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Discussions around the importance of women’s financial inclusion are a result of two main multidimensional issues: financial inclusion itself and gender equality. From the 1.7 billion people in this world that do not have a bank account, women represent 56% according to the World Bank Global Findex in 2017 (World Bank 2017). The representation is alarming, but worse is the fact that the breach between men and women remain virtually the same for a decade. Gender equality remains what it seems an unattainable goal despite major advancements in technology, sciences and human rights, and when it comes to the access, usage and quality of financial products and services this pattern unfortunately does not differ. Even though encouraging women to manage their own financial resources can have tremendous impact in poverty reduction, economic growth and global progress (Vargas and Santos 2021; Mayoux 2011), the intrinsic social, economic and market barriers faced by households, female entrepreneurs and women in general to open a bank account or access a loan persist. Nevertheless, recent changes in the financial industry promoted by Fintechs have had a relevant impact in the way women perceive their relationship with financial institutions. Such companies presented an innovative approach in designing and providing financial products, based on customer’s needs, leverage by technology and customer experience. This study focuses on understanding the background barriers that throughout history have limited the access of women to financial products. Moreover, it creates a framework based on qualitative research that establishes an ecosystem of variables that should be applied to women`s situation on different contexts serving as a foundation for comparison. This framework was used in a case comparative approach among Brazil, China and Kenya, concluding that Fintechs do hold the potential to promote women`s financial inclusion. As discussões em torno da importância da inclusão financeira das mulheres são resultado de duas grandes questões multidimensionais: a própria inclusão financeira e a igualdade de gênero. Do 1,7 bilhão de pessoas neste mundo que não têm conta bancária, as mulheres representam 56%, segundo o World Bank Global Findex em 2017 (World Bank 2017). A representação em si é alarmante, mas pior é o fato de a brecha entre homens e mulheres permanecer praticamente a mesma por uma década. A igualdade de gênero continua parecendo uma meta inatingível apesar dos grandes avanços em tecnologia, ciências e direitos humanos, e quando se trata de acesso, uso e qualidade de produtos e serviços financeiros esse padrão infelizmente não é diferente. Embora encorajar as mulheres a gerenciar seus próprios recursos financeiros possa ter um tremendo impacto na redução da pobreza, crescimento econômico e progresso global (Vargas e Santos 2021; Mayoux 2011), as barreiras sociais, econômicas e de mercado enfrentadas por mulheres chefes de família, mulheres empreendedoras e mulheres trabalhadoras para abrir uma conta bancária ou acessar um empréstimo persistem as mesmas. No entanto, as recentes mudanças no setor financeiro promovidas pelas Fintechs tiveram um impacto relevante na forma como as mulheres percebem seu relacionamento com as instituições financeiras. Tais empresas apresentaram uma abordagem inovadora na concepção e fornecimento de produtos financeiros, com base nas necessidades do cliente, alavancadas pela tecnologia e experiência do cliente. Este estudo se concentra em compreender as barreiras que ao longo da história limitaram o acesso das mulheres aos produtos financeiros. Além disso, cria uma estrutura baseada em pesquisas qualitativas que estabelece um ecossistema de variáveis que devem ser aplicadas à situação das mulheres em diferentes contextos servindo de base para comparação. Esse framework foi utilizado em uma abordagem comparativa de casos entre Brasil, China e Quênia, concluindo que as Fintechs possuem potencial para promover a inclusão financeira das mulheres.

