OBJETIVO: apresentar considerações sobre as possibilidades de atuação fonoaudiológica para a promoção e manutenção da saúde da criança, bem como parâmetros para a identificação precoce de distúrbios de linguagem, voz, fala e audição na infância. MÉTODO: estudo transversal com 65 crianças matriculadas no ensino fundamental em escolas públicas, sem histórico de avaliação ou tratamento fonoaudiológico e indicadas pelo núcleo de orientação pedagógica da escola por suspeita de distúrbio fonoaudiológico; juntamente com dados de literatura relacionados à fala, linguagem oral, escrita e fonoaudiologia na promoção da saúde da criança. RESULTADOS: das 53 crianças efetivamente entrevistadas, 39 (73,6%) eram do sexo masculino. A média de idade foi de 8,8 anos (dp=2,1). Não foi encontrada associação entre gênero e ocorrência de hábitos orais nocivos (RP=1,13; IC 95% 0,36-3,59), tampouco entre ter irmãos e apresentar hábitos orais nocivos (p=0,18). Quando perguntadas sobre sua acuidade auditiva, quatro (4,7%) referiram dificuldades auditivas sem avaliação ou diagnóstico prévio. Todas as crianças foram encaminhadas pela escola para avaliação fonoaudiológica por histórico de dificuldades de aprendizagem de leitura e/ou escrita, bem como distúrbios da comunicação oral percebidos pelos professores; as referidas dificuldades foram confirmadas em 100% dos casos. CONCLUSÕES: é necessário que ocorra troca de experiências entre educadores e fonoaudiólogos, principalmente objetivando a promoção do desenvolvimento saudável da criança, visando integrá-la melhor ao ambiente escolar, seja em relação à aprendizagem da leitura e escrita, seja para maior efetividade da comunicação oral, altamente demandada na sociedade contemporânea.PURPOSE: to submit considerations on the possibilities of speech-language intervention for the promotion and maintenance of child health, as well as parameters for early identification of language, voice, speech and hearing disorders in the childhood. METHOD: a cross-sectional study with 65 children enrolled in public schools in the metropolitan region of Porto Alegre (RS, Brazil), no history of evaluation or therapy and referred by the nucleus of tutoring school for suspected speech disorder, together with data from the literature related to speech, oral language, writing and speech in promoting child health. RESULTS: from the 53 children actually interviewed, 39 (73.6%) were male. The mean age was 8.8 years (sd = 2.1). No association was found between gender and occurrence of oral habits (PR = 1.13, CI 95% 0.36-3.59), nor between siblings and present oral habits (p = 0.18). When asked about their hearing acuity, 4 (4.7%) reported hearing difficulties without prior evaluation or diagnosis. All children were referred for evaluation by the school speech-language history of learning difficulties of reading and writing and oral communication disorders perceived by the teachers, such difficulties were confirmed in 100% of the cases. CONCLUSION: it is necessary to have an exchange of experience among teachers and speech therapists, in order to promote children development and integrate them more effectively in the school environment, whether in relation to reading and writing or improving oral communication, that is highly demanded in contemporary society.