O Estado do Ceará vivenciou, historicamente, períodos de grandes secas que foram responsáveis pela perda da produção, queda de produtividade, dificuldade de acesso à água, aumento de doenças e até mesmo mortes. O cenário de calamidade pública e aparente destruição que constitui a paisagem nesse período vem passando por transformações que possibilitaram ao homem do campo, estabelecer uma relação diferente com esse fenômeno. Discorrendo sobre as consequências desse processo, em períodos distintos, esse artigo visa analisar as principais transformações socioespaciais das grandes secas de 1979-83 e 2011-16, no estado do Ceará. Para sua realização, contou-se com o levantamento bibliográfico, análise de dados secundários do Ministério do Desenvolvimento Social e, sistematização dos mesmos. Comparativamente, concluiu-se que os instrumentos técnicos, desenvolvidos tanto pelo Governo como pelos movimentos e organizações sociais, tais como, cisternas de placa, barreiros, barragens, mandalas, dentre outros, provocaram as maiores transformações na forma de lidar com a seca no Ceará, no segundo período, permitindo que cada vez mais o homem possa permanecer e viver no campo mesmo em tempo de escassez