui donnent la possibilité de réfléchir sur l’idée d’« altérité ». Cet article montre que le concept foucauldien d’hétérotopie peut être appliqué à La Nausée de Sartre, et se concentre sur une hétérotopie particulière qui est présente dans l’œuvre de Sartre : le jardin public.

How can we write a history of sexuality in the present day, which has seen unprecedented shifts in the relationship between the individual and the body, within and across sexual communities and between method and desire? Recent trends have prompted research on the dynamics of power that converge around sexuality where it intersects with other forms of inequality, all of which affect economic systems, colonial relations, views on disability and ideas of ethnicity. From this perspective, subjectivities multiply and «sexuality» (in the singular) seems to lose the total explanatory function for the nature of the individual it had when the concept was coined in late-19th-century psychiatric discourse. The volume edited by Sylvie Steinberg, which is discussed here, seems to move in this direction, toward a plural «history of sexualities». [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Society Must Be Defended is a collection of Michel Foucault’s courses at the College de France in 1976. In this volume, Foucault discusses the emergence of a new technology of domination called biopower. It is a power that is not “individualizing”, but “massifying”, that is directed at man as a member of a “species”. Biopolitics exerts control over relations between the human races. Yet, some critics claim that Foucault’s biopower does not address colonial societies and problems. This paper argues that Foucault’s theory of biopower could be applied to the postcolonial discourse, too. To trace Foucauldian biopower in postcolonial literature, the authors of this article have focused on E. M. Forster’s A Passage to India. In this paper, the plot and the dialogue of Forster’s novel is studied based on Foucault’s theory of biopower as discussed in his Society Must Be Defended. It is concluded that in Forster’s novel, it can be noticed that the English power, which dominated early twentieth century Indian society, employs biopower to subjugate the Indian population. The English officials control India not merely by means of disciplinary institutions, but by manufacturing norms for an entire race which are explainable in terms of Foucault’s theory of biopower.

This article focuses on the motives why, basically in the early 1980s, Foucault, Castoriadis and Rancière dealt with, and wrote, about Ancient democracy. To elucidate the reasons, this article firstly links the authors with one tradition of the French Hellenism, namely the School of Paris. Secondly, it considers the specific biographical trajectory of each one of them and, finally, the challenge provoked by the crisis of Marxism. This work finishes explaining why we can learn from our three authors analyzing the context of production of their ideas.

RESUMO O artigo tem como objetivo problematizar a racionalidade de governo gerida pelos algoritmos. Argumentar-se-á que a governamentalidade, tal como definida por Michel Foucault, a saber, uma lógica de cálculos e estatísticas utilizada para conduzir a ação dos indivíduos, mesclada às funções das máquinas autônomas, configura um novo regime de produção de subjetividades. Estruturando as relações entre o humano e a máquina em velocidade instantânea e acessando o máximo de informações sobre os interesses e necessidades dos indivíduos, a governamentalidade algorítmica trabalha com a ideia de uma normatividade imanente ao próprio deslocamento e circulação dos dados, bloqueando experiências sociais e políticas com a eliminação das esferas de debates e criação do comum.

Resumo Este artigo inscreve-se na possibilidade de pensar e provocar alguns ditos recorrentes em pesquisas científicas voltadas à educação ambiental. Para isso, analisamos 121 produções científicas que se voltam para os fundamentos epistemológicos, filosóficos, políticos e educacionais do seu campo de saber, a partir da perspectiva crítica. Como aporte teórico-metodológico, utilizamos três ferramentas presentes em diferentes obras de Michel Foucault. São elas: (i) suposição de que os universais não existem, (ii) problematização, e (iii) documentos vistos como monumentos. Com a realização deste estudo foi possível problematizar a potência que a interdisciplinaridade, a emancipação social e a transformação social possuem na formação do campo da educação ambiental.

The essay aims to explore the potentialities of collective writing for the deconstruction of the authorship in a cultural and political sense. Some historical experiences of collective writing from the avant-gardes are in fact cited in Roland Barthes’essay which, in a dialogue with Michel Foucault, opened in 1968 the debate on “The Death of the Author”; and even if the two scholars came to divergent outcomes as to the diagnosis of the author’s health, both reflections were based on the assumption of the political implications inherent in the figure of the Author as it was built and mythologized by the bourgeois society. It will be seen how, from the end of the twentieth century, some collective writing experiences, in particular the Italian collectives Wu Ming and Scrittura Industriale Collettiva, have attempted to force and deconstruct the authorship by transforming collective writing into a tool of political and cultural struggle. However, the authorship remains unavoidable both for the aesthetic needs of literary criticism and for the commercial exploitation of the publishing market, which transforms this name into a brand to sell; the essay therefore intends to show that collective writing can not in itself be an antidote to the marketing of the author unless it is accompanied by paratextual strategies and extra-literary activities that are truly capable of deconstructing the mythology denounced by Barthes.

