O objetivo deste artigo é buscar compreender, partindo dos relatos da professora de espanhol, da coordenadora pedagógica e da diretora de uma escola pública que, desde 2000, oferece o idioma como disciplina obrigatória e única língua estrangeira de sua matriz curricular do 6º ao 9º ano, duas crenças que envolvem a adoção do ensino da língua nessa escola. Crenças são entendidas como produtos sociais, históricos e políticos conectados aos contextos sociopolíticos mais abrangentes (BARCELOS; KALAJA, 2011). Os resultados sugerem que o ensino do espanhol nessa escola parece constituir discursivamente um artifício para a manutenção da estratificação social e do status quo, dado que os relatos dos participantes da pesquisa não abrem o ensejo de transformação social. The purpose of this paper is to understand, through the Spanish teacher's, the pedagogic coordinator's, and the principal's accounts, two beliefs about the teaching and learning of Spanish in an elementary public school that has included Spanish as a foreign language in its syllabus since 2000. Beliefs are seen as socially historical and political products, connected to the broad socio-political contexts (BARCELOS; KALAJA, 2011). Results suggest that the teaching of Spanish as a foreign language in that school seems to be discursively an artifice to maintain the social stratification and the status quo.