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O objetivo deste trabalho foi determinar o conforto térmico em um contêiner metálico utilizado como ponto de ônibus na cidade de Cuiabá-MT, implantado por meio de um projeto municipal de substituição de pontos de ônibus tradicionais pelo modelo ponto contêiner. A pesquisa levou em consideração as sensações térmicas e possíveis consequências fisiológicas de milhares de pessoas que permanecem no ambiente expostos as altas temperaturas da cidade. As análises no lócus estudado, ocorreram nos períodos chuvoso e seco de 2019, em horários de maior concentração de usuários. Foi realizada uma avaliação qualitativa de percepção de conforto térmico com amostragem de 400 pessoas, constatando para o índice Voto Médio Real (AMV), 45,6% e 52,1% no período chuvoso e, 74,0% e 84,9% no período seco, a sensação térmica ‘com muito calor’. Para a Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD), 91,1% e 82,6% no período chuvoso e, 97,6% e 95,9% no período seco, gostariam que o ambiente estivesse mais frio. Foram registradas imagens termográficas do módulo, nas quais as temperaturas de superfície alcançaram 50,8°C no período seco. Um modelo estatístico foi utilizado para análises das variáveis ambientais assim como o cálculo do Heat Index nos períodos estudados, constatando-se nível de alerta ‘perigo’ para os limites superiores calculados, sugerindo possibilidade de eventuais riscos fisiológicos como cãibras, insolação, esgotamento e dano cerebral (AVC). Os resultados das análises evidenciaram além dos riscos fisiológicos, o desconforto térmico no uso do contêiner como ponto de ônibus.

A radiação de onda longa atmosférica (ROL) é a variável chave para o cálculo do balanço de radiação da superfície terrestre, sendo a componente mais difícil de ser medida. Neste estudo, foi avaliado o desempenho de seis modelos que estimam ROL em dias de céu claro, parcialmente nublado e nublado, para dados obtidos na região do Cerrado Campo Sujo, na Baixada Cuiabana, em dois períodos distintos: seco (maio a agosto) e úmido (setembro a dezembro) de 2009. Dois modelos levam em consideração apenas a temperatura do ar em suas estimativas, Swinbank (1963) e de Idso et al. (1969), e os modelos de Brunt (1932), Brutsaert (1975), Idso (1981) e Bignami (1995) levam em consideração a temperatura do ar e a pressão de vapor d’água. Os seis modelos foram avaliados estatisticamente pelo coeficiente de determinação (R2) da regressão robusta e o p-valor (M-Estimador) do teste de viés dado pela regressão. Os modelos de Swinbank (1963) e de Idso et al. (1969) foram os que melhores estimaram ROL e o modelo de Idso (1981) o pior modelo estimador para o local de estudo. Sendo as equações que levam em consideração apenas a temperatura do ar em suas estimativas obtiveram melhor desempenho do que as que utilizam apenas a temperatura do ar e a pressão de vapor d’água para os dois períodos estudados, visto os valores de R2 obtidos através da regressão robusta.

As emissões de gases que geram o aquecimento na atmosfera, são causados por atividades antrópicas e ciclos naturais, despertando o interesse do monitoramento de suas emissões, principalmente o gás carbônico, que nos últimos anos teve sua concentração aumentada, gerando preocupação no ambiente científico. Neste contexto o presente estudo objetivou avaliar a dinâmica temporal do efluxo de CO2, uma das parcelas do balanço de carbono, para um fragmento de cerrado urbano, na cidade de Cuiabá-MT, analisando quais variáveis influenciaram em sua variação, como características microclimáticas e da quantificação da serapilheira produzida. Foram monitorados 5 pontos aleatórios no parque, e o estudo foi realizado no período de agosto de 2015 a julho de 2016. A média anual de emissão de CO2 no solo 1,75 µmolm-2s-1 e acumulado anual foi de 25,44 µmolm-2s-1. Foram encontradas diferenças estatísticas entre as médias mensais, demonstrando sazonalidade, porém para os mesmos horários de meses diferentes, não houve diferença estatística. As correlações indicam que a presença de água no ambiente foi determinante para controlar as emissões de CO2. Houve um acúmulo de 6,835 ton/ha de serapilheira para o período analisado. O trabalho também mostrou que a média de efluxo de CO2 para este fragmento é menor que o de outros biomas mato-grossenses, Pantanal e floresta de transição Cerrado/Amazônia.