In this study we assessed the thematic of child’s pathological process and we indicated a perspective view in which one has a series of possibilities of exercising the difference. If for some researchers this is a one-way street due to the advancement and evolution of scientific advances in Psychiatry, for others it is seen as the radicalization of the social control policy function through a process of standardization and straightening of differences. It is well known that problems of medicalization in Education has got strength in previous years. It directly involves disciplinary issues, in both sense of learning and «childish behavior». Among several factors explored in this study, we discussed the impact of the homogenization of the understanding of what learning is and the forms regarded as adequate for children behavior. In summary, this article aims (1) to problematize the «pathologization» of the education and of the child based on Michel Foucault’s analysis of the psychiatric power (and its implications for thinking about human development), (2) to point a perspective in which the childhood acquires other possibilities of exercising the difference based on Gilles Deleuze’s philosophy, (3) and to indicate some clues for thinking a non-medicalized education (or a pedagogy around the subjectivities).

Following the development of Michel Foucault's thought, the essay aims to emphasize how the urgent and current problem of security actually emerges as a constituent device correlated to the decline of the new art of modern government, defined by Foucault himself as governmentality, what biopolitical power. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Forty years after the establishment of the Islamic Republic and the rise of “theocracy”, we have almost completely forgotten the original role that Islam played in Iranian uprising in 1978-79. Instead, in late 1978, such an originality was grasped by Michel Foucault who, in his analysis of Iranian facts, developed the concept of "political spirituality". This paper aims therefore to show the genesis of this core concept, on the one hand, in the tradition of Shia Islam and, on the other hand, in the research program on the counter-conducts that Foucault himself was developing at the end of the 1970s. The need to clarify this concept is due to at least two reasons: firstly because it provides an hermeneutic key to highlight the irreducibility of the Iranian uprising - and of its Islamic inspiration - to its theocratic results; secondly because it conceptualizes the most radical form of resistance to power in terms of an autonomy that is gained in the exposure of life itself to the risk of death. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Propõe-se analisar a expressão “desenvolvimento sustentável”, a partir da teoria discursiva de Michel Foucault, na obra “A ordem do discurso”, tendo em vista uma crítica à mensagem por ela traduzida e, consequentemente, ao seu conteúdo político ideológico. Nesse contexto, a transição epistêmica, vivenciada pela filosofia linguagem, da Semiologia à Ordem do discurso, é apresentada como caminho para o avanço das reflexões suscitadas pelo estudo, especialmente, em função da articulação de conceitos como o de “significado contextual”, proveniente da epistemologia, com fundamentos da teoria discursiva de Foucault. A elucidação dos procedimentos de exclusão da “interdição da palavra” e da “vontade de verdade”, exemplificadamente, permitem constatar relações de poder intrínsecas à linguagem que contribuem para a compreensão de que a expressão “desenvolvimento sustentável” serve à manutenção dos ideais de sobrevivência da ordem capitalista globalizada, estabelecendo um contínuo e permanente diálogo com a realidade por meio do qual sinaliza e alimenta, social e institucionalmente, a subordinação da proteção ambiental ao desenvolvimento econômico.

La losofía de Michel Foucault ha sido una de las influencias más importantes que el siglo XX ha ejercido sobre nuestro pensamiento político contemporáneo. Entre sus contribuciones, la noción de “biopoder” es notable tanto por el amplio espectro de problemas que ha señalado desde su creación por el pensador, cuanto por la flexibilidad con la que es capaz de cambiar su sentido en función del contexto de problematización en el que aparece. Para comprender cuál es el marco conceptual desde el que Foucault concibió esta noción en su Historia de la sexualidad, es necesario un trabajo de lectura atenta y análisis de las re exiones originales en torno a ella. Nuestra intención es prestar atención a cómo Foucault pensó el poder en sus cursos del Collège de France desde el inicio de la elabora- ción de Historia de la sexualidad.

