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With a view towards the defense of their vital spaces (South Atlantic) and seeking greater international prominence, Brazil has intensified its relations with the African continent. Thus, the present study aims to analyze the bilateral relations between Brazil and both South Africa and Angola, highlighting these relationships effects on the maintenance of security in the South Atlantic. It is studied the growing interconnection between the foreign policy and the Brazilian defense policy, the military cooperation agreements and joint naval exercises., Tendo em vista a defesa de um de seus espaços vitais (o Atlântico Sul) e buscando também maior proeminência internacional, o Brasil tem intensificado suas relações com o continente africano. O presente trabalho tem por objetivo analisar as relações bilaterais do Brasil com África do Sul e Angola, destacando seus efeitos para a manutenção da segurança no Atlântico Sul. São investigados a articulação crescente entre as políticas externa e de defesa brasileiras, os acordos de cooperação militar, e a realização de exercícios navais conjuntos.

Post-apartheid South Africa pursued a pro-multilateral stance in world – regarding multilateral institutions as crucial instruments for reinforcing its new-found image as a champion for southern African and African causes. Challenging the hegemony and dominance of western powers in particular, powerful countries in general, was at the heart of South Africa’s multilateral strategies. Central to all multilateral engagements was respect for international law and the centrality of the United Nations (UN), stressing the promotion of human rights, debt relief, peace and stability, an equitable global trading system and sustainable development. Also of priority was reform of the UN and institutions of global governance, including the World Bank and International Monetary Fund., A África do Sul pós-Apartheid seguiu uma postura pró-multilateral no mundo - considerando instituições multilaterais como instrumentos cruciais para reforçar sua recém-descoberta imagem de defensora das causas africanas e do sul da África. Desafiar a hegemonia e a dominação das potências ocidentais em particular, os países poderosos em geral, estava no cerne das estratégias multilaterais da África do Sul. Primordial para todos os compromissos multilaterais estava o respeito ao direito internacional e a centralidade das Nações Unidas (ONU), enfatizando a promoção dos direitos humanos, o alívio da dívida externa, paz e estabilidade, um sistema global de comércio equitativo e o desenvolvimento sustentável. Também como prioridade estava a reforma da ONU e as instituições de governança global, incluindo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

In the years between 1995 and 2008 South Africa was engaged in trade negotiations with the European Union (EU), which were seen as platform for addressing the trade imbalances in favour of the EU. In 2002, a Free Trade Agreement (FTA) was signed between South Africa and the EU. Despite its membership to the Southern Africa Development Community (SADC), South Africa engaged on the negotiations on its own which led to trade and political tensions with other countries within the community. By going alone South Africa was clearly indicating an appetite to vigorously pursue its interests at the expense of regional partners. It is argued that the exclusion, at an early stage of the negotiations, of other regional countries within SADC was counterproductive and had the potential to harm the regional trade relations. In addition, the change of approach at later stage that brought in the regional approach to the negotiations improved the regional trade relations within SADC., Nos anos entre 1995 e 2008, a África do Sul esteve envolvida em negociações comerciais com a União Europeia (UE), que eram vistas como uma plataforma para abordar os desequilíbrios comerciais que favoreciam a UE. Em 2002, um Acordo de Livre Comércio (FTA) foi assinado entre a África do Sul e a EU. Apesar da sua adesão à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a África do Sul engajou nas negociações por conta própria, causando tensões comerciais e políticas com outros países da comunidade. Ao ir sozinha, a África do Sul estava indicando claramente uma vontade de perseguir com determinação os seus interesses mesmo que à custa dos seus parceiros regionais. Argumenta-se que a exclusão de outros países da região da SADC em uma fase inicial das negociações foi contraproducente e tinha o potencial de prejudicar as relações comerciais regionais. Ademais, a mudança de abordagem em fase posterior, que retomou o âmbito regional das negociações, melhorou as relações comerciais regionais no seio da SADC.

In May 2014 I suddenly received a telephone call from the South African Embassy in Moscow, then an official invitation signed by Jacob Zuma followed: he wanted me to be present at his second inauguration. Unfortunately I failed to do it, I was still recovering from a surgical operation, but the very fact was significant, not because I had been involved, but because it symbolized friendly relations that existed between the South African president and those in Russia who took part in supporting the long struggle against the apartheid regime., Em maio de 2014, de repente, recebi um telefonema da Embaixada da África do Sul em Moscou, seguido por um convite oficial assinado por Jacob Zuma: eu queria estar presente em sua segunda posse. Infelizmente eu não consegui, eu ainda estava me recuperando de uma operação cirúrgica, mas o fato foi significativo, não porque euestivesse envolvido, mas porque simbolizava relações amistosas que existiam entre o presidente sul-africano e aqueles na Rússia que participaram apoio da longa luta contra o regime do apartheid.

