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This paper aims to analyse the territorial dynamics resulting from the dissymmetric relationship between two processes of dominialisation in which the Kaiowa are involved in Mato Grosso do Sul. The first is represented by the process of territorialisation established by the creation of indigenous reservations and their management by the State, as well as the simultaneous and correlated formation of rural properties and urban centres. The second process, expresses the indigenous response to the territorialisation, through the ecology of their households, engendering adaptations in the activities of its members and strategies to regain control of their expropriated lands. Under these real conditions, the Kaiowa reflect on the configuration of their territorial spaces by creating important cultural categories related to them, thus revealing that territoriality is not an immanent and/or previously defined structure, but something that is historically constructed. Este artigo busca analisar a dinâmica territorial decorrente da articulação dissimétrica de dois processos de dominialização que em Mato Grosso do Sul envolvem os Kaiowa. O primeiro é representado pelo processo de territorialização materializado na formação de reservas indígenas e na sua gestão por parte do Estado, bem como pela simultânea e correlacionada criação de propriedades rurais e centros urbanos. Já o segundo é expressão da resposta dos indígenas à territorialização, por meio da ecologia de seus grupos domésticos, dando vida a adaptações das atividades de seus membros, mas também a estratégias para recuperar o controle sobre seus territórios expropriados. A partir dessas condições concretas, os Kaiowa refletem sobre a configuração de seus espaços territoriais, produzindo importantes categorias culturais a eles relacionadas, revelando assim que a territorialidade é algo historicamente construído e não uma estrutura imanente e/ou previamente definida.