Every ethical theory implies a set of assumptions about human nature related to historically variable conditions of human practice. In the following paper, I focus on a set of such explicit and implicit assumptions about human beings in a new area of ethics, which has come to be known as "population ethics". Dating back to 1970s, this subdiscipline of ethics concerns itself with moral dilemmas involved in creating people understood as influencing their existence, number and/or identity. This concerns the problem of responsibility for future generations as well as diverse problems of governing present day human populations. Through analysis of the two main opposing standpoints in this field - those of Derek Parfit's "impersonalism" and of David Heyd's "person-affecting approach" - I try to show that in its present state population ethics lacks a clear concept of the moral agent, that is a concept of an individual or collective subject acting as a coauthor of certain morality of creating people also accountable for its implementation. This lack can be supplemented by Foucault's concepts of biopolitical processes of subjectivation and resposiblization. Seen from this perspective logical paradoxes of utilitarian population ethics reveal the underlying social contradictions of what can be called our modern "species morality". [ABSTRACT FROM AUTHOR]

RESUMO Michel Foucault considera a tragédia de "Édipo-Rei" como uma história de saber-poder da qual emerge, no nascente direito grego, a prática do inquérito (enquête). Para ele, a trama discorre acerca da repressão que pesa sobre os sistemas ocidentais de verdade. Se de alguma maneira há uma determinação edipiana no Ocidente, esta não está no nível do desejo, como acredita a psicanálise, mas se encontra no interior do sistema de coações que sustenta, desde a Grécia, o discurso sobre a verdade e que se expressa a partir da exigência política, jurídica e religiosa de converter o acontecimento num fato conservado definitivamente por meio da comprovação das testemunhas. Édipo é, em síntese, uma história da verdade, em que há um crime que precisa ser desvendado e um criminoso a ser punido, e cada uma das partes da investigação atende rigorosamente às leis da época.

RESUMO: O presente artigo pretende problematizar, preliminarmente, o "problema antropológico" segundo a arqueologia de Michel Foucault. Partindo de teses populares da Psicologia, em particular, e das ciências humanas, em geral, sobre o "Homem" (seu caráter historicamente privilegiado e sua objetividade intemporal), este texto primeiramente correlaciona essas teses com as problemáticas dos textos foucaultianos dos anos 1950, a Introdução a Sonho e Existência e Maladie Mentale et Personnalité (cada qual encarregado de oferecer um projeto de fundação sobre o Homem), para então mostrar como os textos "arqueológicos" do autor se configuram como respostas iniciais às questões dos textos de 1954, já começando pelos textos publicados em 1957. Os exemplares privilegiados são História da Loucura e As Palavras e as Coisas: após circunscrever aspectos singulares de cada argumentação, o artigo pretende explorar em que sentido os textos se reúnem sob a questão mais geral de uma crítica arqueológica à questão antropológica dos "saberes" modernos.

The contributions gathered here offer a range of perspectives on Alessandro Fontana's critical thought by retracing various stages of his past collaborations, revisiting the critical junctures of his work of translation and editing, and remembering his past conversations. In his works in progress, Fontana always found it important to situate a «problem» at the centre and then trace its emergence across the most disparate discursive spheres and the most varied chronologies. And this «problem» - which, in his methodology, served as a «line of sight» or an «axis of gravitation», to borrow his words - touched on crucial questions that rarely remained confined within distinct disciplinary boundaries: «the development and transformation of cultural and historical consciousness»; the relationship between power and truth; politics as simulation and dissimulation, a topic addressed in a work that questioned the «remote reasons why "we have become what we are"», following Foucault's teachings (and it is no coincidence that Fontana's last major undertaking was to publish Foucault's lectures). It is precisely for this reason that we must examine this Forum so carefully now, at a time when research in the social sciences is being measured quantitatively and structured according to disciplines, with adverse consequences for those looking to compare and exchange knowledge. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Este estudo objetiva problematizar os usos da noção de cuidado de si foucaultiana no pensamento educacional contemporâneo. Nesse sentido, mobilizando uma ampla pesquisa teórica, investigou-se como pesquisadores brasileiros têm tematizado essa noção para pensar questões filosófico-educacionais. Observou-se que, no último decênio, o cuidado de si emergiu como uma chave analítica sui generis para repensar a ideia e os dilemas da formação humana, possibilitando aos educadores delinear formas de resistência crítica e criativa aos desafios éticos, políticos e formativos nos tempos atuais. Isso tem contribuído, sobretudo, para o debate em torno da crítica ao sujeito da educação. Ao mesmo tempo, os usos do cuidado de si indicam a emergência de um quarto movimento da recepção de Foucault na educação, diferindo da hegemonia dos anos 1980 e 1990 em que predominava a acolhida da analítica do poder.

