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Nas parcerias estabelecidas com professores do primeiro ciclo da educação básica (4-12 anos) visando à formação para o ensino da língua de escolarização, temos coelaborado ferramentas conceituais e didáticas para a compreensão em leitura de livros infanto-juvenis. A finalidade é (re)construir, no diálogo didático professor/alunos, o sistema narrativa-personagens num circuito mínimo de atividades que visa à apropriação pelos alunos das relações entre os personagens através das inter-relações entre suas ações, intenções e sentimentos, elementos que configuram a intriga narrativa. Neste artigo, partimos de dados coletados em uma sala de aula de 2º ano da Educação Infantil (5-6 anos) de uma escola pública em Genebra (Suíça) durante a realização de uma curta sequência de ensino com o intuito de tecer reflexões amparadas em dois objetivos principais: 1. analisar como os jovens alunos identificam os personagens e apreendem as relações que caracterizam o sistema narrativa-personagens, permitindo um acesso à singularidade da obra; 2. apreciar as intervenções da professora no diálogo professor/alunos no que diz respeito aos elementos textuais e icônicos essenciais à criação da intriga no âmbito do sistema narrativa-personagens. Além de mostrar as potencialidades dessa ferramenta conceitual enquanto objeto didático que contribui para o ensino e a aprendizagem da compreensão em leitura de livros infanto-juvenis na educação básica, temos como objetivo mais amplo promover uma perspectiva de ensino da língua de escolarização assentada num processo de construção conjunta por parte de pesquisadores e professores de objetos nocionais e didáticos, constitutivos tanto das práticas de ensino como das conceptualizações elaboradas.