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Descrevem-se sucintamente as principais modalidades da participação internacional no controle da hanseníase no país, tanto governamentais quanto não governamentais: as primeiras, estabelecidas país a país, ou através da Organização Pan-americana de Saúde, e as segundas, identificadas essencialmente com os chamados "organismos voluntários“. Procede-se, a seguir, a breve avaliação descritiva desta experiência em nosso meio (1). Considerando-se nossa continentalidade territorial e a imensa dívida social acumulada, exploram-se possíveis perspectivas para trabalho colaborativo na área, a partir de critérios claros hierarquização das atividades, programação de procedimentos e gestão colegiada, (2) no sentido de que ações básicas permaneçam como atribuições estatais e que organismos internacionais possam contribuir em ações complementares.

Procede-se à revisão sistemática dos recursos humanos em hanseníase no Brasil. Introdutoriamente procura-se reconstituir o referencial conceitual sobre Recursos Humanos em Saúde, expresso na ideologia recente do setor no país, para, a seguir, identificar-se o perfil da área de hanseníase nesse conjunto. Tal diagnóstico permite constatar interessante dialética: o aparelho de Estado postula que cursos e treinamentos constituem forte instrumento da melhoria das condições de operacionalização do sistema, mas quando os executa, toma-os fugazes e transitórios. A perpetuação deste quadro, associada a baixos salários e inadequadas condições de trabalho, em decorrência a diretrizes extra-setoriais maiores, levaram à necessidade de uma política de desenvolvimento de recursos humanos em hanseníase no país. A experiência consistiu na montagem de um sistema de encorajamento e apoio is Secretarias Estaduais de Saúde para o treinamento a nível local; a nível regional, cursos para graduados foram organizados pela Divisão Nacional, na Amazônia, Centro-oeste, Sul, Nordeste e Sudeste. O fortalecimento e/ou desenvolvimento de um sistema de referência a nível estadual foram atingidos pela realização do Curso Nacional de Dermatologia Sanitária; qualificações internacionais foram complementarmente obtidas por ação conjunta com a Organização Pan-americana de Saúde. A formulação ampla e resultados imediatos são descritos a seguir. A solidez de sua ação, uma vez tecnicamente adequada, só poderá ser aquilatada se a ela se subtrair a referida fugacidade e transitoriedade das definições políticas setoriais.