Access to basic financial services, having a bank account, a payment card, the possibility to make transfers is a condition to have a decent standard of living. Especially in a world where cash is less and less used. Lack of access to financial services is a recurring problem among the world's poorest populations. In Brazil, part of this population is concentrated in marginal neighborhoods called "favelas" and is excluded from the Brazilian financial system. In this context of economic exclusion, fintechs bring an innovative wind to the financial and banking world by breaking down prices and digitizing finance. Based on this observation, the thesis aims to determine the perception of fintechs by resident, fintechs offering them better access to financial and banking services. The methodological approach of this thesis is to combine interviews in the favelas, with people who live and work there, and academic research on the subject. The results show that the perception of fintechs is excellent because fintechs can improve the daily lives of favela residents, especially by reducing banking fees and allowing them to create an account without income requirements. All these advances have allowed some Brazilians living in favelas to have greater financial stability, and therefore a better standard of living. O acesso aos serviços financeiros básicos, ter uma conta bancária, um cartão de pagamento, a possibilidade de fazer transferências é uma condição para ter um padrão de vida decente. Especialmente em um mundo onde o dinheiro é cada vez menos utilizado. Falta de acesso aos serviços financeiros é um problema recorrente entre as populações mais pobres do mundo. No Brasil, parte desta população está concentrada em bairros marginais chamados de "favelas" e está excluída do sistema financeiro brasileiro. Neste contexto de exclusão econômica, a fintechs traz um vento inovador para o mundo financeiro e bancário ao quebrar os preços e digitalizar as finanças. Com base nesta observação, a tese visa determinar como a Fintechs pode melhorar a vida cotidiana dos moradores das favelas, oferecendo-lhes melhor acesso aos serviços financeiros e bancários. A abordagem metodológica desta tese consiste em combinar entrevistas nas favelas, com pessoas que vivem e trabalham lá, e pesquisas acadêmicas sobre o assunto. Os resultados mostram que a percepção da fintechs é excelente porque a fintechs pode melhorar a vida diária dos moradores da favela, especialmente reduzindo as taxas bancárias e permitindo que eles criem uma conta sem exigências de renda. Todos estes avanços têm permitido que alguns brasileiros que vivem nas favelas tenham maior estabilidade financeira e, portanto, um melhor padrão de vida.

From the viewpoint of social entrepreneurs in Brazil who may resort to various sources of financing in the process of establishing and expanding their businesses while generating social and/or environmental impact, this study aims to identify and evaluate significant differences concerning their interactions with traditional and impact investors. To understand under what conditions these interactions occur, we have resorted to conceptual discussions, through secondary sources, about what configures social entrepreneurship, impact investing, and the landscape of capital available to early and growth-stage businesses with a clear social impact purpose. In addition, we developed a qualitative questionnaire and interviewed six for-profit social entrepreneurs in Brazil. The topics discussed centered around the sources and volume received in the fundraising process, the influence of both types of funds on decisions and the business model, and the range of social impact evaluation mechanisms available. The interviews reveal discrepancies in the approaches and in the influence these funds have on the investees' business. We conclude that while the impact investing field is evolving, there are some points from the demand perspective that must be addressed so impact investing can reach its full potential. Da perspectiva dos empreendedores sociais no Brasil que podem recorrer a diferentes fontes de investimento no processo de estabelecer e expandir seus negócios, este estudo tem como objetivo identificar e avaliar diferenças significativas relativas às suas interações com investidores tradicionais e de impacto. Para entender sob quais condições essas interações ocorrem, recorremos a discussões conceituais, através de fontes secundárias, sobre o que se configura como empreendedorismo social, investimento de impacto e o panorama de fontes de capitais disponível para empresas em fase inicial e de crescimento com um claro propósito de impacto social. Além disso, desenvolvemos um questionário qualitativo e entrevistamos seis empreendedores sociais no Brasil. Os tópicos discutidos centraram-se em torno das fontes e volume recebidos no processo de captação de investimentos, a influência de ambos os tipos de fundos nas decisões e nos modelos de negócios das investidas, e na gama de mecanismos de avaliação de impacto disponíveis. As entrevistas revelam discrepâncias nas abordagens e influência que estes fundos têm sobre os negócios das suas investidas. Concluímos que, embora o campo de investimento de impacto esteja evoluindo, há ainda alguns pontos da perspectiva da demanda que devem ser abordados para que os investimentos de impacto possam atingir seu pleno potencial.