In a context of increasing South-South cooperation, the members of an important trilateral dialogue forum that represent the emergent powers – IBSA –, have been incorporated into another organization, BRICS. It resulted from an overlap of the Southern developing countries into the domain of the Euro-Asiatic great powers. Bearing in mind that both alliances are centered on the geostrategic space of the Indian Ocean and the South Atlantic, South Africa´s South Atlantic strategic potential in tandem with Brazil is of extreme importance. It is possible to differentiate two steams in the transatlantic ties: the Afro-Latin and the trans-Mediterranean. It is also relevant to place the role of Angola in the African continent as a possible influence in South Atlantic´s dynamics, given due importance to the Lusophone ties which are represented by CPLP., No contexto de crescente cooperação sul-sul, os membros de um importante fórum de diálogo que representa as potências emergentes, o IBAS, incorporaram-se a outro organismo, o BRICS. Isso foi resultado de uma sobreposição dos países em desenvolvimento do sul ao domínio das potências emergentes euro-asiáticas. Considerando-se que as duas alianças estão centradas no espaço geoestratégico do Oceano Índico e do Atlântico Sul, o potencial estratégico da África do Sul no Atlântico Sul em conjunto com o Brasil é de extrema importância. É possível diferenciar duas correntes relativas aos laços transatlânticos: a Afro-Latina e a Trans-mediterrânea. Também é relevante situar o papel de Angola no continente africano como uma possível influência na dinâmica do Atlântico Sul, atribuindo-se a devida importância aos vínculos lusófonos representados pela CPLP.

South Africa is a country of singular importance for the understanding of contemporary International Relations. Situated at the Southernmost region of the African continent, coasted by the Indian and Atlantic oceans, South Africa occupies a geopolitical and geoeconomic strategic position. In the beginning of the 1990s, with the end of the Apartheid regime, the country starts a period of international reinsertion that presents as a fundamental feature the stabilization of the relations with the other African countries, especially its neighbors of Southern Africa. The objective of this article is to analyze the foreign policy of the New South Africa (from Nelson Mandela to Jacob Zuma), presenting as a central thread the role played by regional insertion for the South African ambitions in the international system., A África do Sul é um país de importância singular para compreender as relações internacionais contemporâneas. Localizada na parte mais austral do Continente Africano, banhada pelos Oceanos Atlântico e Índico, a África do Sul ocupa uma posição geopolítica e geoeconômica estratégica. Com o fim do regime do Apartheid, no início da década de 1990, o país inicia um período de reinserção internacional que tem como componente fundamental a normalização das relações com os demais países africanos, em especial, seus vizinhos da África Austral. O objetivo deste trabalho é analisar a política externa da Nova África do Sul (de Nelson Mandela a Jacob Zuma), tendo como fio condutor o papel que a inserção regional tem para as ambições sul-africanas no sistema mundial.

Apartheid South Africa’s nuclear related activities in Southern Africa have a long history. Apart from, inter alia, the development and existence of at least six nuclear devices, South Africa operated a nuclear test site in the Kalahari Desert on the borders of Botswana, utilised uranium from Southwest Africa (now independent Namibia) as its Class C Mandate and employed a nuclear deterrent strategy in response to Soviet support for Angola and liberation movements in the region. This elicited responses from the so-called Frontline States as well as the members of the Southern African Development Community (SADCC). Therefore, the purpose of this intended contribution is to determine the extent of South Africa’s nuclear activities as well as its impact on the region. Based on archival research, the article intends to make a contribution to the study of the region, the evolution of regional integration in Southern Africa and Cold War studies in Southern Africa., As atividades nucleares da África do Sul durante o regime do Apartheid têm longa história. Além do desenvolvimento e da existência de ao menos seis ogivas, a África do Sul operava um local de testes no Deserto do Kalahari nas fronteiras com Botswana, utilizava urânio da África do Sudoeste (hoje, a independente Namíbia) através de seu mandato datado da Liga das Nações e lançava mão de uma estratégia de deterrência nuclear em resposta ao apoio soviético a Angola e os movimentos de libertação da região. Isto motivou respostas dos denominados Estados da Linha de Frente, bem como de membros da Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADCC, sigla em inglês). Assim, o objetivo desta contribuição é determinar a extenção das atividades nucleares sul-africanas, bem como seus impactos na região. Baseado em pesquisa em fontes primárias, o artigo busca contribuir para o estudo da região, a evolução da integração regional na África Austral e os estudos quanto à Guerra Fria no sul do continente africano.

