O artigo apresenta resultados de uma pesquisa cujo foco analítico foi a problematização das concepções sobre afetos na docência no berçário. O mote de discussão da investigação foram os modos como as professoras significam as relações de afeto que permeiam as ações de cuidado desenvolvidas com as crianças. O campo teórico de fundamento da pesquisa foram os Estudos de Gênero, os Estudos da Pedagogia da Infância, assim como contribuições de pesquisas da antropologia e da sociologia que discutem a temática dos afetos. Metodologicamente, foi realizado um grupo focal com 20 professoras de bebês. Para tanto, foram propostos seis encontros, nos quais as professoras discutiram a temática do afeto e suas relações com a docência na Educação Infantil. A análise das narrativas docentes evidenciou a recorrência de duas concepções de afeto no exercício das ações de cuidado com os bebês: o afeto como imperativo; e o excesso de afeto como razão de desprestígio profissional. Embora o afeto seja entendido pelas professoras como um imperativo, é visto paralelamente como razão de desprestígio profissional quando demonstrado em excesso. Para as docentes, demonstrar afeto em excesso pelos bebês evidencia uma proximidade com a experiência materna, fato que gera a falta de reconhecimento profissional. Com base na pesquisa, concluiu-se que os significados dos afetos são construções culturais que demandam desnaturalização e reinvenção no âmbito da creche, tendo em vista a experimentação de modos próprios de exercício da docência. The paper presents results of a research whose analytical focus was the discussion of understandings of affection in teaching in nursery schools. The investigation’s discussion focused on the ways in which teachers signify the relations of affection that permeate the actions of care developed with the children. The research’s theoretical field was the Gender Studies, Early Childhood Pedagogy Studies, as well as research contributions from anthropology and sociology that discuss the theme of affection. Methodologically, a focus group was held with 20 infant teachers. For that, six meetings were proposed, in which the teachers discussed the theme of affection and its relationship with teaching in Early Childhood Education. The analysis of the teacher’s narratives evidenced the recurrence of two understandings of affection in the exercise of actions of care with infants: affection as an imperative, and the excess of affection as a reason for professional discredit. Although affection is understood by teachers as an imperative, it is seen, in parallel, as a reason for professional discredit when demonstrated in excess. For teachers, showing excessive affection for infants indicates a proximity to the maternal experience, a fact that generates a lack of professional recognition. Based on the research, it was concluded that the meanings of affections are cultural constructions that demand denaturation and reinvention in nursery schools in order to experiment with their own modes of teaching. El artículo presenta resultados de una investigación cuyo enfoque analítico ha sido la problematización de las concepciones sobre afectos en la docencia en la guardería. El eje de discusión ha sido el modo como las maestras significan las relaciones de afecto que atraviesan las acciones de cuidado desarrolladas con niños. El campo teórico de fundamento ha sido los Estudios de Género, y de Pedagogía de la Infancia, así como contribuciones de investigaciones de la Antropología y de la Sociología que discuten la temática de los afectos. Metodológicamente, se ha realizado un grupo focal con 20 maestras de bebés. Se han propuesto seis encuentros para discutir la temática del afecto y sus relaciones con la docencia en la Educación Infantil. El análisis de las narrativas docentes ha puesto de manifiesto la recurrencia de dos concepciones de afecto en el ejercicio de las acciones de cuidado con los bebés: el afecto como imperativo; y el exceso de afecto como motivo de desprestigio profesional. Aunque las maestras entiendan el afecto como un imperativo, se lo ven, paralelamente, como motivo de desprestigio profesional cuando se lo demuestran en exceso. Para las docentes, demostrar afecto en exceso por los bebés pone de manifiesto una proximidad con la experiencia materna, hecho que genera la falta de reconocimiento profesional. Se ha concluido que los significados de los afectos son construcciones culturales que demandan desnaturalización y reinvención en el marco de la guardería, teniendo en cuenta la experimentación de modos propios de ejercicio de la docencia.