A mamona vem se destacando como alternativa de cultivo entressafras em várias partes do Brasil devido, principalmente, a sua utilização como matéria prima de biodiesel. Mais fortemente produzida no Nordeste Brasileiro, essa cultura possui características as quais a fazem adaptar em diferentes lugares do país tupiniquim. Cidade em que se destaca fortemente nos cenários agrícolas estadual e nacional, Diamantino, presente na região da Chapada dos Parecis em Mato Grosso, é uma das principais cidades produtoras de grãos de soja no Brasil. Além da soja, a cidade também desponta como grande produtora de algodão e milho. Juntamente com o crescimento da produção agrícola, de uma maneira geral, ampliam-se os estudos de monitoramento e de descrição dos parâmetros meteorológicos importantes para o desenvolvimento dessas culturas, que servem também como auxílios para introdução de culturas não oriundas da região. Ante o exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar, em relação à recomendação da literatura, às condições dos parâmetros meteorológicos para práticas de cultivares de mamoneira na cidade de Diamantino/MT. Para isso, realizou-se análise descritiva dos dados de temperatura do ar, precipitação e umidade relativa do ar referentes ao período de 2006 a 2015, obtidos juntos ao INMET. Obteve-se o período entre abril e setembro como o mais adequado para o cultivo de mamona na cidade, sendo os cultivares com ciclos mais curtos os mais apropriados. Os cultivares com longos ciclos, de até 250 dias, podem sofrer influência negativa dos excessos de chuva e umidade relativa.

O estudo foi desenvolvido no parque urbano Mãe Bonifácia, um fragmento de cerrado, na cidade de Cuiabá/MT, entre outubro/2014 e setembro/2015, com objetivo de avaliar a eficiência do modelo matemático de Lambert-Beer para estimativas de índice de área foliar (IAFLB). Os dados de radiação fotossinteticamente ativa incidente fora do dossel (PARincidente), radiação fotossinteticamente ativa transmitida pelo dossel (PARtransmitida) e índice de área foliar (IAFmed) foram medidos mensalmente com ceptômetro em 30 pontos fixos, das 10 às 12h, horário de maior incidência de radiação solar. Aplicou-se a correlação bivariada de Spearman, ocorrendo correlação positiva e significativa para IAFmed e PARincidente, e correlação significativa negativa entre PARincidente e PARtransmitida. Os valores de IAFmed oscilaram entre 6,5 m2m-2 em dezembro/2014, período chuvoso, e 2,7 m2m-2 em setembro/2015, período seco. Foram comparados valores de IAFmed e IAFLB para os doze meses utilizando regressão linear simples, encontrando coeficiente de determinação acima de 0,7 para 11 dos 12 meses analisados, e aplicou-se teste de Wicoxon-Mann-Whitney para comparação de médias, não havendo diferença estatística significativa entre os grupos analisados, indicando que a partir da medição de radiações incidentes e transmitidas é viável a aplicação da equação de Lambert-Beer para modelar índices de área foliar para o cerrado stricto sensu, tanto em períodos secos quanto chuvosos.

A chuva influencia de maneira direta ou indireta vários processos sociais, econômicos e ambientais. Faz-se necessário o conhecimento do comportamento e da distribuição da precipitação pluvial de uma determinada região para um melhor planejamento sobre o uso desse recurso. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo a análise do comportamento da precipitação do município de Diamantino-MT por meio de parâmetros estatísticos descritivos e pela comparação do desempenho obtido com curvas de regressão polinomial e pela análise de Fourier. Para isso, foram utilizados dados médios mensais de precipitação pluviométrica entre os anos de 1998 e 2014 provenientes do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Verificou-se que a precipitação média anual foi de 1951,2 mm com desvio padrão de 214,4 mm, sendo os meses de fevereiro e março os mais chuvosos, e o mês de julho o mais seco. A estação chuvosa e a estação seca contribuíram, respectivamente, com 85,4% e 14,6 % da precipitação total anual nesse período. Utilizando um procedimento de validação cruzada do tipo holdout com o teste de pareado de Wilcoxon obteve-se os níveis de significância de 0,785 e 0,551 para os modelos obtidos por Fourier e pela regressão polinomial, reportando a um melhor desempenho para o primeiro.