Copyright of Journal of Constitutional History / Giornale di Storia Costituzionale is the property of Giornale di Storia Costituzionale (Journal of Constitutional History) and its content may not be copied or emailed to multiple sites or posted to a listserv without the copyright holder's express written permission. However, users may print, download, or email articles for individual use. This abstract may be abridged. No warranty is given about the accuracy of the copy. Users should refer to the original published version of the material for the full abstract. (Copyright applies to all Abstracts.)

This essay reflects on the reception and the use of biopolitics in Antonio Negri's work. Within certain essays that Negri wrote in the Seventies, through his attempt of exceeding some Marxist categories, we can find the premises of a possible encounter with the biopolitical paradigm. Negri finds Michel Foucault during the Seventies. Reading the pages of the French philosopher, he discovers the invasiveness of contemporary capitalism and the new form of power. Then, thanks to the work of Gilles Deleuze, he exceeds Foucault, conceiving the immanence of life, discerning from biopolitics and biopower, imagining a subject that represents bios affirmation: the multitude. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

O artigo estuda a importância da experiência visual ao longo do pensamento de Michel Foucault. Discute, nesse sentido, a articulação da pintura como foco temático de diferentes momentos da sua pesquisa filosófica a partir de um enfoque arqueológico que analisa o regime de funcionamento e as descontinuidades de quatro obras: A nau dos loucosde Bosch, As meninas de Velázquez, Um bar do Folies-Bergère de Manet e O balcão de Magrittte. Finalmente, apresenta uma reflexão geral sobre a questão do olhar, o poder, a resistência e a escrita em Foucault a partir dos trabalhos de Martin Jay e Michel De Certeau.

Passadas três décadas do desaparecimento de Michel Foucault, sua obra parece não ter cessado de gerar controvérsias. Daí a questão disparadora das reflexões aqui apresentadas: o que fez do intelectual francês, avesso à polêmica, um alvo constante dela? Sem nenhuma inclinação ao biografismo, o presente texto almeja configurar um quadro geral das repercussões do pensamento foucaultiano, sobretudo entre seus críticos. Para tanto, focaliza as manifestações de um conjunto de autores que o tomaram ora como interlocutor, ora como adversário. A argumentação endereça-se, então, para a defesa do projeto foucaultiano de uma ontologia crítica e seus efeitos possíveis no campo educacional, dentre eles, uma atitude crítico-criativa em relação à herança cultural, bem como a conquista de certo distanciamento em relação ao próprio presente.

A partir de uma crítica aos "usos impertinentes" do pensamento foucaultiano na pesquisa educacional, argumenta-se que, muitas vezes, é melhor esquecer Foucault. Mas o conselho de "esquecer o careca" nada tem a ver com os ataques de alguns intelectuais contra o filósofo - entre eles, Baudrillard, Merquior, Mandosio e Semprun. Lembrando que, assim como acontece com qualquer autor ou teoria, também Foucault não é "pau para toda obra": é preciso estar sempre atento à necessária pertinência entre, de um lado, aquilo que se pergunta e se quer estudar e, de outro lado, os recursos conceituais e metodológicos colocados à nossa disposição pelos Estudos Foucaultianos. Com isso, conservam-se e preservam-se as duas partes envolvidas: de um lado, Michel Foucault; de outro, aqueles que se valem das suas contribuições. Como conclusão, são enumeradas sugestões a serem observadas por quem quiser trabalhar com Foucault ou, a partir dele, levar adiante suas próprias investigações.

In this paper I analyze two distinct contemporary perspectives on the Foucauldian concept of power and resistance, namely the perspectives enlightened by Judith Butler’s La vie psychique du pouvoir and by Stéphane Legrand’s Le marxisme oublié de Foucault. Although these two approaches are interesting ways of discussing the Foucauldian concept of resistance and power, they fail to take into account the role that intellectuals play in practices of social emancipation. Instead I develop the concept of “specific intellectual” in order to explore in more depth the Foucauldian concept of resistance and social innovation.