The convergence of five big developing countries concerning their common national interest of rising in the International System is the amalgam that makes BRICS cohesive in front of the tempestous global transition to multipolarity. This essay, which aims to connect the moment and the present challenges of BRICS vis-à-vis the contemporary geopolitical scenario, is composed of three parts. In the first, we seek evaluating the results of the Fortaleza Summit in relation to the great uncertainties and the scenario of a geopolitical dispute that characterize the present transition in the International System. The second part seeks offering an interpretation of BRICS, observing its potentialities and limits; it also seeks presenting some theoretical marks through which we can analyze the BRICS. The third part proposes an analysis of how BRICS can be read bearing in mind the Brazilian aspiration to rise to the condition of a global power, as well as the repercussion of the participation as a BRICS member to the country's geographic-strategic surroundings. Last but not least, some conclusions will be presented with a focus on the challenges remaining after the historic VI BRICS Summit of Fortaleza., A convergência de cinco grandes países em desenvolvimento em torno do interesse nacional comum de ascender no sistema internacional é a amálgama que coesiona o BRICS diante da conturbada transição para a multipolaridade no mundo. Este ensaio, que busca relacionar o momento e os desafios atuais do BRICS vis-à-vis o cenário geopolítico contemporâneo, se compõe de três partes. Na primeira parte buscaremos avaliar os resultados de Fortaleza em sua relação com as grandes incertezas e cenário de disputa geopolítica que caracterizam a atual transição no sistema internacional. Uma segunda parte buscará oferecer uma interpretação do BRICS, observando suas potencialidades e seus limites. Buscaremos apresentar alguns marcos teóricos pelos quais podemos ler os BRICS. A terceira parte se propõe a avaliar como o BRICS podem ser lido tendo em vista a aspiração brasileira de ascender a condição de potência global, bem como a repercussão da participação na coalizão para o entorno geográfico-estratégico do país. Por fim, apresentaremos algumas conclusões, marcadamente buscando observar desafios após a histórica 6ª Cúpula de Fortaleza.

In an attempt to bring coherence and predictability to South African foreign policy, the government of Jacob Zuma has, since assuming office in May 2009, put emphasis on forging relations with countries and regions, and key international relations issues and concerns. According to policy, the pursuit of the national interest lay at the heart of the Republic’s international strategies, with ‘national interest’ being used as a cement to hold together the edifice of post-Mbeki government’s foreign policy. On paper, the government appears to have gone far in articulating this ambitious foreign policy, however a number of questions arise. Have these policies been put into practice and if so do they follow the stated agenda or are there serious deviations? Has there been association with Mbeki’s policies on paper and dissociation from such policies in practice? How do the various tenets of foreign policy relate to the epicentre of the national interest and to one another? Do they represent a marked shift from the previous Mbeki government’s African Agenda’ or are they a mere copy? This paper seeks to answer these questions, in particular investigating whether a gap has developed between articulated, or stated, policy and how it was pursued in practice, through implementation., Na tentativa de dar coerência e previsibilidade para a política externa da África do Sul, o governo de Jacob Zuma, desde que assumiu o cargo em maio de 2009, colocou ênfase no estabelecimento de relações com países e regiões, e outras questões e preocupações principais das relações internacionais. De acordo com a política, a procura do interesse nacional estava no centro das estratégias internacionais da República, com o "interesse nacional" sendo utilizado como um cimento para unir o edifício da política externa pós-governo de Mbeki. No papel, o governo parece ter ido longe em articular essa política externa ambiciosa, no entanto uma série de perguntas surgem. Essas políticas foram postas em prática e, se sim, elas seguem a agenda declarada ou existem graves desvios? Houve associação com as políticas de Mbeki no papel e uma dissociação de tais políticas na prática? Como os vários princípios da política externa se relacionam com o epicentro do interesse nacional e com algum outro? Será que eles representam uma mudança acentuada na “Agenda Africana” do governo Mbeki ou são uma mera cópia? Este artigo procura responder a estas questões, em particular investigando se uma lacuna se desenvolveu entre a política pronunciada, ou expressa, e como ela foi posta em prática, através da sua implementação.