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Este texto é um ensaio que elege o desenho da montanha como elemento para pensar a condição abissal expressa na paisagem da capital do estado de Minas Gerais (Brasil). A paisagem é entendida como a mediação das linhas abissais que determinam o centro e a periferia, baseadas nas dicotomias cultura/natureza, pertencimento/não pertencimento. A reflexão, motivada pela interpretação de imagens fotográficas, discute as forças predatórias da atividade de mineração, a especulação imobiliária, os movimentos de resistência ligados à luta socioambiental e a produção da paisagem urbana, a partir de referências culturalmente diversas. Por fim, é realizada uma análise do desenho da montanha em pinturas de natureza nos muros da cidade, para expandir a compreensão sobre a simbologia da sua linha. This is an essay that depicts the line of a mountain ridge as an element to contemplate the abyssal condition expressed in the landscape of Belo Horizonte, the capital of Brazil’s Minas Gerais province. The landscape is understood as the mediation of abyssal lines that determine the center and the periphery, based on the dichotomies culture/nature, belonging/non-belonging. This reflection, underpinned by the interpretation of photographic images, discusses the predatory forces of mining activities, real estate speculation in the landscape, resistance movements linked to socio-environmental struggle and the urban landscape production, examining them from culturally diverse references. Lastly, an analysis is done of the line created by the mountain and portrayed in nature paintings on city walls in order to enhance the perception of its symbology.