Liliana DUCATTI, Luciana B. P. HADDAD, Alberto MEYER, Lucas S. NACIF, Rubens M. ARANTES, Rodrigo B. MARTINO, Vinicius ROCHA-SANTOS, Daniel R. WAISBERG, Rafael S. PINHEIRO, Luiz A.C. D´ALBUQUERQUE, and Wellington ANDRAUS
Background: The incidence of abdominal hernia in cirrhotic patients is as higher as 20%; in cases of major ascites the incidence may increase up to 40%. One of the main and most serious complications in cirrhotic postoperative period (PO) is acute kidney injury (AKI). Aim: To analyze the renal function of cirrhotic patients undergoing to hernia surgery and evaluate the factors related to AKI. Methods: Follow-up of 174 cirrhotic patients who underwent hernia surgery. Laboratory tests including the renal function were collected in the PO.AKI was defined based on the consensus of the ascite´s club. They were divided into two groups: with (AKI PO) and without AKI . Results: All 174 patients were enrolled and AKI occurred in 58 (34.9%). In the AKI PO group, 74.1% had emergency surgery, whereas in the group without AKI PO it was only 34.6%.In the group with AKI PO, 90.4% presented complications, whereas in the group without AKI PO they occurred only in 29.9%. Variables age, baseline MELD, baseline creatinine, creatinine in immediate postoperative (POI), AKI and the presence of ascites were statistically significant for survival. Conclusions: There is association between AKI PO and emergency surgery and, also, between AKI PO and complications after surgery. The factors related to higher occurrence were initial MELD, basal Cr, Cr POI. The patients with postoperative AKI had a higher rate of complications and higher mortality. RESUMO Racional: A incidência de hérnia abdominal em pacientes cirróticos é elevada, em torno de 20%. Em casos de ascite volumosa, a incidência atinge valores até 40%. Uma das principais e mais graves complicações no pós-operatório de correção de hérnias de pacientes cirróticos é a insuficiência renal aguda (IRA). Objetivo: Analisar a função renal de pacientes cirróticos submetidos a herniorrafias, comparando aqueles que apresentavam IRA pós-operatório com os demais, para determinar os fatores relacionados à sua ocorrência. Método: Seguimento de pacientes cirróticos submetidos à cirurgia de hérnia entre 2001 e 2014 no Serviço de Transplante de Fígado. Foram coletados exames laboratoriais para avaliar a função renal no pós-operatório rotineiramente. A IRA foi definida com base no consenso do clube da ascite em 2015. Resultados: Dos 174 pacientes incluídos, ocorreu IRA em 58 pacientes (34,9%). Houve diferença entre grupos para as seguintes variáveis: MELD inicial, creatinina basal e creatinina, o grupo com IRA apresentou medias superiores ao grupo que não apresentou IRA. No grupo IRA PO, 74,1% das cirurgias, foram realizadas em caráter de emergência, enquanto que no grupo sem IRA no pós-operatório, 34,6%. No grupo IRA, 90,4% dos indivíduos apresentaram complicações no pós-operatório, enquanto no grupo sem IRA, 29,9%. As variáveis idade, MELD inicial, creatinina basal e creatinina no pós-operatório inicial foram estatisticamente significantes na análise de sobrevida. Conclusões: Existe uma associação entre IRA pós-operatória e cirurgia de emergência e IRA pós-operatóri e complicações pós-operatórias. Os fatores relacionados à maior ocorrência de IRA em pacientes cirróticos submetidos à cirurgia de hérnia são o MELD inicial, creatinina basal, creatinina pós-operatória inicial. O preparo de pacientes cirróticos com hérnia abdominal antes de procedimentos cirúrgicos deve ocorrer sistematicamente, pois apresentam alta incidência de IRA pós-operatória.