No âmbito educacional, questões relativas aos fundamentos e aos processos de conhecimento têm sido historicamente discutidas no campo do currículo. O artigo visa discutir essa centralidade da questão do conhecer, propondo um deslocamento da problematização do conhecimento para a do pensamento. Para tal, propõe a problematização do estatuto do conhecer por meio de investigações de "práticas de pensamento". Metodologicamente, o estudo constrói um território de exterioridade tensionado entre educação, filosofia e literatura. A partir da filosofia, resgata o pensamento de Michel Foucault; a partir da literatura, focaliza o escritor Julio Cortázar. Alinhada às vertentes de crítica da linguagem, a análise aponta contribuições para o debate educacional, propondo outras hipóteses de trabalho de pesquisa curricular, ancoradas na necessidade ético-política de produzir genealogias de práticas de pensamento. Conclui, por meio da articulação Foucault-Cortázar, sobre a necessidade de problematização das práticas de pensamento no interior de nossos próprios campos de pesquisa.

Este artigo propõe reflexões sobre educação em saúde, particularmente no que diz respeito à formação ético-política dos profissionais da área, à luz das ideias de Michel Foucault. Toma o vídeo Solitário Anônimo, produzido em 2007 pela antropóloga e docente Debora Diniz, como desencadeador dessas reflexões, particularmente no que tange à incidência do poder sobre a vida retratada na tensa relação entre paciente idoso e agentes de cuidado na cena hospitalar. Busca articular o pensamento foucaultiano com as noções de normal/patológico, saúde/doença, risco em saúde e qualidade de vida, substratos de práticas e teorias no campo da educação em saúde.

Dans cet entretien inédit, Jaques Guilhaumou parle sur la question du discours et de l'histoire dans la pensée de Michel Foucault en regardant telles questions à partir du belvédère de l'Analyse du Discours selon la perception française. Il commence en présentant un panorama de ses travaux plus actuels et souligne ensuite le rôle décisif de Foucault dans le établissement de une nouvelle relation entre le discours et l'histoire. Dans cette direction, il donne des détails sur quelques influences épistémologiques de la pensée foucaultienne qui viennent surtout de Nietzsche et Koselleck. Comme un grand étudiant de la pensée marxiste, Guilhaumou parle aussi sur le concept de l'ideologie et ses plusières métamorphoses conceptuelles dans autres champs jusqu'au moment de parler sur la question du pouvoir. Il parle quand même sur la problématique de l'analyse des images dans l'Analyse du Discours, une question favorable pour beaucoup des analystes du discours qui s'occupent avec le syncrétisme sémiotique des ses objets dans l'actualité. Enfin, il indique l'existence de une théorie du discours diluée dans la pensée du philosophe.

eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v5i2.871 RESUMO: Nesse breve ensaio, buscam analisar a possível relação entre a idéia de infância do homem e a idéia de infância da pedagogia procurando responder como foi possível que os pilares de uma cultura pedagógica tradicional, que surge durante um século em crise, perdurassem até os nossos dias, inclusive no caso da escola brasileira. Tomando a leitura do texto “As palavras e as coisas”, de Michel Foucault, como referência para a análise proposta, problematizamos, na primeira parte do texto, a expressão infância do homem e identificamos a demanda por uma pedagogia escolar no século XIX. PALAVRAS-CHAVE:Infância pedagógica; pedagogia escolar; Michel Foucault ABSTRACT: In this short essay, seek to analyze the possible relationship between man's idea of childhood and the idea of pedagogy of childhood trying to answer how it was possible that the pillars of a traditional pedagogical culture that arises during a century in crisis to persist to the present day even in the case of Brazilian school. Taking the text reading "The Order of Things" by Michel Foucault as a reference for the analysis proposed, we question, the first part of the text, man's childhood expression and identify the demand for school pedagogy in the nineteenth century. KEYWORDS: pedagogical Childhood; school pedagogy; Michel Foucault Recebido: 30/06/2012 Aceito:19/10/2012

eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v4i2.684 RESUMO: Este artigo tem por objetivo evidenciar a importância da obra História da Sexualidade, do filosofo Michel Foucault, como uma das bases teóricas mais importantes para a Historiografia Construcionista, a qual vem abordando desde a década de 1980, de forma inovadora no campo da História da Sexualidade, a erótica grega. Neste percurso, foi fundamental a análise da historicidade do conceito de sexualidade. PALAVRAS-CHAVE: Michel Foucault, Historiografia, Construcionista, Sexualidade. ABSTRACT: This article aims to highlight the importance of the work The History of Sexuality, by the philosopher Michel Foucault, as one of the most important bases for the Constructionist Historiography, which is approaching from the 1980s, so innovative in the field of the History of Sexuality, the Greek erotica. In this way, it was fundamental the analysis of the historicity of the concept of sexuality. KEYWORDS: Michel Foucault, Constructionist Historiography, Sexuality. Recebido: 30/11/2011 Aceito: 30/12/2011