The housing deficit and lack of access to credit, notably for the low-income populations, are striking problems in emerging countries, especially in Brazil. The fiscal pressure on public housing programs is increasing, what suggests new solutions must be implemented to alleviate this problem. Housing microfinance is an embryonic but promising market-based practice that could at least partly meet the vast demand for housing finance among low-income populations in Brazil. In this context, this thesis aims at exploring the challenges of housing microfinance expansion in the specific context of Brazil. The methodological approach of this study was to collect both qualitative data. The interviews combined with the secondary data enabled us to provide an overview of the current housing microfinance initiatives in the country, of the market gap that could be filled, of challenges impacting its development as well as expected future development in the market. The results indicate that despite the existence of a market gap that could be filled by housing microfinance and some small-scale success examples of the practice in the country, there is a conjunction of politic, socio-economic and regulatory factors hindering the development of housing microfinance. Overall, experts do not believe there will be an expansion of housing microfinance in Brazil, at least in the near future. The paper ends by outlining key avenues for future research. O déficit habitacional e a falta de acesso ao crédito, em particular para as populações de baixa renda, são problemas alarmantes nos países emergentes, especialmente no Brasil. A pressão fiscal sobre os programas habitacionais públicos está aumentando, o que sugere que novas soluções devem ser implementadas para aliviar este problema. O microfinanciamento habitacional é uma prática baseada no mercado embrionária, mas promissora que poderia, pelo menos em parte, atender à vasta demanda por financiamento habitacional entre as populações de baixa renda no Brasil. Neste contexto, esta tese visa explorar os desafios da expansão das microfinanças habitacionais no contexto específico do Brasil. A abordagem metodológica deste estudo foi a de coletar dados qualitativos. As entrevistas combinadas com os dados secundários nos permitiram fornecer uma visão ampla da atual oferta e demanda de microfinanças habitacionais no Brasil, de vários aspectos que impactam seu desenvolvimento, assim como o desenvolvimento futuro esperado no mercado. Os resultados indicam que apesar da existência de uma lacuna no mercado que poderia ser preenchida pelas microfinanças habitacionais e alguns exemplos de sucesso em pequena escala da prática no país, existe uma conjunção de fatores políticos, sócio-econômicos e regulatórios que dificultam o desenvolvimento das microfinanças habitacionais. Em geral, os especialistas não acreditam que haverá uma expansão das microfinanças habitacionais no Brasil, pelo menos no futuro próximo. A pesquisa termina delineando as principais vias para pesquisas futuras.

Fundamental para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável de 2030, a temática da inclusão financeira tem sido alvo de esforços de legisladores, instituições e pesquisadores mundialmente. No entanto, dentre os inúmeros tópicos por ela abordados, a poupança surge como faceta ainda negligenciada. Este trabalho procurou contribuir para o progresso dos estudos em poupança para economias em desenvolvimento. Para isso, um modelo probit utilizando o critério de seleção de Heckman foi empregado a fim de determinar os fatores que afetam a prática de poupança e de poupança formal entre famílias pobres e extremamente pobres no Brasil, referindo-se especificamente a beneficiários do Programa Bolsa Família. Resultados denotam que incentivos exclusivamente econômicos se revelam insuficientes na promoção de maiores níveis de acesso e uso de tais produtos e serviços financeiros, apontando para a necessidade da concepção de políticas públicas devidamente articuladas e capazes de combater a exclusão por vias sociais e comportamentais. As a key enabler of the 2030 Sustainable Development Goals’ achievement, financial inclusion has drawn the attention of policymakers, institutions and researchers worldwide. However, one of the many topics covered by the term tends to be yet neglected: savings. This research has sought to contribute to the progress in studies on savings in developing economies. A probit model with Heckman’s selection approach was used in order to determine the factors affecting savings and formal savings among poor and extremely poor families in Brazil, specifically regarding Bolsa Família recipients. Main results point that economic incentives alone are insufficient to promote wider access and usage of financial products and services, claiming the necessity of developing well articulated public policies that tackle exclusion on both social and behavioral dimensions as well.