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L’article décrit les énormes conséquences politiques du séisme dans le gouvernement du Portugal, à l’origine d’une centralisation politique sans précédent, conduite dans les années après 1755 par le groupe du secrétaire d’État Sebastião José de Carvalho e Melo (futur comte d’Oeiras et Marquis de Pombal). Si la plupart des aspects de cette centralisation sont bien connus, l’article montre l’enchaînement presque vertigineux d’événements que le séisme a rendus possibles : mesures d’exception suivies de conspirations contre le ministre Carvalho e Melo, tentative d’attentat contre le roi, suivie de répression brutale contre la grande noblesse et la Compagnie de Jésus. L’auteur montre très concrètement comment la destruction physique des lieux du pouvoir (le palais royal, les tribunaux et les conseils) a permis une actuation politique nouvelle, basée sur l’accaparement de compétences par les fidèles du ministre et le développement du pouvoir des intendants, au détriment des formes traditionnelles de décision politique et d’administration de la justice. This article describes the enormous political consequences of the 1755 earthquake. It originated an unprecedented political centralization, conducted in the years after 1755 by the faction of the secretary of state Sebastião José de Carvalho e Melo (the future Count of Oeiras and Marquis de Pombal). While most aspects of this centralization are well known, the article shows the sequence of political events that the earthquake made possible: exceptional measures originated conspiracies against Carvalho e Melo and an attempt to assassinate the King, which was followed by a brutal repression against the nobility and the Society of Jesus. The author shows concretely how the physical destruction of the places of power (the royal palace, courts and councils) allowed for new forms of political action, at the expenses of traditional forms of decision-making and administration of justice. O artigo descreve as enormes consequências políticas do terramoto no governo de Portugal, que levou a uma centralização política sem precedentes nos anos posteriores a 1755 pelo grupo do Secretário de Estado Sebastião José de Carvalho e Melo (mais tarde Conde de Oeiras e Marquês de Pombal). Embora a maioria dos aspectos desta centralização sejam bem conhecidos, o artigo mostra a sequência quase vertiginosa de acontecimentos que o terramoto tornou possível: medidas de emergência seguidas de conspirações contra o ministro Carvalho e Melo, tentativa de assassinato do rei, seguida de brutal repressão contra a grande nobreza e a Companhia de Jesus. O autor mostra muito concretamente como a destruição física dos lugares de poder (o palácio real, os tribunais e os conselhos) permitiu uma nova actuação política, baseada na monopolização das competências pelos seguidores do ministro e no desenvolvimento do poder dos pretendentes, em detrimento das formas tradicionais de decisão política e de administração da justiça.