A partir da Constituição Federal de 1988, atos decorrentes de preconceito de raça e cor tornaram-se passíveis de punição. Este artigo evidencia as tensões cotidianas decorrentes de registros de ocorrência de atos considerados discriminatórios, no Estado do Rio de Janeiro, a partir de registros feitos em delegacias e, posteriormente, agrupados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), entre 2007 e 2010. O objetivo deste artigo é apresentar alguns dados sobre a distribuição dos registros referentes a crimes envolvendo preconceito de cor no território fluminense. Analisaremos o perfil dos denunciantes, a relação existente entre denunciantes e supostos agentes discriminatórios, os principais locais de ocorrência do ato discriminatório e também como algumas dessas variáveis se distribuem territorialmente.